Capítulo XXIII

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No dia seguinte, Julieta acordou sozinha no sofá, sentou-se olhando ao redor e quando chamou por Diego não obteve resposta. No living havia um carrinho de serviço de quarto com uma bandeja, ergueu a cloche e percebeu que era seu café da manhã, algumas torradas, geleia, uma salada de frutas e suco de laranja, em um cantinho ao lado do prato um bilhete com a caligrafia que reconhecia da embalagem de sua primeira coca de recapte em Barcelona.

"Volto logo, me espere no hotel"

Não era como se ela tivesse qualquer pretensão de ir a algum lugar àquela hora, ainda assim aguardou curiosa o retorno de Diego, preferiu não telefonar para ele já que havia deixado o bilhete. Onde quer que tivesse ido, não demoraria o dia todo e o voo que pegariam partiria somente anoite. Por fim, ela estava certa, mal havia terminado seu banho quando ouviu o garoto abrir a porta.

– Ainda não tomou seu desayuno¹? – Diego perguntou assim que a viu voltar para o living de roupão.

– Na verdade acabei de acordar, resolvi tomar um banho antes de comer. Ainda estava com a maquiagem de ontem.

– Então se apresse, eu tenho uma surpresa e você não vai querer perder tempo.

– Onde você estava? – Julieta perguntou com os olhos semicerrados.

– No mesmo lugar para onde vamos agora. Eu fui apenas buscar os ingressos para garantir que não ficaremos na fila.

– Ingressos? Fila? Do que você está falando?

– Coloque sapatos confortáveis e confie em mim – ele pediu sorridente.

Para Diego era apenas um modo de falar, mas apenas Julieta sabia o quanto ela realmente confiava nele. Tudo o que lhe contou na noite anterior era apenas uma parte da história que ela jamais pensou em contar a alguém, além de Santiago não havia mais ninguém que ela acreditasse se importar o suficiente com ela até reencontrar Diego.

 Tudo o que lhe contou na noite anterior era apenas uma parte da história que ela jamais pensou em contar a alguém, além de Santiago não havia mais ninguém que ela acreditasse se importar o suficiente com ela até reencontrar Diego

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Algum tempo depois, os dois já ocupavam o elevador do hotel em direção ao saguão de entrada. O garoto parecia não se conter de ansiedade, estava guardando aquele segredo durante a semana toda e quanto mais perto da hora de revelar, mais ansioso ficava. Quando chegaram na porta principal do prédio, Julieta parou para aguardar que o valete trouxesse o carro enquanto Diego seguiu à sua frente, depois de alguns passos ele parou e olhou para trás com expressão divertida.

– Nós vamos andando – anunciou.

– Mas está nublado, vai chover!

– Você não é de açúcar, Julieta. Não há mal em se molhar um pouco.

– Quando vai me contar onde é esse lugar? – Julieta perguntou correndo para alcança-lo.

– Só vai saber quando chegar lá.

– Me dá pelo menos uma dica.

– Tem algum museu em Madrid que você não tenha visitado nos anos que morou aqui?

Café e CEO [hiato]Onde histórias criam vida. Descubra agora