Na época da escola Akira Aikyo nunca foi boa em socializar com as pessoas, nunca foi boa em se comunicar. Mas Akira sempre havia sido boa em tirar fotos. E aquela sempre tinha sido sua melhor forma de se expressar.
Anos depois, Akira se tornou uma d...
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Não falei com Mitsuya no dia seguinte e nem no outro e ele também não falou comigo durante os dias que se seguiram. Claro, minha raiva já tinha há muito se esgotado, mas, ainda assim, isso não era o suficiente para resolver as coisas não resolvidas entre nós, e eu estava verdadeiramente incomodada com toda essa situação catastrófica. Sinceramente, isso tudo era uma bela de uma merda e eu estava tão estressada que nem mesmo fazer o que eu amava eu estava conseguindo. Tudo o que eu conseguia pensar era no como eu tinha desapontado meu namorado, a um ponto que ele nem mesmo estava falando comigo.
Com um suspiro, passei as mãos pelos cabelos, tentando não surtar. Não aguentava mais olhar para aquelas fotos, não estava com cabeça o suficiente para editar cada uma delas, e sabia que quando eu tentava trabalhar desse jeito, tudo ficava uma bela merda. Por isso, abandonei o computador e me joguei no sofá, enfiando meu rosto nos travesseiros, desejando imensamente apenas desaparecer por um instante.
Acho que em algum momento eu acabei dormindo, pois acordei assustada com o barulho de alguém batendo na porta. Ainda meio sonolenta e confusa, eu me levantei, e não pensei muito antes de abrir. E aí, franzi o cenho em confusão quando fitei olhos lavanda.
-Takashi?- murmurei, esfregando os olhos. -Porque você...
-Acho que a gente precisa conversar. - ele falou e eu assenti, abrindo mais a porta para que ele entrasse, o que ele fez logo. -Mas pode ser depois se você estiver muito cansada.
-Não, eu... Tá tudo bem. - falei com um suspiro, tentando dar um jeito no meu cabelo. Provavelmente não deu nada certo pelo meio sorriso que brotou nos lábios de Mitsuya, que se inclinou na minha direção e passou a mão pelas minhas mechas, as ajeitando.
Ele se afastou e me olhou e ficamos em um silêncio constrangedor por um tempo. Eu odiava essa situação, odiava mesmo, por isso acabei suspirando.
-Desculpa. - eu disse, sem nem mesmo pensar duas vezes, e era sincero. Eu sentia mesmo muito por toda aquela situação péssima entre nós. -Não devia ter agido daquela forma, você tinha razão, fui idiota e...
-Não, Akira.- ele disse suspirando e eu pisquei os olhos, confusa. -Eu não deveria ter brigado com você, pelo menos não naquela hora. Eu entendo, você estava magoada, e eu não deveria ter piorado as coisas. Eu não sei o que você passou e não tenho direito de te julgar. Eu deveria ter te apoiado e não ficado contra você.
Não sei, exatamente, o que me fez começar a chorar, se foram as palavras dele ou o jeito que me olhava. Mas eu chorei e não tenho vergonha disso, porque chorar não era sinal de fraqueza. Takashi me puxou para seus braços, me abraçando com calma e carinho.
-Desculpa. - ele disse no meu ouvido e eu acabei dando uma risada.
-Porque a gente não fez isso antes? Teria me poupado dias pensando que ia tomar um pé na bunda.- eu brinquei, me afastando apenas o suficiente para olhar para os olhos dele. Mitsuya torceu o nariz para mim.
-Porque eu sequer terminaria com você apenas porque brigamos uma vez na vida sendo que eu te amo?- ele disse, com naturalidade, como se não fosse a primeira vez que ele dissesse que me amava em voz alta. Não nego que eu travei, olhando os olhos lavanda de Mitsuya. E ele riu. -Porque está fazendo essa cara de choque, Akira? Você já deveria ter se dado conta que eu amo você.
Tudo bem, eu sabia que ele me amava, mas escutar isso saindo da boca de Mitsuya era completamente diferente! Ele deu risada de mim, se inclinando na minha direção e me beijando com calma e carinho e eu apenas o abracei contra mim. Sinceramente, aquela briga entre nós tinha sido extremamente idiota e eu não via motivos para continuar com ela, não quando estar assim com ele era mil vezes melhor!
-Não sei o que você passou na adolescência, as coisas que teve que aguentar. Não tenho o direito de julgar você por ter reagido daquele jeito, sinto muito.- ele disse e eu apenas suspirei, deitando a cabeça no peito dele e fechando os olhos ao sentir o carinho de Takashi no meu cabelo.
-Foi horrível. Tudo o que aconteceu, o que faziam comigo. Porque eu não era só invisível, eu era a esquisita que não conseguia conversar com as pessoas sem ter um ataque de pânico no processo. - eu murmurei, piscando os olhos para afastar as lágrimas que surgiram ali. Takashi me apertou com um pouco mais de força contra si.
-Estão todos errados sobre você. - ele disse, beijando de leve minha cabeça. -Você é a mulher mais incrível que eu já conheci, e eu tenho sorte de ter você na minha vida, Akira.
-Você diz isso só porque é meu namorado.- eu disse e ele me beliscou de leve, me olhando feio.
-Eu digo isso porque é a verdade. Em partes porque te amo, sim, mas eu não te amaria se você não fosse quem você é. - ele disse e eu dei uma risada fraca, envolvendo meus dedos no cabelo dele.
-Obrigada. - eu disse e ele sorriu para mim antes de se inclinar na minha direção e me beijar.
As mãos de Takashi deslizaram pela minha cintura, me puxando para perto de si, grudando ainda mais nossos corpos. Eu segurei o rosto dele com carinho em minhas mãos, o beijando com todo o amor que eu tinha.
Mitsuya desceu a boca até meu pescoço, dando beijos que fizeram todo meu corpo arrepiar e ele riu de forma maliciosa contra minha pele.
-Você é ridículo.- eu disse com um sorriso idiota, o empurrando de leve e Takashi se afastou para me olhar com um sorriso. Segurei o rosto dele, me inclinando e o beijando de leve. -E eu também amo você.
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