Na época da escola Akira Aikyo nunca foi boa em socializar com as pessoas, nunca foi boa em se comunicar. Mas Akira sempre havia sido boa em tirar fotos. E aquela sempre tinha sido sua melhor forma de se expressar.
Anos depois, Akira se tornou uma d...
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Sentia que ia morrer por estar sem celular há três dias. Ainda mais depois de uma briga com Mitsuya. Era como se o mundo estivesse insistindo em me fuder, e pra melhorar tudo, por algum caralho de motivo, tinham bloqueado meu cartão quando fui comprar um celular novo! Moral da história: agora tenho que esperar sete dias para me mandarem outro cartão e ai finalmente comprar um celular. E, sim, isso estava me matando por um único motivo: como eu falaria com Takashi? Ele sequer sabia o que tinha acontecido comigo! Aí que merda. Pra melhorar tudo, eu não lembrava o e-mail dele e Yuzuha nunca respondia a merda dos meus e-mails!
Me sentia uma puta de uma derrotada. Motivo principal para a minha carranca na segunda, na terça e na quarta. As modelos até tinham parado de implicar com coisas estúpidas percebendo que meu humor estava o verdadeiro ção do inferno.
Depois de um dia extremamente estressante, estava em casa editando algumas fotos pelo computador. Aquelas provavelmente seriam as últimas que eu tiraria para o projeto, e agora apenas precisava trabalhar na edição de todo o conteúdo. E, depois disso... Finalmente voltaria para casa.
Nem sei dizer exatamente quanto tempo fiquei ali, concentrara em trabalhar naquelas fotos, mas tenho bastante certeza que foram horas pelo simples fato que minha cabeça começou a latejar de dor, por isso deixei a edição de lado. Ao invés disso, comecei a analisar fotos antigas.
Tinha fotos que eu realmente gostava muito. Como as fotos que eu tinha tirado da minha mãe em momentos que ela não estava prestando muita atenção, por exemplo quando ela estava pintando algum quadro novo. Ou as fotos do casamento dela, mesmo eu odiando tirar fotos de casamento! (tudo bem, depende muito do casamento, mas, em geral, prefiro tirar fotos espontâneas do que algo planejado) (talvez seja por isso que estou doida para meu contrato acabar logo e eu poder voltar para o Japão). E tinha fotos muito boas de Hakkai e Yuzuha, de quando éramos mais novos e até mesmo de agora.
Olhar para todas essas fotos apenas me trazia uma nostalgia e uma saudade que tomava conta do meu coração de uma forma absurda. Motivo pelo qual fiquei com o coração ainda mais apertado quando acabei caindo naquela foto de Takashi junto de Luna e Mana, quando eu sequer sabia quem ele era e não fazia a menor ideia de quem se tornaria para mim.
Apenas dei um suspiro olhando para aquela foto de um garoto de quinze anos que amava suas irmãs com todo o coração.
Sentia tanta, tanta a falta dele. Era um verdadeiro inferno ficar sem Mitsuya, e isso me assustava, assustava muito. Nunca tive dúvidas do amor que eu sentia por ele, mas também não imaginei que ficar sem Mitsuya fosse ser tão difícil assim!
Estava realmente muito perdida dentro de meus próprios pensamentos, por isso demorei para me tocar que tinha alguém batendo na porta. Me levantei rapidamente, sabendo muito bem quem me esperava do outro lado.
Oliver arqueou uma sobrancelha para mim e não esperou por uma resposta minha antes de entrar na minha casa, me fazendo soltar uma risada fraca.
-Já que a pobre proletariada não tem mais celular, resolvi vir pessoalmente verificar se está viva! Se tem comida e água, tudo bonitinho. - ele zombou com minha cara e eu não pensei muito antes de erguer o dedo do meio para Oliver, que riu.
-Que bom que você veio me ver! Preciso de um favor seu!- eu disse e ele arqueou a sobrancelha para mim, esperando que eu dissesse logo o que queria. Dei um sorrisinho para ele, piscando de forma inocente. -Me empresta seu celular?
-Vai ligar para seu namorado?- ele perguntou com uma risada e eu suspirei.
-Se eu ao menos soubesse o número dele de cor, eu ligaria. - eu resmunguei, arrancando uma risada de Oliver. -Vou mandar mensagem para a Yuzuha no Instagram, claro! Assim que resolvemos nossos problemas.
Acessei minha conta pelo celular de Oliver, agradecendo aos deuses por ainda lembrar a senha do meu Instagram. Esse tipo de informação costumava se perder no meio de tanta coisa que se passava na minha mente.
A primeira coisa que notei era as milhares de notificações no meu direct, me fazendo torcer o nariz. Ou o mundo está acabando, ou acham que eu morri. Um dos dois.
Quando estava prestes a abrir o direct para ver as mensagens, uma foto apareceu no meu feed. Era de uma conta de fã do Hakkai que ele tinha me feito seguir, claro, porque obviamente eu não ia seguir o fã clube do idiota se não tivesse sido ele a ter feito isso pelo meu celular!
A primeira coisa que me chamou a atenção foi o fato de claramente ter sido uma foto do Hakkai tirada por algum fã. Ele estava sorrindo como o grande idiota que ele era, e ao lado dele estava Yuzuha com a maior carranga mostrando o dedo do meio para câmera. Típico, não esperava menos.
Mas meu sorriso morreu e franzi a sobrancelha em confusão quando meus olhos se depararam com a pessoa no fundo da foto, um pouco fora de foco. Cabelos lilases e preto... Enfiei a cara no celular para olhar melhor, dando zoom na imagem.
E desejei não ter feito nada disso quando me dei conta do que tava rolando naquele pedaço da foto.
Um beijo;
Takashi Mitsuya estava com a boca pressionada na de alguém que claramente não era eu.
E o que restava do meu coração, naquele momento, se partiu em milhares de pedaços de tamanhos diferentes.
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