4 - Próximo Passo

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— Aqui está o seu novo quarto. — anunciei ao rei elfo enquanto abria a porta.

Ele não demonstrou nenhuma emoção, apenas adentrou o ambiente e se sentou sobre a cama.

— Agora... Antes que você se instale, vamos à sua parte do acordo.

Apontei para os livros e o mapa que eu já havia deixado ali, em cima de uma mesa ao canto.

— Já lhe aviso, — continuei — Se eu achar que você está tentando me enganar mandarei uma mensagem aos meus guardas para matarem os seus irmãos assim que eles os encontrarem. E se você tiver mentido sobre a localização deles, então eu colocarei fogo em todo o seu reino e te deixarei preso aqui para assistir o seu castelo queimar.

Aibek sorriu.

— Você está mesmo desesperada, não é? — ele perguntou.

A ousadia dele me pegou de surpresa e me deixou sem reação por um segundo.

Me recuperei e sorri de volta.

— Não estou desesperada, mas você ficará em breve se não calar a boca.

Ele não vacilou, apenas continuou sorrindo.

Comecei a me questionar se aquilo era realmente uma boa ideia, mas então ele suspirou e se levantou estendendo as mãos para mim, como se me pedisse para apertá-las.

— Não pretendo te enganar se você também não me enganar. — ele disse — Eu vou te ajudar com algo, algo que está nesses livros e que você vai precisar, mas em troca quero lhe pedir algo.

Franzi a testa com desconfiança.

— O que você quer?

— Quando se for, quero que me leve com você.

— Não quero a sua companhia. — retruquei.

— Mas eu não posso deixar que simplesmente leve a Pedra. — ele respondeu — Vou com você e quando conseguir o que quer, eu trarei a Pedra de volta. Temos um acordo?

Seus olhos apontaram para as mãos ainda estendidas e algemadas. A mão direita estava aberta, esperando que eu a apertasse, mas eu não sabia se era uma boa ideia, mesmo que me parecesse realmente tentador.

— O que você está tramando? — questionei.

Ele riu.

— Não estou tramando nada, estou apenas sendo racional. Se eu lhe der o que você quer, você me dá o que eu quero, e todos nós saímos ganhando sem que ninguém se machuque. É simples.

Franzi a testa mais uma vez.

— Ou eu posso me negar a te ajudar, muitas pessoas morrem e você continua não conseguindo o que quer. Seria tudo em vão. — ele disse.

De certo modo era verdade, eu não tinha muita escolha se realmente quisesse ter êxito, e eu precisava terminar aquela missão, por meus pais.

Suspirei e então apertei a mão do elfo, sentindo um arrepio gelado percorrer o meu corpo assim que nossas peles se tocaram. Mesmo com as algemas ele ainda emanava uma áurea gelada e sufocante, como estar embaixo d'água, se afogando.

Tentei disfarçar o meu incômodo e fui até os livros.

— Já que me deu tantas condições, vou te pedir outra coisa também. – avisei – Encontrei esses livros em um escritório aqui… Quero que me diga o que está escrito neles.

— Tudo bem. A única coisa que eu quero saber antes de começarmos... — o elfo falou — É se você me disse a verdade quando falou que vai usar o poder da Pedra para trazer sua mãe dos mortos.

Tatsuya - A Rainha DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora