29 - Ilusão

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Tentei segurar, mas não consegui. As lágrimas transbordaram dos meus olhos assim que a vi.

— Ah, querida. Está tudo bem. Eu estou aqui. — disse ela numa voz doce.

Não percebi minhas pernas se moverem, ou ela se mover, mas já estávamos frente a frente. Era a minha mãe, bem ali...

— Não. — falei baixo — Isso não é real. Você está morta e eu só posso te trazer de volta com as Pedras.

— E isso realmente importa? — ela perguntou — Estou aqui agora. Você não precisa mais se arriscar nessa busca inútil. Pode ficar aqui comigo.

— Aqui?

Assim que a pergunta escapou de meus lábios o cenário a nossa volta mudou completamente. A floresta sumiu e no lugar dela surgiu uma cabana, a mesma que meu pai mandou construir próximo ao castelo anos atrás, onde minha mãe adorava ir quando queria um pouco de paz.

— Pode ficar aqui comigo. — ela repetiu — Não é isso o que quer?

Olhei nos olhos dela e minha mãe sorriu.

Seria tão ruim assim se eu ficasse? Dane-se o reino e todo o resto. Eu poderia ficar ali com ela, para sempre...

Mas não. Minha mãe sempre me deu muito amor, mas meu pai me deu ensinamentos, e um deles era de que eu deveria cuidar do reino e da minha irmã. Mas quem era o meu pai para me censurar naquele momento? Ele mesmo havia me abandonado quando decidiu continuar sua ultima luta até a morte. Ele não foi cuidadoso e deixou todo aquele fardo para mim. Ele não devia ter pensado em mim e no reino?

Eu sabia que meu pai havia se entregado à morte daquela forma por que não aguentava mais viver sem minha mãe. Ele queria trazê-la de volta, mas estava disposto a ir com ela se não houvesse outra escolha, não se importando em deixar suas filhas para trás. Ele não tinha nada a perder, mas eu tinha.

Eu queria ficar ali, com aquela que sempre havia me amado e cuidado de mim. Infelizmente aquela não era ela, não de verdade.

Me lembrei da minha irmã, do reino, de Vuur... Eu não poderia deixá-los para trás.

— Sinto muito. — sussurrei.

Dei um passo para trás e a paisagem tremulou.

— Por favor, minha filha... — ela implorou — Sinto sua falta.

— Eu também sinto. — respondi dando mais um passo para trás.

A floresta começou a ficar visível e a imagem dela se tornou um borrão.

— Sinto muito a sua falta, mãe.

Fechei os olhos e dei as costas.

Segui andando, sem olhar para trás.

Meu rosto estava encharcado com as lágrimas e eu tentava segurar as outras mais que queriam rolar dos meus olhos. A cada passo dado meu coração se apertava mais, mas eu não podia ficar.

Tatsuya - A Rainha DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora