Acordei numa cama macia e logo vi Ulrick e Aibek sentados ao meu lado.
Ulrick se levantou rapidamente.
— Que bom que acordou! — ele disse.
— O que... — franzi a testa um pouco confusa — O que aconteceu?
— Você deve ter se esforçado demais, desmaiou depois de lutar com três elfos que atacaram você.
— Ah. — resmunguei me lembrando do ocorrido.
As cenas da luta aos poucos se encaixaram em minha mente, mas ao olhar para Aibek me lembrei de outra coisa.
— Vuur está bem? — perguntei preocupada.
Ulrick sorriu e colocou a mão sobre a minha.
— Está tudo bem, majestade. Não se preocupe com isso. — garantiu — Vuur está melhor e está se recuperando, agora você precisa descansar para se recuperar também.
Soltei um suspiro.
Se algo tivesse acontecido ao meu dragão eu jamais me perdoaria.
— Não quero descansar. — respondi — Tenho um dever a cumprir. Preciso saber como as coisas estão. Me passe o relatório general.
Ulrick bufou frustrado, mas sabia que me contrariar não adiantaria de nada.
— Está tudo indo bem, na medida do possível. — ele respondeu — Tivemos uma baixa de mais de uma centena de homens. Mandei um pombo para o castelo pedindo ajuda para podermos enviar os corpos de volta para casa, por enquanto estão dispostos no pátio por não termos onde colocá-los. Todos os homens que sobraram estão ajudando a proteger as entradas e o portão que foi destruído, mas não há sinais de ataques futuros.
— Não haverá mais ataques. — disse Aibek de repente.
Ulrick o encarou por um momento, não gostando muito de ter sido interrompido.
— Você não pode garantir isso. — retrucou — Nem sabia que eles atacariam ontem.
— Eu não sabia por que estava preso. — Aibek respondeu — Agora eu sei que eles não atacarão de novo, posso garantir.
Ulrick estava pronto para contestar, mas eu intervi.
— Não importa se haverá ou não outro ataque. Precisamos sempre estar prontos para o pior. — respondi e então olhei para o meu noivo — Mande um pombo para os nossos soldados em missão, peça para que eles se apressem. Assim que tivermos a Pedra iremos embora. Por enquanto não teremos alternativa que não seja esperar.
— Sim majestade. — ele respondeu, enquanto que Aibek apenas sustentou o meu olhar. Ao contrário de Ulrick ele não era inclinado à submissão.
Era um contraste estranho que havia entre os dois. Meu noivo era alto, musculoso, com um rosto forte e quadrado, mas era manso, sempre abaixava a cabeça e me obedecia, enquanto que o elfo era bem magro e com um rosto anguloso, mas tinha uma postura régia e sempre sustentava o meu olhar como se me desafiasse.
— Agora saiam daqui. — ordenei — Preciso ficar sozinha.
— É claro. — concordou o general — Vamos elfo, sua folga acabou.
Vi de relance as algemas nas mãos de Ulrick e me encolhi ao me lembrar da sensação de vazio que tive quando as usei.
— Isso não é necessário. — falei de repente.
Ele franziu a testa, confuso.
— Apenas deixe o elfo no quarto de sempre, mas não coloque as algemas. — expliquei.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Tatsuya - A Rainha Dragão
FantasíaTatsuya perdeu sua mãe para uma doença, e seu pai, arrasado com a perda, se colocou numa missão de encontrar as pedras elementais para trazer sua rainha de volta. Infelizmente ele morre ao enfrentar os Elfos da Lua e Tatsuya se sente obrigada a assu...