𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝟏𝟔

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— Geto? Oh, quanto tempo. Pensei que você voltaria junto com o Nanami. — Com um sorriso de lado, a garota abraçou o corpo do homem mais alto que soltou uma breve risada. — Ah, espera... Você me chamou.

— Melhor sentarmos para poder explicar a situação.

O homem de cabelos pretos esticou seu braço puxando a cadeira para a moça, em passos lentos fez um breve sinal para o garçom e sentou-se ao outro lado. O clima do café era algo que transmitia paz, na TV mostrava pequenas séries animadas nas quais todos amavam pela época e design.

— Sabe, eu te considero muito. Sua amizade é muito importante para mim. — Começou com um sorriso de lado. — Eu não quero que nada crie barreiras entre a gente, principalmente uma mentira.

— Uma mentira? — [Nome] estava completamente confusa no momento, seu corpo empurrava-a para certeza, mas em sua cabeça estava tudo errado. — Como assim?

— Satoru tem seus segredos, mas eu tenho certeza que você sabe todos, não? — As pequenas xícaras de café foram colocadas na mesa acompanhadas de fatias de bolo ou outros doces. — Sabe, vocês se conhecem desde mais novos.

— Onde você está querendo chegar, Suguru?

— Você sabe como Toji morreu? — Geto tinha um leve sorriso nos lábios, enquanto levava a xícara a seu rosto. — Oh, ele não te contou.

Pode revirar suas lembranças, em meio a tenras sentenças você não irá entender e nem ao menos conseguir calcular as vezes que pode ser enganado ou não. Os fios [C/C] caiam sobre os olhos baixos da mais nova, enquanto seu peito doía e sua respiração ficava cada vez mais alterada pela leve pressão que fazia no peito, para a respiração se regular.

— Ele, eu não sei... — Coçou a parte de trás de sua cabeça, tomando o líquido quente. Ele descia lentamente sobre a garganta da garota, deixando cada vez mais a sensação de acumular peso em suas costas. — Ele só morreu, certo?

— Ele não te contou mesmo, que péssimo amigo. — Negando com a cabeça e estalando a língua diversas vezes em um "tsc", o homem de cabelos escuros acariciou a mão alheia de sua amiga. — Eu sinto muito...

— Está me deixando ansiosa! Me diga o que você sabe!

— Hã? Não juntou as peças? No mesmo dia que Toji morreu, Satoru visitou ele. — Getou foi simples tomando outro gole de seu café, virando o rosto para a janela. — Satoru matou Toji.

Um sorriso brincou sobre a boca de Suguru que apenas observava a reação única da mulher de cabelos [C/C]. Sua boca se encontrava entreaberta, seus olhos [C/O] encaravam o chão sem expressar qualquer coisa além de espanto. Poderia até mesmo chorar com o grande soco que havia levado em sua barriga, era como se tudo que houvesse acontecido fosse uma parte de roteiro cinematográfico produzido para um filme horrível mostrando sentimentos complexos até demais. Sentindo uma mão gelada em suas costas, seu rosto foi ao encontro do peito de Geto, enquanto o afago continuava em seus fios.

O momento no qual sentia todo seu corpo desabar, em partes estava completamente em fase de desacreditar qualquer coisa que saísse da boca do amigo antigo. As lágrimas já presentes desciam lentamente sobre a pele [C/P], e seus soluços eram abafados contra o peitoral do moreno que ainda acariciava o cabelo da mais nova.

— Comece a explicar se for uma brincadeira, Suguru! Satoru é alguém que só faz coisas boas! — Sua voz era arranhada aproveitando-se das lágrimas caindo em ritmo rápido sem dar notícias de término. — Por que ele mataria o Toji?

— Eu sempre me pergunto isso, sendo sincero não vejo motivos. — Sua voz era baixa apenas para [Nome] ouvir. — Saber que ele não contou isso para você, me deixou completamente assustado e indignado.

Geto com suas mãos agora vagas, ergueu o queixo encarando as orbes [C/O] levemente avermelhadas pelo choro. Com o polegar, secou a lágrima do olho esquerdo depositando um selar demorado sobre a testa alheia. Com um abraço reconfortante, Suguru sorriu de lado guiando a de cabelos [C/C] para fora do estabelecimento após sua conta ser paga.

— Sei que não gosta de detalhes mas, no dia que Toji foi morto vocês tinham brigado ou terminado, não entendi algo parecido com isso. — Continuou, apenas andando ao lado da garota que continuava calada. — Satoru é um grande amigo seu, ele pode ter se revoltado e simplesmente o matou.

— Não quero que eu fale dele por hoje. — Sua voz era baixa, e suas mãos foram em direção ao rosto limpando qualquer resquício de água. — Geto... Obrigada, por me contar algo que você estava guardando.

— Eu faria novamente se você precisasse da verdade.

Em meio ao início de pé d'água caindo sobre o rosto entristecido, seu coração havia novamente sido quebrado em mil partes como um delicado vidro de película. A roupa encharcada ou até mesmo uma futura doença não estavam a atingindo no momento, em uma parte não iria gritar ou apenas ter um grande surto pelo homem de cabelos brancos e olhos azulados. Em sua cabeça ela precisa de respostas, e as respostas estariam com ele. As respostas que definiram tudo, está apenas com ele.

— O que está fazendo na chuva? — A voz perfurou os ouvidos da garota que virou apenas uma parte do rosto. — Venha, você vai ficar doente.

— Gojo, você sabe como grandes histórias são feitas? — Soltou calmamente, sendo guardada pelo guarda-chuva protegendo-a da tempestade. — A maioria tem uma mentira misturada.

As íris azuis perfuraram o corpo mais baixo ao seu lado sem ao menos pronunciar algo até o caminho de sua casa, o choro havia cessado por alguns segundos antes de tentar voltar. Satoru pegou uma toalha para a amiga secando seus cabelos preparando uma peça de roupas para troca.

— Por que começou esse assunto? — Com roupas trocadas, o mais alto pegou a comida pronta esquentando no micro-ondas.

— Mentiras são contadas, mas sempre tem uma verdade entre elas. — [Nome] sorriu negando com a cabeça, e pendurando a toalha. — Eu acharia engraçado, se algumas não machucassem.

— Algumas mentiras são necessárias, apenas para proteger o estado mental da pessoa que está recebendo a mentira.

— Se ela descobrir seria um estrago pior. — Limpando os talheres, entregou um par para Gojo. — Satoru.

— Meu nome... — Ele está tenso, infelizmente havia sido encurralado.

— Quando sua mentira iria continuar?

Como Superar Um Término 𖧧 Ꮆ𝗼𝗷𝗼 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora