10 - Empatia

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Acordei numa cama macia e logo vi Ulrick e Aibek sentados ao meu lado.

Ulrick se levantou rapidamente.

— Que bom que acordou! — ele disse.

— O que... — franzi a testa um pouco confusa — O que aconteceu?

— Você deve ter se esforçado demais, desmaiou depois de lutar com três elfos que atacaram você.

— Ah. — resmunguei me lembrando do ocorrido.

As cenas da luta aos poucos se encaixaram em minha mente, mas ao olhar para Aibek me lembrei de outra coisa.

— Vuur está bem? — perguntei preocupada.

Ulrick sorriu e colocou a mão sobre a minha.

— Está tudo bem, majestade. Não se preocupe com isso. — garantiu — Vuur está melhor e está se recuperando, agora você precisa descansar para se recuperar também.

Soltei um suspiro.

Se algo tivesse acontecido ao meu dragão eu jamais me perdoaria.

— Não quero descansar. — respondi — Tenho um dever a cumprir. Preciso saber como as coisas estão. Me passe o relatório general.

Ulrick bufou frustrado, mas sabia que me contrariar não adiantaria de nada.

— Está tudo indo bem, na medida do possível. — ele respondeu — Tivemos uma baixa de mais de uma centena de homens. Mandei um pombo para o castelo pedindo ajuda para podermos enviar os corpos de volta para casa, por enquanto estão dispostos no pátio por não termos onde colocá-los. Todos os homens que sobraram estão ajudando a proteger as entradas e o portão que foi destruído, mas não há sinais de ataques futuros.

— Não haverá mais ataques. — disse Aibek de repente.

Ulrick o encarou por um momento, não gostando muito de ter sido interrompido.

— Você não pode garantir isso. — retrucou — Nem sabia que eles atacariam ontem.

— Eu não sabia por que estava preso. — Aibek respondeu — Agora eu sei que eles não atacarão de novo, posso garantir.

Ulrick estava pronto para contestar, mas eu intervi.

— Não importa se haverá ou não outro ataque. Precisamos sempre estar prontos para o pior. — respondi e então olhei para o meu noivo — Mande um pombo para os nossos soldados em missão, peça para que eles se apressem. Assim que tivermos a Pedra iremos embora. Por enquanto não teremos alternativa que não seja esperar.

— Sim majestade. — ele respondeu, enquanto que Aibek apenas sustentou o meu olhar. Ao contrário de Ulrick ele não era inclinado à submissão.

Era um contraste estranho que havia entre os dois. Meu noivo era alto, musculoso, com um rosto forte e quadrado, mas era manso, sempre abaixava a cabeça e me obedecia, enquanto que o elfo era bem magro e com um rosto anguloso, mas tinha uma postura régia e sempre sustentava o meu olhar como se me desafiasse.

— Agora saiam daqui. — ordenei — Preciso ficar sozinha.

— É claro. — concordou o general — Vamos elfo, sua folga acabou.

Vi de relance as algemas nas mãos de Ulrick e me encolhi ao me lembrar da sensação de vazio que tive quando as usei.

— Isso não é necessário. — falei de repente.

Ele franziu a testa, confuso.

— Apenas deixe o elfo no quarto de sempre, mas não coloque as algemas. — expliquei.

Tatsuya - A Rainha DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora