Na época da escola Akira Aikyo nunca foi boa em socializar com as pessoas, nunca foi boa em se comunicar. Mas Akira sempre havia sido boa em tirar fotos. E aquela sempre tinha sido sua melhor forma de se expressar.
Anos depois, Akira se tornou uma d...
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Fechei os olhos por um instante sentindo o vento bater contra meu rosto e dei um suspiro. Estava deitada na grama embaixo de uma árvore que ajudava a impedir o sol de me queimar completamente. Apenas levantei a câmera, ajustando a lente até que tudo ficasse exatamente do jeito que eu queria e tinha imaginado antes de tirar outra foto. Nada passava despercebido pelos meus olhos e nada escapava da minha câmera fotográfica. Ainda mais naquele dia ensolarado naquele parque cheio de gente de todas as idades e tipos indo de um lado para o outro.
Tirei outra foto, dessa vez de alguns passarinhos bonitinhos que estavam em um galho daquela imensa árvore. Afastei a câmera do meu rosto para analisar a foto, e até que não tinha saído uma catástrofe. Na verdade, tinha ficado mais bonita do que imaginei que ficaria.
Soltei um suspiro quando senti os dedos de Mitsuya afundarem no meu cabelo e me virei um pouco para olhar ele. Eu estava com a cabeça deitada em seu colo e ele com as costas apoiadas no tronco da árvore, ocupado demais desenhando algo que não me deixou ver para notar que eu o estava encarando. Eu soltei uma risada, esticando a mão para tirar algumas folhas que tinham caído no cabelo preto e lilás de Takashi e ele piscou os olhos lavanda, me olhando, antes de sorrir.
-Não vai me deixar ver mesmo?- eu disse fazendo um biquinho e ele arqueou uma sobrancelha para mim antes de dar um sorriso.
-Vou ganhar o que com isso?- ele disse e eu me levantei, aproximando o rosto do dele.
-Um beijo, que tal?- eu disse e ele riu, se inclinando na minha direção e me beijando. -Ei, não é justo, você nem me deixou ver!- eu brinquei e Takashi sorriu.
-Se você me deixar ver suas fotos.- ele disse dando de ombros e eu revirei os olhos, o empurrando de leve.
-Você já viu todas as minhas fotos, Takashi.- eu disse arqueando a sobrancelha. -Até as mais ridículas, quando eu era péssima nisso.
-Você nunca foi péssima nisso.- ele disse e eu torci o nariz. Deixei a câmera do meu lado e segurei o rosto dele em minhas mãos com carinho.
-Mentiroso.- eu cantarolei e ele pareceu bem perto de me contrariar, mas grudei a boca na dele, cortando as palavras de Mitsuya. As mãos dele envolveram minha cintura, e ele me abraçou com carinho contra si. -Mas acho que faz parte. Como namorado, você tem a obrigação de me dizer que sou boa!
-Mas eu não digo como obrigação, sua besta. - ele disse dando um peteleco no meu nariz. -Digo porque é a verdade. Acho que você só quer me ouvir dizer o quão maravilhosa você é, mas não que eu precise já que o mundo inteiro sabe quem você é.
Pisquei os olhos para ele, me fazendo de desentendida, e Takashi beliscou de leve minha coxa, me fazendo rir.
-Mas se você quer que eu diga, eu digo, e posso dizer todos os dias que você é a mulher mais incrível que eu conheço. - ele disse me olhando com aqueles olhos lavanda, me fazendo sorrir. Mitsuya aproximou os lábios do meu ouvido e sussurrou: -A mais gostosa também.
Ah, sim, eu certamente estava vermelha agora, e ele fazia isso apenas para me provocar porque sabia que eu ia reagir exatamente assim, e eu o odiava por isso!
-Takashi Mitsuya, você é o pior.- eu brinquei com um sorriso e ele me puxou para seu colo, me abraçando, o que me fez soltar uma risada.
Eu sequer era capaz de descrever o quão feliz Mitsuya me fazia. Tive outros relacionamentos antes dele, mas nenhum foi dessa forma. Nenhum homem antes tinha me tratado tão bem quanto Takashi fazia, tinha me dado tanto amor e carinho assim.
Takashi era o tipo de homem que admitia quando estava errado, que nunca levantava a voz, e que mesmo quando estava irritado com algo, preferia conversar ao invés de brigar. Ele era o tipo de homem que não escondia o que sentia, que era capaz de dar todo o amor e carinho do mundo, sem ter medo ou vergonha de mostrar isso para todos.
É, eu estava bem ciente que tinha muita, muita sorte de ter Mitsuya na minha vida, e tinha ainda mais sorte por ele ter escolhido ficar comigo.
Afinal, o que eu sequer tenho de tão especial assim?
-Já disse que amo seu sorriso hoje? - ele perguntou me beijando e, sim, aquilo me fez sorrir. Segurei o rosto dele, o dando mais um beijo. E outro e outro.
Havia vários jeitos de dizer e mostrar para uma pessoa que você a amava mesmo sem dizer que a amava com todas as letras. Mesmo que eu nunca tivesse dito em voz alta que o amava, toda vez que o beijava, toda vez que o tocava, era de um jeito que deixava óbvio tudo o que eu sentia por ele.
-Você deveria estar presa.- ele começou, me apertando com força e me fazendo rir.
-Ah, não, Mitsuya, você não vai continuar essa frase!- eu disse batendo de leve no ombro dele. Takashi me ignorou.
-Porque você roubou meu coração. - ele soltou, dando beijinhos no meu pescoço. Eu ri e balancei a cabeça.
-Você é tão bobo.- eu suspirei, deitando a cabeça contra o ombro dele e envolvendo os dedos nas mechas de Mitsuya. -Tão clichê!
-Não é minha culpa se você fez exatamente isso, meu amor.- ele disse arqueando a sobrancelha para mim e eu semicerrei os olhos.
-O que eu sequer fiz pra merecer você?- eu disse acariciando a bochecha dele de leve. Takashi segurou minha mão e pressionou os lábios na minha palma.
-Está fazendo a pergunta errada, amor. A pergunta certa é o que eu fiz pra merecer uma namorada tão gata, gostosa, inteligente e talentosa?- ele disse me beijando e beijando e beijando e eu ri.
-Assim você vai acabar me deixando muito convencida. - eu disse e ele deu de ombros.
-Convencida não, apenas aceitando a realidade. - ele disse, dando um beijo carinhoso na minha bochecha.
Eu saí do colo de Takashi e me ajeitei, me sentando no meio das pernas dele, apoiando as costas no peito dele e Mitsuya envolveu os braços ao redor de mim, me abraçando com força.
-Amor, sinto em te dizer isso, mas você não conseguiu me distrair o suficiente pra esquecer o que eu te pedi. Me deixa ver o que você tava fazendo!- eu falei com um biquinho, olhando aqueles olhos lavanta. Takashi riu antes de dar um peteleco na minha testa.
-Para de ser curiosa, Akira. Eu vou mostrar pra você.- ele disse e eu sorri. Takashi me deu um selinho antes de se afastar. -Mas não agora.
Maldito desgraçado.
Eu resmunguei e voltei a me encostar nele, fechando os olhos sentindo a carícia suave de Takashi no meu cabelo.
E eu poderia, facilmente, passar o resto da vida ali. Dentro dos braços de Takashi Mitsuya.
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