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Tinha muitas coisas me irritavam em Paris; o mau humor das pessoas era um desses fatores

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Tinha muitas coisas me irritavam em Paris; o mau humor das pessoas era um desses fatores. Era simplesmente insuportável e, sinceramente, muitas vezes eu tinha aquela leve vontade de agredir alguém. Claro que eu não ia fazer isso, mas a cada resposta mau educada ou revirar de olhos eu começava a me questionar por quanto mais tempo eu ia aguentar ficar nesse país. Depois disso, vem a porra da moda. Não me entenda da forma errada, meu namorado é estilista. Mas puta que pariu. Você não pode tentar ser uma pessoa sem classe em Paris!!!!

Sendo bem sincera, eu até gosto de estar aqui. Mas acho que, em algum momento desses cinco meses que estou morando aqui, todo o brilho acabou se perdendo no meio do mar de trabalho e obrigações que eu tenho.

E tem um fato muito importante, acima de todos os outros, que faz Paris ficar mais sem graça que qualquer outra coisa para mim: aqui não tem Takashi Mitsuya.

O que, sinceramente, era a porra de uma merda.

Sentia falta dele, tanta que às vezes pensava em simplesmente lançar o foda se e ir para o Japão, mas eu sabia que não podia fazer isso.

E o pior de tudo foram esses cinco meses sem conseguir ver ele. Cinco meses, e ele não conseguiu vir até aqui ou eu ir até lá.

O que também era a porra de uma merda.

-Aí meu Deus, que cara feia é essa, Akira? - sim, essa foi a primeira coisa que Yuzuha me disse quando atendi a chamada de vídeo. Revirei os olhos, mostrando para minha melhor amiga o dedo do meio, o que apenas a fez rir mais ainda. -Ah, que linda, já está com saudades de mim!

Bom, pelo menos alguém tinha conseguido vir me ver, mesmo eu achando que Yuzuha veio mais para ir até a Torre Eiffel do que qualquer outra coisa. Pelo menos foram duas semanas divertidas ter minha melhor amiga aqui comigo. Quase me fazia esquecer o quanto eu odiava esses franceses!

-Tive um dia péssimo. - eu suspirei, esfregando o resto com a mão livre. -E briguei com uma modelo que se achou no direito de ditar como eu deveria fazer o meu trabalho.

-Colocou ela de volta no lugar dela?- Yuzuha disse com um sorrisinho e lancei a ela um olhar perigoso. Yuzuha deu risada. -Você deveria levar as coisas mais de boa, Akira. Ainda falta um mês.

-Ter vindo pra cá foi um erro. - eu resmunguei, infeliz, e Yuzuha revirou os olhos. Acho que ela já estava de saco cheio de escutar esse mesmo discurso que vinha escutando nas últimas semanas. Mas paciência, é apenas a verdade!

-Você só está falando isso porque está cansada. Mas você sabe que não foi tudo ruim.

Bem, Yuzuha não estava errada, afinal; no fim das contas, tive mesmo momentos muito bons que passei aqui e não posso reclamar. Mas nas últimas semanas vim sentindo um desgaste tão grande que minha única vontade era de entrar em um avião e voltar para o Japão.

-E tem o lado positivo de ser bem mais fácil de você ir visitar sua mãe. - Ela disse arqueando a sobrancelha para mim e eu suspirei.

Nisso Yuzuha estava certa; apenas onze horas de trem e eu já estava de novo no lugar onde tinha passado boa parte da minha vida. Sinceramente, quando voltei para o Japão, não achei que fosse sentir falta da Itália (e não senti muito não, sendo bem sincera), mas agora, estando aqui na França, tudo o que eu mais queria era estar na Itália! Cheguei a conclusão que minha vida é a porra de uma piada do caralho, mas não tem muito que eu possa fazer a respeito, no fim das contas.

E, no fim das contas... Eu amo meu trabalho. Amo o que eu faço e não trocaria isso por nada no mundo. E, sendo bem sincera, meu trabalho aqui na França é o melhor que já consegui. Fico grata por ter escutado Yuzuha e vindo para cá, mesmo que as vezes meu coração ficasse tão pequeno que eu não fazia ideia se consegueria superar isso.

-Tá, tá, tanto faz. - eu disse dando de ombros e olhando o horário. Arregalei um pouco os olhos. -Preciso desligar.

Yuzuha me olhou daquele jeito intimidador dela, mas eu não dava a mínima para os olhares de Yuzuha. Digitei uma mensagem rapidamente avisando que iria me atrasar antes de voltar a encarar Yuzuha pela tela do celular.

-Precisa desligar porquê? Até onde eu sei, seu horário de trabalho já acabou, não?- ela disse, me fazendo revirar os olhos.

-Caramba, não tinha me dado conta que precisava de alguém para tomar conta da minha vida! - eu disse, cheia de sarcasmo. Yuzuha me olhou torto, mas eu não estava nem aí, ela que fosse se danar!

-Você vai sair com aquele cara lá?- ela falou torcendo o nariz e eu revirei os olhos para ela.

"Aquele cara lá" era o único amigo que tinha feito aqui na França e o motivo pelo qual eu não tinha surtado até agora! Então, Yuzuha não tinha o menor direito de me julgar por querer sair com um amigo.

Sim, eu estava bem ciente que Yuzuha estava se doendo por eu ter arranjado um amigo gato, francês e que provavelmente eu teria me interessado se eu não tivesse um namorado. E sabia muito bem que ela não gostava dele por motivos de que ela achava que ele dava em cima de mim. Uma puta idiotice, se quer saber.

-Tchau, Yuzuha!- eu falei, sem esperar por uma resposta antes de desligar a chamada.

Yuzuha que parasse de palhaçada. Porque eu ia curtir a minha noite depois de um dia estressante de trabalho.

 Porque eu ia curtir a minha noite depois de um dia estressante de trabalho

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Data: 04/12/21

Destiny • Tokyo Revengers Onde histórias criam vida. Descubra agora