2 - A Batalha

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Assim que cheguei ao acampamento comecei a colocar as coisas em ordem. Mandei fazerem mais armadilhas em volta de todo o lugar e aumentarem as vigias. Nossos inimigos, os elfos de gelo, eram mais fortes à noite, então precisávamos esperar o amanhecer antes de atacá-los, e estávamos próximos demais de seu território para sermos descuidados.

Apesar de ser uma guerreira nata e nascer com a guerra em minhas veias, eu não gostava de derramar sangue em vão, então meu plano era fazer um ataque forte e direto para acabar com aquela batalha de uma vez só e manter o reino dos elfos intacto, com o mínimo de mortes possível, mantendo o foco no meu objetivo.

Enquanto eu observava os soldados se deslocando de um lado para o outro para obedecer minhas ordens, o general Ulrick se aproximou de mim e se pôs de joelhos.

— Majestade... — ele cumprimentou — Não a esperava tão cedo.

— Eu precisava vir. - respondi simplesmente.

Ele assentiu em concordância e então se levantou.

— Gostaria que eu lhe mostrasse as suas instalações?

Seu braço se estendeu para mim e eu o segurei, seguindo-o até uma enorme barraca no centro do acampamento.

— Você vai entrar comigo? —perguntei.

— Achei que estaria de luto, majestade.

— É exatamente por isso que quero a companhia do meu noivo. — respondi pegando-o pela mão.

Ulrick, como sempre, não questionou e apenas me seguiu para dentro, onde eu o agarrei pela nuca e o beijei com desejo. Não nos víamos desde que aquela batalha havia começado, quando ele viajou junto com meu pai para comandar os soldados. Eu havia sentido a falta dele, mesmo que a nossa relação fosse apenas um acordo entre famílias feito por nossos pais. Ulrick era um dos poucos que não tinha medo de mim e sempre me dizia a verdade, mas também sempre me obedecia.

— Tire as roupas. — eu ordenei.

Ele assim fez e então eu o empurrei sobre a cama, deixando-o apenas a me observar enquanto eu tirava minha própria armadura, sem nenhuma pressa. Me entreguei aos meus instintos mais primitivos na esperança de que isso afastasse a insegurança e o desespero que queriam se apossar de mim. Por um momento não pensei no que viria a seguir.

...

Ao nascer do sol nós começamos a nossa marcha em direção a terra dos elfos. Eu preferiria fazer o trajeto montada em meu dragão, mas eu precisava acompanhar o exército de perto, então fui caminhando juntamente com eles.

Aos poucos o ar começou a ficar mais gelado e úmido, com o cheiro salgado do mar, nos avisando de que estávamos chegando. Montamos um novo acampamento ali mesmo, nos armamos e nos preparamos. Quando o sol estava prestes a alcançar seu pico foi quando iniciamos o ataque. 

Os soldados inimigos estavam acampados aos arredores de um vilarejo e ao nos avistar vieram em nossa direção. Estávamos todos prontos para a luta, com nossas armas em punho e determinação estampada no rosto, mas então uma onda de flechas surgiu no ar e eu percebi que havíamos caído em uma armadilha. Elfos arqueiros estavam escondidos entre as árvores para nos alvejar. Ergui meu escudo bem à tempo de me defender e então me concentrei por um momento, era hora de usar da única vantagem que tínhamos. Uma grande sombra surgiu sobre nós e eu ergui minha mão.

— Parados! — eu gritei a ordem para o meu exército.

A ordem reverberou e foi repetida entre as fileiras de homens até que todos a tivessem escutado. Nesse momento labaredas de fogo surgiram a nossa frente, vindas de Vuur.

Tatsuya - A Rainha DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora