𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝟏𝟕

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— Eu não estou decepcionada com você, eu na verdade... Me sinto traída de certa forma, Satoru. — Apenas encarando o de fios brancos que continuara a usar sua expressão sem nenhuma reação certa, seu corpo estava parado em frente ao da garota mais nova. — Consegue ao menos me explicar o por que?

— Você não entenderia.

— Como eu não entenderia, se você ao menos perguntou? — Sua voz não se alterou em nenhum momento, mesmo sua face dando indícios de se contrair. — Você não sabe o que falar?

— Ele era alguém que eu estava tentando tirar do caminho, mais cedo ou mais tarde ele iria te machucar. — O clima estava mergulhado em um mar de tensão, era simplesmente desconfortável para qualquer ser passar por lá. — Eu só queria te proteger.

[Nome] ajeitou suas olhando a janela e suspirando vendo a chuva agora não mais presente, seus passos foram ouvidos por Gojo que ergueu suas íris azuis de forma confusa e atenta a cada passo que a mais baixa estava fazendo.

— Me deixa encaixar tudo... — Iniciou abrindo a porta esticando o braço confirmando que a chuva havia acabado. — Por enquanto... Só me deixa sozinha.

Assim se fez, vendo ela ir embora. Ele estava com as mãos atadas agora, mas por que suas costas estavam totalmente livres? Como se um peso saísse de suas costas. Os olhos azuis de Satoru encaravam a parede quando uma gota de água escorria por sua bochecha, com a sobrancelha levantada correu para frente do espelho vendo de suas orbes, lágrimas caírem sem parar enquanto um tom avermelhado invadia a parte branca. O único movimento feito com precisão foi pegar o celular e discar o número de seu amigo colocando-o sobre a orelha.

— Nanami... — Era baixa e em um vacilo, suas pernas cederam se encontrando com o chão. — Eu perdi.

O que poderia ter sido resolvido? Será que em situações nossa cabeça não consegue agir por si própria e ela mesma dá informações para seu corpo fazer totalmente o contrário. Uma mentira contada pode quebrar dependendo da pressão colocada sobre o peso.

Toji estava morto.
Toji morreu.
Toji foi morto.
Satoru matou Toji.
Qual lado está certo ou errado?
Por quê?

Com a porta batendo, os olhos de Megumi se encontraram com os da sua cuidadora, que tinha o nariz levemente avermelhado e fungadas saindo de seus lábios. O pequeno garotinho rapidamente se arrastando, tocou a pequena mãozinha sobre a perna de [Nome] balbuciando palavras desconexas de bebê, deixando pequenos tapinhas no local segurado.

— Megumi... — Abaixando, pode sentir o cheirinho de perfume de bebê e rapidamente o Fushiguro menor encostou sua cabeça no ombro da mais velha. — Obrigado.

— Parece que sua conversa não foi tão boa quanto eu pensei. — O homem de cabelos escuros saiu da cozinha limpando suas mãos em um pano, enquanto cruzava os braços na altura do peito. — Você quer conversar sobre isso?

— Eu quero esquecer isso por um momento. — Revelou apenas apertando o pequeno contra si, na chance de ter carinho e conforto em suas bochechas gordinhas.

Geto olhou a mulher à sua frente e sorriu deixando batidinhas sobre seus fios [C/C], em seguida apoiando seu braço nos ombros alheios. Com um pequeno aceno, caminhou com ambos até o quarto da mais nova, onde ajeitou cada parte apenas para um descanso.

— Você parece mãe dele. — O moreno refletiu vendo [Nome] trocar a fralda do bebê e o ajustar quentinho da cama. — É muito bonito.

— Nem um pouco, acho que tô mais pra uma irmã mais velha. — Tocou no narizinho do pequeno, que deixou um espirro escapar. — Ele é fofo.

— Ele gosta de você. Você conquista pessoas rápido.

Em um silêncio, a garota virou seus olhos para o lado e empurrou o moreno da cama soltando uma risada sem graça. O bebê ainda tinha uma carranca sempre que olhava para o homem mais velho, com os olhos cerrados e as sobrancelhas abaixadas.

— Eu devo deixar ele descansar por enquanto. —  Comentou deixando leves tapinhas sobre a fralda do pequeno, tirando o cabelo de frente de seu rosto. — Você comeu alguma coisa, Geto?

— Fiz um sanduíche antes do seu irmão deixar Megumi aqui comigo, eu achei melhor cuidar de tudo para você não ficar cansada. — Começou, vendo o pequeno se aninhar no colo da moça. — Você está com fome?

— Um pouco, mas acho que acabei perdendo a fome depois de um tempo. — Deitando-se sobre a cama, apoiou a cabeça sobre o travesseiro e fechou seus olhos, ainda acariciando as costas do pequeno que adormecida aos poucos. — Foram muitas coisas.

— Pode descansar, você vai dormir um pouco.

Um silêncio predominava no quarto, o moreno deixava pequenas carícias sobre o rosto da mais nova e remexendo seus fios [C/C] retirando algumas partes de seu rosto. Geto sorriu ao notar ambos os corpos com respiração calma, o pequeno apertava a blusa da mais velha de maneira protetora enquanto seu corpinho era embalado pelos braços da mulher.

Saindo do quarto seu celular foi colocado para fora mostrando o nome de uma das pessoas que conheceu a um tempo, caminhando até a cozinha verificou cada parte da casa antes de atender após se apoiar no balcão.

— Sobre as informações de Satoru. — Começou mexendo na geladeira procurando algo para comer. — Como você soube de isso tudo?

— Um bom mágico deixa seus segredos no sigilo. — O outro homem do lado da linha soltou uma risada ao ouvir um resmungo protestante de Geto. — Sério, vocês são amigos a tanto tempo e a única coisa que você sabe é que você quer a gata que namorou o Toji.

— Primeiro! Eu me interessei por [Nome] primeiro, Toji apenas se aproximou porque não deu brecha. — Se defendeu ligando o fogão, batendo suas mãos contra a coxa. — Segundo, nós nos afastamos, então não tinha o porquê de saber isso.

— Uh, mas eae? O que você conseguiu? Ela já está toda bobinha e outras coisas melosas?

— É bem mais difícil, tenho que esperar, sabe? Se aproximando com: "Eu entendo você, estou do seu lado." — Terminando o café, Geto jogou um pouco de açúcar pegando o pedaço de papel com a caneta. — Ela vai ver o quão bom eu sou. Tenho que ir.

— Hey! — Gritou antes do celular desligar, afastando levemente de seu ouvido. — Vê se não esquece meu pagamento.

— Adeus, Mahito.

Como Superar Um Término 𖧧 Ꮆ𝗼𝗷𝗼 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora