13 - Absorver

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Os irmãos de Aibek eram bem parecidos com ele. A menina se chamava Lumi e ainda era uma criança, já o garoto, Aspen, devia ser um pouco mais velho do que a minha própria irmã. Os dois tinham cabelos lisos e brancos, olhos cinzentos e pele branca como a neve.

Deixei que eles ficassem em seus quartos habituais e mandei apenas que guardas os vigiassem caso os dois tentassem fazer algo. 

A menina parecia não se importar, ou não entendia o que estava acontecendo, mas o garoto me encarava toda vez que me via, como se fosse me atacar a qualquer momento.

Ignorei os dois monstrinhos e me concentrei no que me era importante. A Pedra da Lua. Ela era uma esfera perfeita e cintilante como uma pérola e tinha o tamanho do meu punho, bem diferente da Pedra de Fogo, que era uma rocha disforme preta e sempre acesa. Tive muita vontade de segurá-la em minhas mãos, mas isso seria uma sentença de morte. De longe era possível sentir o enorme poder que emanava dela.

Passei o resto da tarde no ar, voando nas costas de Vuur, na tentativa de clarear a mente e planejar o que faria a seguir, e como.

Assim que pousamos, no final da tarde, avistei Ulrick de braços cruzados me esperando no pátio.

— Te procurei pelo castelo o dia todo. — reclamou assim que me aproximei.

— Precisei dar uma volta. — ergui os ombros.

— Mas eu fiquei preocupado. — disse ele — Poderia me avisar da próxima vez que for ficar tanto tempo fora.

— Eu não pretendia ficar tanto tempo fora. — me justifiquei, já andando em direção ao interior do castelo.

Ulrick soltou um suspiro e começou a andar ao meu lado.

— De qualquer forma... — continuou — Eu estava te procurando porque queria avisar sobre os homens que a sua irmã enviou para nos ajudar, e queria te dizer que estamos prontos para partir.

— Tudo bem. — concordei — Podemos partir amanhã de manhã.

— Ótimo. – concordou ele – Já sabe o que fará agora? Quero dizer em relação às Pedras…

— Primeiro vamos voltar para casa. – respondi – Depois eu terei que rever as anotações do meu pai para saber onde devo ir.

Ulrick assentiu em concordância.

— Vou avisar a todos para estarem prontos ao nascer do sol. – concluiu e então seguiu seu caminho.

Continuei andando até o quarto de Aibek. Parei em frente à porta e hesitei por um momento, segurando a minha respiração antes de entrar.

Encontrei Aibek deitado na cama, vestindo apenas uma calça e mais nada. Me perguntei como ele podia não sentir frio, quando eu estava quase congelando.

Esperei que ele se levantasse para então começar a falar.

— Você havia me falado um outro dia sobre um ritual para absorver a magia da Pedra… – comecei – Acha que podemos fazer?

Aibek sorriu.

— Pensei que não pediria. – disse ele.

— E eu não ia pedir. – confessei – Mas acho que vou precisar.

Aibek sorriu ainda mais, parecia ficar muito contente em saber que eu precisava dele, e isso me irritava.

— Apenas vamos fazer isso logo. – falei.


Aibek arranjou uma pequena vasilha com água e a colocou no chão, me pediu que colocasse a Pedra ao lado, e então nós nos sentamos de frente um para o outro.

Tatsuya - A Rainha DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora