Capítulo VIII

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Era um hotel cinco estrelas de frente para o mar, o salão de eventos ficava no térreo acoplado ao restaurante, mas num ambiente privado. Havia um bar com balcão de madeira escura e toda sorte de bebidas dispostas em prateleiras de vidro atrás dos bartenders, toda a parede voltada para o mar era de vidro e se podia ver a praia muito bem, algumas mesas elegantes estavam dispostas pelo salão com os lugares marcados e Julieta andava entre as pessoas cumprimentando um a um.

Diego se aproximou do bar e pediu outra dose de whisky reparando que era isso que os cavalheiros estavam bebendo, ficou ali encostado ao balcão olhando ao redor e analisando todas aquelas pessoas bem vestidas, exalando luxo. Julieta não tardou a encontrar seu acompanhante e chamou para sentarem em seus lugares na mesa mais próxima ao palco improvisado.

– O que vai ter nesse palanque? – Diego perguntou interessado.

– Um leilão de arte, são quadros de pintores locais e os valores arrecadados serão doados aos orfanatos ao redor do país.

– É sério?

– Minha mãe começou com isso muito antes de descobrir que não podia ter filhos, o orfanato onde moramos é um dos beneficiados.

– Eu não me lembro de a Dona Carmen mencionar isso nem uma vez.

– Quando minha mãe morreu, os leilões pararam por que não havia quem organizasse tudo. Há cinco anos convenci meu pai de que deveríamos retomar o projeto, não foi fácil refazer os contatos, mas agora que estou à frente da empresa vou garantir que eles aconteçam ao menos duas vezes por ano.

– É um projeto muito bom. Eu nunca fui a um leilão.

– Fique à vontade para dar alguns lances.

– Não acho que eles estejam dentro do meu orçamento.

– Deixa essa parte comigo, só se divirta.

– E eu faço o que com os quadros depois? Não combinam com meu apartamento.

– Eu fico com o que você arrematar, preciso terminar de decorar minha casa.

– Então vou escolher um para te dar de presente com o seu dinheiro.

– Não é bem assim que os presentes funcionam, mas aceito – Julieta sorriu simpática.

– Aquela mulher de vestido preto veio pedir meu nome para o leilão.

– E você deu?

– Eu disse que não participaria, mas ela insistiu e disse que era para a caridade. Então eu pensei em colocar meu nome nessa lista e apenas não dar nenhum lance – deu de ombros.

– Não foi exatamente isso que você fez – Julieta riu. – Desculpa, Diego. Eu deveria ter te avisado, eu só não me lembrei que elas ainda faziam isso.

– Isso o que?

– Depois que os maridos estão bêbados demais para repararem no que as mulheres fazem, acontece um "leilão dos jovens solteiros" do evento.

– Como assim? Eu vou ser leiloado?

– Sim, é isso. Vão te chamar no palanque e as senhoras darão lances em você, a que te arrematar te leva para um "encontro" amanhã anoite.

– Que tipo de encontro?

– Vai da imaginação de quem fizer o arremate.

– Tem limites?

Julieta apenas balançou a cabeça em negativa com um sorriso malicioso.

– Você está brincando, né? Elas ficavam me olhando como se eu fosse um pedaço de carne!

Café e CEO [hiato]Onde histórias criam vida. Descubra agora