A última semana que passou foi como se eu tivesse acionado um modo automático; eu ia para o trabalho, fazia o que tinha que fazer, editava minhas fotos, fazia minhas obrigações... Mas não sentia como se eu estivesse, de fato vivendo. Provavelmente porque eu não estava, afinal. Sentia como se tivesse um buraco no meu peito, um buraco gigante que eu não fazia sequer ideia de como dar um jeito.
Às vezes, tudo parecia um sonho; era como se eu tivesse sonhado que tinha visto aquela foto, até abrir os olhos e me lembrar que nada disso tinha sido um sonho. E que, no fim de tudo, a gente não tinha feito as coisas darem certo entre nós. E que claramente eu estivera errada quando pensei que Takashi e eu ficaríamos juntos, porque estava óbvio que não podíamos fazer isso.
E eu estava chorando novamente, as lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas e manchando o teclado do meu computador.
Com força, passei a mão pelo meu rosto para limpar qualquer traço daquela dor estúpida que eu não conseguia parar de sentir desde o momento maldito que vi aquela foto.
Naquele mesmo dia, Yuzuha lotou meu e-mail, provavelmente tentando dar uma merda de explicação para Takashi. Eu sequer cheguei as ler as mensagens de Yuzuha; as fotos nunca mentiam, e aquela também não mentia.
Mitusya tinha finalmente se cansado de mim, a chata, irritante e antissocial, a garota que apenas sabe socializar com a própria máquina fotográfica e que não presta para mais nada que não tirar fotos!
Durante aqueles dias todos, sequer toquei no meu celular novo ou fiz questão de mandar mensagem para Yuzuha. Eu não queria conversar com ela; não queria conversar com ela nem com ninguém, apenas queria ficar ali, no meu apartamento, junto com minha própria dor e tristeza.
Me sentia tão estúpida, tão vazia e sozinha. Dei meu coração para Mitsuya sem nem mesmo pensar duas vezes, porque sabia que ele cuidaria bem dele. Ou pelo menos era nisso que eu acreditava com todas as minhas forças. Mas aqui estou eu agora, com pedaços quebrados, sem saber como colocar tudo de volta no lugar, sem saber como eu sairia desse buraco no qual eu tinha sido atirada dentro. Nunca passei por algo assim antes, e nem mesmo sei se vou ser capaz de sair disso. Às vezes, me sentia tão chateada que imaginava que ficaria assim para sempre.
Nunca pensei que sofrer por um coração partido pudesse acontecer de verdade. Para mim, sempre tinha sido um exagero, um drama para filmes, livros, peças teatrais, mas nunca na vida real. Afinal, quem deixa de viver a própria vida por causa de um pé na bunda? Quem se afunda tanto dentro dessa tristeza ao ponto de não conseguir comer direito, ao ponto de sequer sentir vontade de levantar de manhã, ao ponto de achar todas as coisas que costumava amar um tédio porque nada mais fazia sentido sem a pessoa que você amava ao seu lado?
Para mim, tudo isso era uma grande merda. Até acontecer comigo; até eu me sentir tão perdida que não fazia mais a menor ideia de para onde estava indo ou deveria ir. Até eu me sentir sem nenhum tipo de valor, até me sentir como se fosse uma qualquer, descartada na primeira oportunidade!
Nunca pensei que Mitsuya fosse fazer isso comigo. Ele era o amor da minha vida, o melhor cara que eu já tinha conhecido. E aí, simplesmente... Joga tudo no lixo como se fosse nada. Como se eu fosse um monte de nada sem valor algum.
Eu poderia ficar o restante do dia com pensamentos desse tipo, mas o telefone fixo da casa começou a tocar.
Por um tempo, apenas fiquei encarando o aparelho que tocava, tocava e tocava sem parar, me questionando se eu devia ou não atender essa merda. Eu não queria papo com ninguém, mais especificamente, com os amigos que eu tinha deixado no Japão. Afinal, todos eles pareciam bem inclinados a tentarem arranjar justificativas para Mitsuya, e tudo o que eu menos precisava no momento era que ficassem do lado dele ao invés do meu lado, a grande corna de toda essa porra de história do caralho!
Mas aí me dei conta de um incrível detalhe: nenhum deles sabia meu número de telefone fixo, apenas do celular. Apenas duas pessoas sabiam o número daquele telefone que tocava sem parar: Oliver e minha mãe.
Oliver tinha passado a semana toda tentando me arrastar de um lado para o outro de Paris, mas eu simplesmente não tinha vontade de sair com ele, nem mesmo para os passeios incríveis que ele ofereceu me levar. Eu sabia que se fosse, não ia ser capaz de curtir nada, então apenas seria dinheiro jogado no lixo. E acho que ele percebeu que tudo o que eu mais queria era passar um tempo sozinha, pois me deu o espaço que eu precisava. Então sabia que não era ele que estava me ligando.
-Alô?- eu murmurei levando o aparelho até o ouvido.
-Amor da minha vida!- minha mãe disse de uma forma tão animada que me fez torcer o nariz. Tudo bem... -Ainda está tristinha?
Bem, mãe, é meio foda superar um chifre, né?
-Estou bem, mãe. Não precisa se preocupar comigo. - falei com um suspiro, esfregando os olhos.
-Claro que vou me preocupar com minha única filha!- ela ralhou e eu torci o nariz. Certo... -Você deveria abrir sua porta!- ela cantarolou e eu franzi o cenho, caminhando até a porta. Será que ela tinha mandado algo para mim?
-Porque eu preciso abrir a...- comecei, mas minha fala morreu assim que abri a porta e arregalei os olhos.
-Surpresa!- minha mãe gritou com animação, jogando os braços para cima.
Aí.
Meu.
Deus.
Boa tarde gente bonita! Tudo bem com vocês? Espero que sim!
Vim anunciar que estou escrevendo o último capítulo da fanfic e que se tudo der certo, posto tudo hoje :)
Espero que gostem!
~AnaData: 06/12/21
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Destiny • Tokyo Revengers
FanfictionNa época da escola Akira Aikyo nunca foi boa em socializar com as pessoas, nunca foi boa em se comunicar. Mas Akira sempre havia sido boa em tirar fotos. E aquela sempre tinha sido sua melhor forma de se expressar. Anos depois, Akira se tornou uma d...