Capítulo XVII

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Ainda faltavam 10 minutos e Diego já estava esperando Santiago, roupa confortável, cabelo penteado, o perfume favorito e uma coca de recapte nas mãos que suavam de nervosismo. Ele não sabia bem porque levava uma coca para Julieta, mas parecia uma boa ideia fazer algo para passar o tempo e ela gostava da receita que aprendeu com a señora Carmen. Pontualmente às nove Santiago dobrou a esquina com o SUV, assim que parou o carro, Diego entrou se sentando no banco da frente mesmo.

– Isso está com um cheiro muito melhor do que seja lá o que Julieta estava cozinhando – o chofer comentou.

– Julieta está cozinhando?

– Eu poderia supor que você está nervoso com essa informação, mas sua cara já não estava boa quando eu cheguei.

Diego assentiu voltando o olhar para a caixa em seu colo.

– Rosalia está passando uns dias com a irmã que está doente e Julieta resolveu se aventurar na cozinha enquanto ela não retorna.

– E ela pelo menos é boa?

– Não, boa sorte – ele disse simplesmente. – Tudo indica que o jantar de vocês está aí na tua mão...

O garoto não aguentou e caiu na gargalhada.

– Seu eu soubesse teria feito uma maior.

– Não conte para Julieta que eu falei, mas ela está se esforçando bastante essa noite.

– Pode deixar – garantiu.

Depois de mais algumas piadas sobre os dotes culinários da garota, passaram pelos portões da mansão e Santiago parou o carro nos fundos da casa, Diego entrou pela porta da cozinha sentindo um cheiro não tão ruim como esperava após os comentários de Santiago, na verdade o cheiro até estava bom. Julieta virada para o fogão, de costas para a porta olhava para a tela do laptop que exibia um homem de dólmã cozinhando qualquer coisa que Diego não conseguiu identificar. O cheiro era com certeza batatas, cebola e haviam ovos na bancada.

– Você não sabe cozinhar e resolveu fazer tortilla¹?

Julieta se assustou ao ouvir a voz de Diego por não ter percebido sua chegada, com um breve pulinho se virou para olhar o garoto entrar na cozinha.

– Eu achei que seria mais fácil do que realmente é – admitiu. – Pode me ajudar?

– Posso, claro – disse soltando a coca sobre a mesa. – Porém eu nunca acertei fazer esse prato.

– Então temos um problema... o que você trouxe? – Julieta franziu o cenho para o objeto que ele acabara de largar.

Coca de recapte.

– Ótimo, agora temos um plano C.

– Qual o plano B?

Gazpacho².

– Ao menos não vamos morrer de fome essa noite.

– Não seja ridículo – ela fez cara de ofendida levando a mão ao peito! – Ainda podemos telefonar para algum restaurante e pedir comida.

Diego riu negando com a cabeça e se aproximando mais da bancada onde ficava o fogão, lavou as mãos na pia e enquanto as secava perguntou a Julieta como poderia ajuda-la.

– Bom, agora falta a parte mais difícil, virar a tortilla.

– Essa é a parte que não sei fazer – ele explicou. – O quão disposta você está em limpar seu fogão hoje?

– Vou pensar nisso com carinho, mas agradeço se pudermos evitar.

– Não consigo garantir.

– Olha, nesse vídeo dá a dica de usar um prato como apoio... poderíamos tentar... – ela sugeriu.

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