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Eu estava sozinha de novo

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Eu estava sozinha de novo. Fazia alguns dias que não via Yuzuha e ela não andava atendendo minhas ligações. Eu apenas esperava que ela estivesse bem e que não estivesse irritada comigo. Ia ser uma merda perder Yuzuha, ia ser uma merda perder a única pessoa que gostava de mim de verdade. Mas eu entenderia. Não é como se eu não merecesse isso, afinal. Eu sou uma grande imbecil e uma amiga de merda! Yuzuha merece uma amizade melhor do que a que eu posso oferecer. Eu sei. Pensamento de bosta, né? Mas é a verdade. Eu sou um caos e não sirvo para absolutamente nada, então porque alguém como ela ia querer minha amizade? É simplesmente idiota.

Eu estava chateada, claro que estava. Não tinha nem ido para escola aquela manhã porque tinha acordado com febre e me sentindo um lixo. Eu só queria ficar enfiada no meu quarto e desaparecer do universo! Não é como se eu fosse fazer falta, afinal. Quem sequer perceberia se eu sumisse? Meus pais podiam até ficar tristes a princípio, mas iam acabar superando isso eventualmente. Eu era apenas uma inútil sem um pingo de importância. Então porque eu ainda me importava em tentar mudar as coisas na minha vida desgraçada?

Enfiei o travesseiro contra o rosto e apertei com força, tentando conter as lágrimas. Eu achei que estava começando a sair daquele buraco onde passei boa parte da minha vida, mas quando cheguei ao topo, fui empurrada de volta para o fundo. Talvez eu ainda estivesse caindo naquela escuridão, agoniada porque o baque nunca chegava. Ia ser tão ruim assim se eu só... Sumisse?

Olhei meu celular de novo e nada; eu ia acabar atirando ele na parede a qualquer segundo graças a maldita ansiedade que não me deixava pensar em outra coisa que não em o quanto Yuzuha devia estar me odiando agora. Merda. Eu deveria fazer algo a respeito, não é? Ela era minha melhor amiga! Eu não suportaria perde-la. Seria... Bem, uma bela de uma merda!

Sabe de uma coisa? Ficar sentada esperando tudo se acertar é a pior decisão possível. Se eu não quero perder o que tenho com Yuzuha, eu tenho que lutar de verdade por isso! Ficar na porcaria do meu quarto me lamentando não vai adiantar nada.

Estava pensando nisso quando me levantei e troquei de roupa, me arrumando rápida como um raio para sair logo de casa. Meu pai estava trabalhando e minha mãe estava no telefone com alguém que queria patrocinar o sonho dela em ser uma grande pintora. Então, claro, ela nem percebeu quando eu saí de fininho de casa e fui em busca da minha amiga.

Eu já tinha ido na casa de Yuzuha antes, quando o irmão dela não estava. Apenas podia rezar para que apenas Yuzuha estivesse em casa. Ia ser uma bela de uma merda me deparar com o tal de Taiju, ainda mais depois do que tinha acontecido. Ele sim era assustador pra cacete! E um belo de um merda também. Que tipo de pessoa é tão covarde ao ponto de bater na própria irmã do jeito que ele faz? Posso não ter irmãos, mas sei que não é dessa forma que se ensina o que é certo e o que é errado! E ele é o irmão mais velho, deveria ser um exemplo, e não algo que ela abomina. Aquilo tudo era simplesmente horrível e bizarro demais.

Acho que percebi que as coisas não seriam tão simples assim quando virei uma rua perto da casa de Yuzuha e encontrei três caras com uniformes de gangue. Eu não entendia nada sobre gangues, mas Hakkai tinha me dito que fazia parte de uma chamada Tokyo Manji. E Yuzuha tinha comentado que Taiju era o líder da Black Dragons. Olhando aqueles garotos com aquele uniforme branco com um dragão e um B & D, não era difícil deduzir de onde eles eram. Que bela merda! Eu comecei a andar para trás antes que eles me vissem, mas, ah, sim, que beleza de sorte eu tenho! Naquele exato momento, eles se viraram para mim. E franziram o cenho.

-Ei, aquela ali não é a garota que ficou desafiando o chefe?- um deles perguntou. Os outros ficaram me analisando. Um deles deu um sorrisinho cruel.

-Ah, é ela mesmo, olhe a cara de pânico que ela está fazendo. Ei, garota, tá perdida?- ele gritou para mim.

Dessa vez, me virei e comecei a dar logo o fora dali. Mas não tinha nem alcançado o final da rua quando agarraram meu braço com força.

-Me solta.- eu disse com irritação quando o garoto me virou. Ele estava sorrindo.

-Eu te fiz uma pergunta, não foi não? Tá aqui por que? Quer arrumar uma briga, é?- ele cantarolou.

Fechei o punho com força; eu estava sozinha agora. E eu não podia depender para sempre de pessoas para cuidarem de mim e me safar quando eu estava em uma enrascada! Hakkai não estava ali, Yuzuha não estava ali. Aquilo era por minha conta.

Dei uma joelhada com força na virilha do garoto, e ele se curvou chocado e dolorido. Não dei muito tempo para ele reagir antes de enfiar a mão na cara dele. Uau! Eu nem sabia que sabia fazer isso. Meu punho ficou doendo pra caramba, mas o garoto caiu de costas no asfalto.

-Sua filha da puta!- ele gritou. Os outros dois estavam vindo na minha direção agora. -Deem um jeito nela!

Meu coração foi parar na garganta. Eu não ia conseguir dar conta de três! Ai, que merda. Me preparei para correr, tentando me acalmar o suficiente para isso. Se eu me desesperasse, não ia conseguir fugir de forma alguma!

Mas um garoto apareceu, se colocando entre mim e os outros três. Ele vestia um uniforme de gangue também, mas era preto. E o cabelo dele era... Espera um pouco, eu já não vi esse garoto antes?

-Puxa, é assim que vocês tratam uma mulher? A mãe de vocês não os deu educação não? - o garoto falou para os outros, que só pareceram ficar ainda mais putos.

-Não deveria se meter nisso. Não é assunto da Toman.- um dos garotos da Black Dragons cuspiu. Aquilo só fez o garoto na minha frente rir.

-Você quer lutar, é isso? Pode vir. - ele disse tranquilamente. O outro ficou visivelmente puto da vida, mas os dois ao seu lado começaram a puxa-lo.

-Cara, esse é o capitão da segunda divisão. Forte pra caralho. Não tô afim de ser amassado.- um deles disse. E ai eles começaram a se afastar.

-Esse não é o fim, tá beleza?- o grande imbecil disse antes de se afastarem e sumirem. Eu dei um suspiro aliviado.

Ai o garoto de cabelo cor prateado lilás virou para mim. Eu senti meu coração indo parar na garganta de novo, se de medo ou vergonha, não sei dizer.

-Obrigada por me ajudar.- eu falei. Ele deu um sorriso.

-Que nada, eles estavam sendo babacas. - ele falou. -Espera. Eu te conheço, não conheço não?

-An...- o que eu sequer deveria dizer, afinal? Eu estava em choque!

-Você é a garota que tirou uma foto minha com a Luna e a Mana.

-É. - eu disse meio sem graça. -E você faz parte de uma gangue?

Ele deu de ombros, como se aquilo não fosse nada de uau. Mas era sim! Porque, tipo, ele não fazia nem o pouco o tipo de cara que eu imaginaria sendo membro de gangue. Ele era calmo demais! Difícil imaginar isso. E os caras de agora pareceram ter medo dele, então ele certamente tem uma reputação. Uau!

-Eu sou Takashi Mitsuya. Acho que não me apresentei antes.- ele disse. Eu dei um sorriso para ele e depois fiquei com vergonha. Que vida cruel!

-Akira Aikyo. - eu falei. -Obrigada de novo por me ajudar, sério.

-Relaxa. Você pode me agradecer continuando a tirar as fotos incríveis que você tira.- ele disse e eu tenho certeza que fiquei vermelha que nem um tomate. -Foi legal te ver de novo, Akira. Quem sabe a gente não se vê por ai?

Ele me deu um tchauzinho e foi embora. E eu fiquei ali, que nem uma idiota, desejando que a gente realmente pudesse se ver de novo um dia. Quem sabe, né?

 Quem sabe, né?

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Data: 30/08/21

Destiny • Tokyo Revengers Onde histórias criam vida. Descubra agora