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Minha mãe, definitivamente, não sabia se misturar a moda dos francês

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Minha mãe, definitivamente, não sabia se misturar a moda dos francês. Estava usando uma camiseta do Mário Bross, calça jeans de um tom abóbora (se Mitsuya visse isso, ia morrer) (e eu deveria parar de pensar nele!) e botas simplesmente horrorosas. Não pude deixar de torcer o nariz olhando para minha mãe sem nenhum senso de moda. E olha que eu não tenho senso de moda! Mas minha mãe... Só por Deus na causa, e acho que nem Ele conseguiria salvar ela dessa perdição de breguice.

Ela estava sorrindo tanto para mim que parecia irradiar raios de sol. Estava animada e agitada, e eu não esperava menos dela. Desde que tinhamos deixado o Japão e ido para Itália, minha mãe era assim: feliz de verdade. Mesmo que eu soubesse que, independente de quantos anos se passassem, um pedaço de seu coração sempre estaria faltando, e esse pedaço era meu pai.

-Aí meu Deus, mãe, o que você tá fazendo aqui?- eu disse meio chocada, piscando os olhos e torcendo o nariz. Minha mãe fez uma cara indignada para mim antes de entrar dentro do apartamento e me abraçar com forças.

Acabei dando risada e a apertando em meus braços; estava precisando disso, precisando ter minha mãe aqui, comigo, me abraçando desse jeito que só ela sabia fazer. Me reconfortando do jeito que apenas ela poderia.

Pisquei os olhos com força para afastar as lágrimas que brotaram em meus olhos enquanto minha mãe acariciava meus cabelos com carinho. Fazia apenas um mês que eu não via ela, mas ficar longe da minha mãe sempre tinha sido um desafio muito grande para mim. Eu a amava, a amava tanto, tanto, que nem sabia como tinha conseguido deixar ela na Itália e me mudar de país!

-Você está com uma cara péssima, Akira!- ela disse horrorizada, arregalando os olhos para mim. -Está doente? Anda se alimentando direito? Aí meu Deus, eu sabia que essa comida francesa era uma merda!

Acabei dando outra risada e balancei a cabeça; algumas coisas nunca mudavam, e eu tinha bastante certeza que Mayumi Aikyo nunca iria mudar seu jeito maluco e completamente maternal de ser.

De repente, me senti mais animada e feliz. Ter minha mãe comigo mudava tudo. Fazia uma parte do meu coração, mesmo que pequena, se encaixar de volta no lugar. Fazia eu acreditar que tudo poderia ficar bem no dia seguinte e que eu podia dar um jeito em tudo, em todas as coisas ruins na minha vida.

-Que foto linda!- ela disse, encantada, olhando para a tela do meu computador. -Suas fotos são sempre perfeitas, filha. Nem precisam de edição.

-Obrigada, mãe. - eu falei com um sorriso, passando os braços ao redor da cintura dela e a apertando. -Giovanni não veio com você?

-Não.- ela falou com um suspiro antes de revirar os olhos e fazer cara feia, o que me fez rir. -Esse maldito italiano e seu ódio pelos franceses o impediram de vir ver a enteada predileta dele.

-A única também. - falei arqueando a sobrancelha e ela riu.

-Gostei do apartamento. - ela disse olhando ao redor. -É bem bonito e aconchegante.

-Não é grande coisa, mas dá para o gasto. Você deveria ir ver o meu do Japão. Muito mais bonito.- falei com um suspiro e ela arqueou a sobrancelha para mim. Torci o nariz. -Mas não quero falar disso.

-Ah, sim. Não quer tocar no assunto "Mitsuya" né?- ela falou, me fazendo torcer o nariz. Porra, estava bom demais para ser verdade! -Sabe que vim pra cá só por causa disso, não sabe?

Olhei para ela, perplexa e incrédula ao mesmo tempo. Não é possível que ela tenha vindo da Itália até a França, uma viajem de trem que leva onze malditas horas, apenas para deixar ainda mais clara sua opinião de que eu deveria falar com Takashi e tentar entender que merda tinha acontecido! Ela deve realmente gostar do meu namorado. Ainda posso chamar ele assim, afinal? Ou não deveria chamar de ex agora? Merda, isso é tudo tão confuso e tão merda!

-Pelo amor de Deus, Mayumi Aikyo! Dessa vez você foi longe demais, não acha não, mãe?- falei batendo o pé no chão, visivelmente irritada. Ela fez um gesto de tanto faz, como se não tivesse acabado de dar uma de maluca.

-Também vim pra conhecer a França. Aproveitar enquanto tenho um lugar para me hospedar gratuitamente e alguém para pagar minhas contas!- ela disse piscando os olhos de forma inocente. Eu olhei para ela antes de suspirar dramaticamente, o que só fez minha mãe rir mais ainda. -Vai, vamos, Akira. Sei que está na pior, e minha obrigação como mãe é tirar minha cria desse buraco!

Eu não pude conter o sorriso que cresceu nos meus lábios. Eu nem sabia que precisava tanto ter minha mãe ali até ela estar exatamente ali comigo.

-Podemos ir conhecer a Torre Eiffel? Sei que você já deve estar enjoada pra caramba de lá, mas podemos ir? - ela disse, olhos brilhando de empolgação, como se fosse uma criança, e eu dei risada.

-Claro, né, mãe. Vir pra Paris sem ir na Torre Eiffel, qual o nexo disso?- falei arqueando uma sobrancelha e ela riu.

E, no fim das contas, tudo poderia mesmo voltar a ficar bem. Ter minha mãe ali levantava meu astral e fazia tudo magicamente melhorar. Mesmo que ela tivesse ido até ali para tentar me convencer a falar com Takashi, bem... Eu não pensaria sobre isso. Pelo menos, não agora.

 Pelo menos, não agora

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Data: 06/12/21

Destiny • Tokyo Revengers Onde histórias criam vida. Descubra agora