– Sem helicóptero hoje? – Diego perguntou divertido ao entrarem no estacionamento do aeroporto.
– Diego já ficou mal-acostumado – Santiago ria no banco da frente.
– Vamos num voo comercial porque o helicóptero é da empresa e está sendo usado para outros fins – Julieta explicou. – Por isso viemos tão cedo, do contrário poderíamos ter ido somente no horário da recepção e voltado no fim da noite, como fizemos no coquetel em Sitge.
– Faz sentido para mim – ele deu de ombros.
O motorista os ajudou a levar a bagagem até o despache, depois se despediu dos dois que foram fazer o check-in e embarcar no avião. As poltronas eram lado a lado, mas muito mais confortáveis que as da última vez que Diego esteve em um avião, era óbvio que Julieta não viajaria de classe econômica.
– Estamos na classe executiva? – Ele perguntou depois de se acomodar.
– Sim, a Olívia me disse que nesse avião não havia primeira classe e não podíamos esperar o próximo que tivesse porque corríamos o risco de atrasar o check-in no hotel. Mas acredito que não vá fazer muita diferença já que é um voo curto.
– Para mim faz muita diferença, eu nunca estive na classe executiva, muito menos na primeira classe – ele riu.
– Ah, claro. Eu as vezes me esqueço que você...
– Que eu sou pobre?
– Eu não ia dizer dessa forma.
– E como ia dizer?
– Bom, eu ia dizer... – ela refletiu por alguns segundos, mas ver Diego segurando o riso não permitia que ela se concentrasse.
– Admita, você não pensou em nenhum eufemismo.
– Está bem, eu não pensei. Eu provavelmente usaria essa palavra.
– Fica tranquila, pobre não é uma ofensa, mocosa é e eu te chamo assim do mesmo jeito.
– Sim e eu odeio, a propósito.
– Me lembra nossa infância no orfanato.
– Não era de todo ruim – ela sorriu, – apesar de você viver me importunando.
– Eu devia ser mesmo muito chato, mas talvez eu só não soubesse como chamar sua atenção.
Ele se virou para a janela para que Julieta não notasse que estava ruborizando, na mesma hora se arrependeu de ter falado demais, não teria coragem de revelar a paixonite que sentiu por ela na infância e gostava de pensar que havia superado isso mesmo que Nina e Miguel pensassem o contrário, então não havia motivo algum para contar isso agora.
– Porque você ia querer tanto chamar minha atenção? – A pergunta de Julieta era esperançosa.
– O avião vai decolar agora, eu não gosto muito dessa parte – ele mudou de assunto.
– Fica calmo, é bem rápido.
Ela sorriu e pousou a mão sobre a dele que descansava no braço da poltrona, nesse momento o rosto do garoto queimou ainda mais e ele alternou o olhar entre suas mãos e o rosto de sua acompanhante. Sua mente lhe dizia para não fazer isso, mas seu coração implorava para que ele entrelaçasse os dedos com os dela, obviamente a razão perdeu essa batalha e ao virar a palma da mão para cima segurando gentilmente a da garota ele sorriu de volta.
– Obrigado, mocosa.
Ele voltando a usar o apelido que já não incomodava tanto agora que foi associado à infância. O voo poderia ter demorado mais se isso significasse passar mais tempo de mãos dadas, mesmo a decolagem sendo o único momento que deixava Diego desconfortável, ele não queria interromper o contato físico que unia os dois e apenas aproveitou que Julieta não pareceu se incomodar de passar a viagem toda assim.
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Café e CEO [hiato]
RomanceE se a CEO fosse ela? O que o balconista de uma cafeteria tem a oferecer para a dona de uma multinacional? Um amor tão quente quanto o café. Atualizações todas as terças-feiras. Melhores rankings: 🏆 #1 namoro por contrato 🏆 #1 representatividade ...