23 - Próxima Etapa

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Mais uma vez eu estava naquela visão com os altares e as pedras, porém a perspectiva era outra. Bem na minha frente estava a Pedra da Terra e eu estava no corpo de um fauno. A criatura poderosa com aparência de elfo solar se aproximava de mim e sorriu quanto tocou em minha testa com o polegar, fazendo com que tudo se apagasse novamente e eu fosse levada para outra visão. Ainda no corpo de um fauno eu estava num campo de batalha, claramente nas fronteiras do deserto, onde vários humanos e criaturas lutavam entre si. Vi vários golens se levantarem do chão e serem mortos por um tipo de bomba que eram jogadas pelos humanos. Anões, gigantes, faunos, goblins, todos estavam lutando. Um enorme dragão vermelho surgiu no céu lançando suas chamas sobre tudo e todos, queimando qualquer um que se colocava em seu caminho.

Abri meus olhos. Eu estava de volta ao salão com a cachoeira de areia. Olhei em volta, mas o fauno não estava mais ali, havia simplesmente sumido. Aibek também parecia não entender o que havia acontecido.

De repente a cachoeira de areia diminuiu seu fluxo, e foi diminuindo cada vez mais até parar completamente e a pedra cair no chão, sobre um montinho de areia que se formou ali.

Fiquei olhando boquiaberta, sem entender exatamente o que aquilo tudo significava, porém não tive muito tempo para assimilar a situação. Ao dar um passo em direção à pedra minhas pernas fraquejaram e minha visão ficou turva. Caí de joelhos, sem conseguir mais sustentar o peso do meu corpo. Ouvi a voz de Aibek me chamar, mas o som parecia distante. Tentei encontrar forças para me levantar e não consegui. Meus sentidos se foram e eu desmaiei de exaustão.

...

Não tive sonhos, talvez estivesse tão cansada que não consegui sonhar. Acordei ainda na sala da cachoeira, mas não havia mais cachoeira alguma, nem a pedra estava lá. Me sentei depressa e olhei em volta. Abaixo de mim estava a minha bolsa, que havia sido usada como um travesseiro sob minha cabeça, e meu corpo estava coberto com uma capa branca com o cheiro do elfo, um cheiro doce e inconfundível que apenas ele exalava. Joguei-a para o lado.

Ao canto, perto da entrada, estava outra bolsa que eu não havia visto antes, um arco e as flechas de Aibek, mas ele não estava ali.

Meu coração se acelerou de medo apenas por cogitar a hipótese de que ele poderia ter ido embora com a minha pedra.

Me levantei devagar, ainda me sentindo fraca, principalmente por que estava morrendo de fome.

Ao passar pela entrada me deparei com o elfo admirando a parede dos desenhos e me senti aliviada.

Assim que percebeu a minha presença ele me olhou e sorriu.

— Finalmente acordou. — ele disse — Bom dia.

— Dia? Já é dia? — questionei.

— Sim. — respondeu — Já amanheceu faz algum tempo. Você simplesmente apagou a noite inteira. Quase pensei que não acordaria mais.

— Eu estou bem, não precisa se preocupar. Quero apenas saber onde está a minha pedra.

Tatsuya - A Rainha DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora