Assim que cheguei ao acampamento comecei a colocar as coisas em ordem. Mandei fazerem mais armadilhas em volta de todo o lugar e aumentarem as vigias. Nossos inimigos, os elfos de gelo, eram mais fortes à noite, então precisávamos esperar o amanhecer antes de atacá-los, e estávamos próximos demais de seu território para sermos descuidados.
Apesar de ser uma guerreira nata e nascer com a guerra em minhas veias, eu não gostava de derramar sangue em vão, então meu plano era fazer um ataque forte e direto para acabar com aquela batalha de uma vez só e manter o reino dos elfos intacto, com o mínimo de mortes possível, mantendo o foco no meu objetivo.
Enquanto eu observava os soldados se deslocando de um lado para o outro para obedecer minhas ordens, o general Ulrick se aproximou de mim e se pôs de joelhos.
— Majestade... — ele cumprimentou — Não a esperava tão cedo.
— Eu precisava vir. - respondi simplesmente.
Ele assentiu em concordância e então se levantou.
— Gostaria que eu lhe mostrasse as suas instalações?
Seu braço se estendeu para mim e eu o segurei, seguindo-o até uma enorme barraca no centro do acampamento.
— Você vai entrar comigo? —perguntei.
— Achei que estaria de luto, majestade.
— É exatamente por isso que quero a companhia do meu noivo. — respondi pegando-o pela mão.
Ulrick, como sempre, não questionou e apenas me seguiu para dentro, onde eu o agarrei pela nuca e o beijei com desejo. Não nos víamos desde que aquela batalha havia começado, quando ele viajou junto com meu pai para comandar os soldados. Eu havia sentido a falta dele, mesmo que a nossa relação fosse apenas um acordo entre famílias feito por nossos pais. Ulrick era um dos poucos que não tinha medo de mim e sempre me dizia a verdade, mas também sempre me obedecia.
— Tire as roupas. — eu ordenei.
Ele assim fez e então eu o empurrei sobre a cama, deixando-o apenas a me observar enquanto eu tirava minha própria armadura, sem nenhuma pressa. Me entreguei aos meus instintos mais primitivos na esperança de que isso afastasse a insegurança e o desespero que queriam se apossar de mim. Por um momento não pensei no que viria a seguir.
...
Ao nascer do sol nós começamos a nossa marcha em direção a terra dos elfos. Eu preferiria fazer o trajeto montada em meu dragão, mas eu precisava acompanhar o exército de perto, então fui caminhando juntamente com eles.
Aos poucos o ar começou a ficar mais gelado e úmido, com o cheiro salgado do mar, nos avisando de que estávamos chegando. Montamos um novo acampamento ali mesmo, nos armamos e nos preparamos. Quando o sol estava prestes a alcançar seu pico foi quando iniciamos o ataque.
Os soldados inimigos estavam acampados aos arredores de um vilarejo e ao nos avistar vieram em nossa direção. Estávamos todos prontos para a luta, com nossas armas em punho e determinação estampada no rosto, mas então uma onda de flechas surgiu no ar e eu percebi que havíamos caído em uma armadilha. Elfos arqueiros estavam escondidos entre as árvores para nos alvejar. Ergui meu escudo bem à tempo de me defender e então me concentrei por um momento, era hora de usar da única vantagem que tínhamos. Uma grande sombra surgiu sobre nós e eu ergui minha mão.
— Parados! — eu gritei a ordem para o meu exército.
A ordem reverberou e foi repetida entre as fileiras de homens até que todos a tivessem escutado. Nesse momento labaredas de fogo surgiram a nossa frente, vindas de Vuur.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Tatsuya - A Rainha Dragão
FantastikTatsuya perdeu sua mãe para uma doença, e seu pai, arrasado com a perda, se colocou numa missão de encontrar as pedras elementais para trazer sua rainha de volta. Infelizmente ele morre ao enfrentar os Elfos da Lua e Tatsuya se sente obrigada a assu...