Na época da escola Akira Aikyo nunca foi boa em socializar com as pessoas, nunca foi boa em se comunicar. Mas Akira sempre havia sido boa em tirar fotos. E aquela sempre tinha sido sua melhor forma de se expressar.
Anos depois, Akira se tornou uma d...
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Cheguei a conclusão de que eu era péssima em me planejar para ir para outro país. Porque minha viagem para França seria no dia seguinte, e, mesmo que eu tivesse organizado a maior parte das coisas, sequer tinha começado a arrumar minha mala ainda. O que era um problema, porque eu passaria seis meses lá, então precisava saber exatamente o que eu ia levar e o que eu deixaria aqui para Yuzuha roubar de mim enquanto eu estivesse fora.
-Você deveria ter começado a arrumar a mala dias atrás. - Mitsuya disse com o cenho franzido, uma clara reprovação. Torci o nariz para ele, arrancando umas roupas minhas que estavam nas mãos do meu namorado e as atirando dentro da mala. -Se você não dobrar, não vai caber tudo o que você quer levar.
Resmunguei algo entre um "aff" e um "tá bom, mãe", continuando a socar minhas coisas de qualquer jeito dentro da mala. Mitsuya deu um suspiro alto só pra me irritar, claramente indignado. Semicerrei os olhos para Takashi.
-Odeio arrumar malas.- eu disse com um suspiro dramático, jogando a última roupa nas minhas mãos lá dentro e me jogando na cama.
-Ah, sério? Nem tinha notado. - Mitsuya zombou, se sentando em cima de mim e me fazendo soltar um resmungo. Eu suspirei e ele se virou para me olhar.
-Quero comer pizza.- eu disse e Mitsuya riu, beliscando de leve minha coxa, me fazendo soltar uma careta.
-Você quer é fugir de organizar isso tudo, é isso o que você quer. - ele disse arqueando a sobrancelha para mim. Fiz cara de indignada para ele, mas ele não estava errado. E era foda admitir que Takashi me conhecia bem o suficiente para saber a verdade.
Eu apenas resmunguei com ele antes de o empurrar para o lado na cama e me deitar em cima dele. Mitsuya riu, mas não fez menção de me afastar, apenas levou a mão até o meu cabelo, começando uma carícia suave ali. Por um tempo, apenas ficamos em silêncio.
-Se você não for me visitar, vou te dar um pé. - eu brinquei e ele riu, me dando uma beliscada de leve. Apenas suspirei, o apertando com um pouco mais de força contra mim.
Me afastei de Takashi, apenas para fitar seus olhos lavanda. Ficamos assim, nos olhando, pelo que pareceu uma eternidade, e eu não me importava. Olhar Takashi Mitsuya era um colírio para os olhos, isso ninguém podia negar.
Estiquei a mão para acariciar de leve a bochecha dele e Mitsuya suspirou, me puxando para mais perto de si. Não demorou muito para que uma das mãos dele afundasse no meu cabelo e demorou menos ainda para que ele me puxasse para um beijo.
Não importava quantas vezes eu beijasse Takashi, a sensação sempre seria a mesma. Ter a língua dele percorrendo a minha daquele jeito calmo que ele fazia sempre faria meu coração ir parar na garganta. Era impressionante o efeito que Mitsuya tinha sobre mim. E eu não podia negar que gostava muito disso.
Deixei meus dedos entrelaçassem nas mechas lilases e pretas de Takashi e o puxei para mais perto ainda de mim, aprofundando aquele beijo, deixando que minha língua envolvesse a dele. Takashi me apertou contra si, me fazendo soltar um suspiro que o fez dar uma risada de leve.
O jeito que ele me beijava me deixava completamente sem fôlego e, ao mesmo tempo, eu não tinha a menor vontade de me afastar.
Mitsuya segurou meu lábio inferior entre seus dentes, puxando de leve, fazendo todo o autocontrole que me restava ir embora completamente. Eu, definitivamente, ia sentir muito a falta de Takashi quando eu fosse para França.
-Acho que vou sentir saudades de você. - eu brinquei com um sorriso quando nos afastamos e Takashi riu.
-Ah, é? Eu tenho certeza que você vai sentir minha falta. - ele cantarolou e eu o belisquei de leve.
Dei um suspiro, deitando minha cabeça no peito dele e fechando os olhos de leve, desejando nunca, jamais, ter que sair dos braços de Mitsuya.
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Eu odiava, com todas as minhas forças, despedidas. Ainda assim, lá estavam Hakkai e Yuzuha, me olhando bem perto de chorarem. Ah, espera aí. Hakkai não estava perto de chorar, ele estava mesmo chorando! O que só me fez ter mais vontade ainda de bater nele!
-Hakkai, pelo amor de Deus, eu não tô indo embora, são apenas alguns meses. Você como modelo deveria entender melhor do que ninguém!- eu disse meio indignada, e o que tive como resposta foi um abraço apertado que esmagou minhas costelas e me fez chiar de dor. Meus Deus, é um puta de um emocionado do caralho mesmo! Dei risada, abraçando meu amigo de volta.
-No fim das contas, olha aí você indo embora de novo. - Yuzuha resmungou para mim e eu fiz uma careta antes de a beliscar de leve, abraçando minha melhor amiga.
-Zuzu, sei que você não vive sem mim, mas eu vou voltar!- eu zombei e ela resmungou.
-Infelizmente, mas acho que posso sobreviver com isso. - ela riu e eu dei um beliscão forte no braço dela. Ela chiou. -Mande muitas fotos! E vê se não me ignora.
-Como se eu fosse super fazer isso, né, Yuzuha.- falei revirando os olhos e ela descartou meu comentário com um aceno.
Com um longo e pesado suspiro, caminhei até Takashi, que me olhava silenciosamente. Eu não disse nada antes de envolver a cintura dele com meus braços e o abraçar com força contra mim, um abraço que Takashi retribuiu do mesmo jeito.
Não dei a mínima para o fato de estarmos em um lugar público, no meio de dezenas de pessoas indo e vindo; apenas segurei o rosto de Mitsuya em minhas mãos e o beijei.
Bem, acho que as pessoas já estavam acostumadas a verem cenas como aquela no aeroporto, no fim das contas. Mas o que elas não sabiam era o como eu amava Takashi Mitsuya. E o como ter tomado aquela decisão foi extremamente difícil.
-Me liga quando chegar lá. - Takashi disse quando se afastou, me beijando de leve. Eu apenas assenti. -Amo você, Akira.
-Eu também amo você. - falei sorrindo.
Eu odiava despedidas, por isso não prolonguei mais aquele momento difícil antes de pegar minhas coisas e entrar para esperar o embarque. E não nego que olhei uma última vez para as três pessoas que mais importavam na minha vida antes de ir embora.
E, mesmo sabendo bem que aquele passo era muito importante para minha carreira... Não pude deixar de sentir como se um pedaço de mim tivesse ficado ali, com eles.
Olhei para a tela do meu celular, para a foto minha e de Takashi ali. Nós faríamos dar certo; e isso era tudo o que importava.
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