Estava perto das três da tarde quando Julieta entrou no Sant Eulália Café, na mesa que ocupou no domingo estava um casal, por isso resolveu sentar em outra mais para os fundos da cafeteria. Viu Diego atrás do balcão conversando com uma mulher de boa aparência e ele pareceu não notar sua chegada, um homem de meia idade com uma barba grisalha bem desenhada e o uniforme do local se aproximou dela e cumprimentou sorrindo, mas antes que pudesse anotar o pedido da moça, Diego apareceu ao seu lado.
Com a mão no seu ombro disse:
- Pode deixar que eu atendo essa mesa, papà.
O homem olhou para Julieta e trocou olhares por alguns segundos com Diego antes de assentir.
- Eu cuido do caixa - deu uma piscadela e saiu.
- E então, dona Julieta? O que deseja?
- Vim pela coca de recapte, - Julieta respondeu rapidamente - é muito boa.
- Imaginei que você fosse gostar... - Diego não evitou o sorriso largo - mas se me permite, os churros de chocolate também são especialidade da casa.
- Eu vou experimentar.
- Eu lembro que você gostava no orfanato...
- Lembra? - Arregalou os olhos surpresa. Ele por sua vez corou.
- Trago logo.
Diego voltou para o balcão e começou a separar o pedido de Julieta que discretamente acompanhou seus movimentos, ele pegou xícara, pires e prato, alinhou tudo na bandeja e serviu alguns churros e o chocolate quente cremoso. A outra garçonete, Nina, fez menção de pegar a bandeja, mas o rapaz disse algo que a fez soltar e olhar na direção de Julieta, fez uma expressão assustada e voltou para a cozinha, ele caminhou até a mesa colocando o pedido à frente da cliente.
- Bom apetite!
- Obrigada - Julieta esboçou um sorriso sem desviar o olhar de Diego.
- Bom... então...se precisar de algo mais, é só chamar.
- Certo... obrigada... de novo.
Ainda o encarando, ela abriu a boca como se fosse falar algo, ao invés disso desviou o olhar para os churros a sua frente, pensou em elogiar a aparência e o cheiro do prato, mas Diego já havia virado para a outra mesa. Ela apenas pegou um dos churros e mergulhou no chocolate como é comumente consumido na Espanha, já na primeira mordida entendeu porque era considerado especialidade da casa.
Enquanto comia notou o clima daquele lugar, era aconchegante e animado. Haviam alguns turistas como em qualquer parte da cidade, mas também pessoas que chamavam os funcionários pelo nome e davam a impressão de serem frequentadores da cafeteria. E Diego... bom, ele era o mesmo garoto do orfanato, brincalhão, as vezes irritante, falava com todos e sorria o tempo todo.
Hora ou outra os olhares se cruzavam e Julieta disfarçava, Diego fingia que não via e secretamente sorria satisfeito com o visível constrangimento dela ao ser flagrada o encarando. Quem olhava até poderia acreditar que estava simplesmente servindo mesas e falando com os clientes como todos os dias, só ele sabia como a presença de Julieta mexia com suas estruturas, era quase impossível não olhar para ela e era reconfortante perceber que ela olhava também.
Quando terminou de comer, Julieta se dirigiu ao caixa para pagar sua conta. O homem a quem Diego chamou de pai era igualmente simpático com os clientes e perguntava a uma senhorinha como estava o neto dela, eles conversavam sem pressa enquanto Julieta aguardava impaciente na fila, checando o telefone, viu alguns e-mails do trabalho e precisava retornar urgente ao escritório.
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Café e CEO [hiato]
RomanceE se a CEO fosse ela? O que o balconista de uma cafeteria tem a oferecer para a dona de uma multinacional? Um amor tão quente quanto o café. Atualizações todas as terças-feiras. Melhores rankings: 🏆 #1 namoro por contrato 🏆 #1 representatividade ...