XVI

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Depois que o médico chegou, Antony me explicou que era amigo dele e por isso tinha vindo tão tarde. Esperei na sala de mídia, preferi ficar lá, em algum momento acabei dormindo e acordei quando Antony chegou já deitando por cima de mim.

- Você sabia que é pesado? - pergunto baixinho e começo a fazer cafuné nele.

- Arthur está bem, vai mancar um pouco, mas só foi um machucado de leve. - ele me abraça forte e coloca o rosto no meu pescoço - Ele praticamente me exigiu uma cama nova, mandei ele e Juliana para o quartinho.

- Quando vai contar que vai vender a casa? - pergunto ainda de olhos fechados.

- Depois da festa, minha mãe já fez questão de convidar alguns compradores em potencial. - sinto a respiração quente dele no meu pescoço - Podemos não falar disso agora?

Fiquei em silêncio, só queria dormir um pouco e descansar, Antony dormiu antes de mim e comecei a notar pequenos detalhes como: ele dormia com um sorriso no canto da boca, ele, apesar de tudo, ainda protegia Arthur, e ele estava exausto, dormi enquanto fazia cafuné nele.

[...]

Durante os dois dias que se passaram, sempre tinha uma troca de farpas durante as refeições, Juliana não ia mais para a própria casa e começou a enjoar todas as manhãs, Arthur constantemente falava sobre como era horrível o quartinho, Antony lembrava de como ele gostou de transar com a Juliana lá. A festa seria amanhã cedo, o jardim agora estava todo iluminado e enfeitado para a festa, a noite ficava ainda mais lindo. Eu estava perto da piscina, observando os poucos vagalumes que apareciam no jardim, estava sentada em uma toalha que coloquei na grama e uma xícara de chocolate quente do meu lado.

- Você sempre gostou desse jardim. - a voz de Arthur me assusta - Desculpa - ele sorri - não foi intencional.

- O que quer? - pergunto olhando novamente para os vagalumes.

- Conversar. - ele senta ao meu lado e olha para baixo - Sinto sua falta...

- Preciso lembrar que a culpa foi sua? - pergunto ríspida e ele nega com a cabeça.

- Não quero brigar. - ele segura minha mão e coloca algo - Isso é seu.

Olho para minha mão e era a aliança, a aliança que eu escolhi, coloquei de volta na mão dele e deitei olhando para o céu.

- Não, não mais. - falo baixinho e ele passa as mãos entre os cachos.

- Lembro de quando passamos na lojinha da praia, você foi direto nas pulseiras, te puxei para onde estavam os anéis, as vezes você é tão distraída - ele sorri - deixei que escolhesse porque eu era sempre péssimo para essas coisas... Lembra do brinco de tartaruga?

- Aquilo era horrível. - ri baixinho - Aquilo era uma tartaruga? - sento ainda rindo.

- Também não precisa humilhar. - ele coloca a mão no peito fingindo está magoado - Quando escolheu as alianças, percebi que você era o que faltava na minha vida.

- Bom gosto? - pergunto e ele me empurra levemente.

- Você é má. - Ele sorri e novamente passa a mão pelo cabelo - Tudo, era tudo. Quando comecei a ficar com a Juliana... - ele para e baixa a cabeça - eu não sei o que eu estava pensando, eu não sei... - ele balança a cabeça e ri - Só, me desculpa...- ele levanta e dá alguns passos - Boa noite Anna.

Observo ele caminhar pelo jardim e entrar na casa, voltei a deitar na toalha e a olhar para o céu estrelado, alguns minutos depois Antony apareceu. Ele estava todo de preto, uma camisa de manga longa e gola alta, uma corrente de prata, calça e tênis preto, o cabelo preso no coque e aquele sorriso de lado, e o mais surpreendente, óculos, ele estava de óculos.

O Irmão do meu Ex-namorado  [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora