XXI

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Duas semanas, esse era o tempo que eu e Antony estávamos namorando oficialmente, três semanas que transamos na varanda do quarto dele. Hoje era o dia de visitar a casa do Sr. Campbell, fomos no carro dele, admito que eu estava com muita preguiça de dirigir.

- Lembra quando você dizia que ia pegar um carro no meio da madrugada e sair sem rumo? - Antony fala enquanto eu reviso o projeto no fichário.

- Ainda tenho planos para isso. - falo sorrindo de canto e escuro ele ri.

- Eu não consigo entender como me apaixonei por você. - ele me olha sorrindo quando eu o olho confusa - Você não gosta de chocolate branco, me convenceu a colocar a porcaria da cama no meio do quarto...

- Fica visivelmente mais bonito. - o interrompi - Sou design de interiores, meio que sou formada para isso.

- Vou deixar isso passar - ele dá risada - Você nunca gostou da ideia do casamento, sempre preferiu uma viagem no lugar da festa.

- Se estão morando junto, já é quase a mesma coisa de casamento, pra quê gastar dinheiro com festa? Uma viagem seria muito melhor. - fecho o fichário no meu colo.

- Ainda acho que uma festa é necessário. - ele fala enquanto faz uma curva para a área da floresta.

- Se você diz. - começo a prestar atenção na floresta que se estendia por ali, era pelo menos uns 10 minutos de floresta antes de chegar na área das casas. De repente, Antony para o carro e desce - O quê está fazendo?

- Só lembrei de uma coisa. - ele volta para o carro e me entrega uma flor branca e sorrio.

- Uma flor de beira de estrada. - guardo a flor entre duas folhas do fichário - Agora ela vai viver para sempre.

- Você sempre foi fácil de agradar. - ele volta a dirigir - Lembro quando dizia como seria fácil alguém te conquistar.

- Vai mesmo tirar sarro de uma coisa que eu falei anos atrás? - pergunto voltando a olhar para a floresta.

- Não estou tirando sarro, eu achei bonitinho.

- E do quê você lembra?

- Você dizia que precisava ser uma pessoa que te fizesse rir, mas que não fosse palhaça nas horas sérias tipo uma DR. Que te enchesse de mensagens, por mais idiotas que fossem, que demonstrasse o quanto gosta de você, o quanto pensa em você, mesmo com uma flor de beira de estrada.

- Você lembra bastante coisa. - sorrio.

- E vou usar tudo isso para te conquistar todos os dias. - ele segura minha mão e sinto um arrepio percorrer meu corpo - E se um dia você desistir de mim, vou te fazer lembrar o porquê você me ama e te conquistar de novo.

- Seu convencido. - reviro os olhos e ele rir.

[...]

Quando chegamos na casa do Sr. Campbell, a casa estava desocupada, então fomos olhar tudo por dentro. A casa estava uma bagunça devido a reforma nos dois andares, mas era linda. Quatro quartos, cinco banheiros, uma sala de estar e uma de jantar, uma cozinha divina, a dispensa e a área de serviço. Do lado de fora tinha uma pequena área de lazer, uma jacuzzi, uma piscina e um jardim.

- Precisamos de uma casa assim. - Antony fala quando sentamos no banco de madeira na área de lazer.

- Precisamos? - pergunto encostando minha cabeça no ombro dele.

- Sim, já que vamos morar juntos. - ele fala e eu o olho.

- Quer mesmo continuar morando comigo?

- Algum problema?

- Não, é só que... - mordo meu lábio - Não tem medo de se arrepender?

- Não. - ele me dá um selinho na testa e então escutamos carros chegando - Finalmente, vamos ao trabalho.

[...]

No final do dia estávamos exaustos, primeiro uma equipe de faxina chegou, e depois a equipe de Antony que cuidaria da piscina, por último, os pintores, a casa estava ficando linda, só faltava a conclusão da piscina e os móveis. Voltamos para casa exaustos, mas as coisas tinham que dar errado. Quando chegamos, a porta do meu apartamento estava aberta e dois pares de sapatos, que eu conhecia bem, estava no tapete da entrada.

- Freya? - entro no apartamento já gritando por ela que vem correndo na minha direção e me abraça.

- Cheguei. - ela fala toda animada.

- Eu estou vendo. - sorrio - Este é o Antony.

- Eu sei, meu namorado gosta muito das suas lives. - ela o abraça também e ele retribui mas me olha confuso.

- Então...o que está fazendo aqui? - Pergunto jogando meus sapatos no canto. Antony me dá um selinho e sai da sala com a desculpa de que ia tomar banho.

- Vim te visitar. - ela se joga no sofá e me puxa para sentar ao lado dela.

- Te conheço Freya, pode ir falando. - cruzo os braços e ela me olha apreensiva.

- Primeiro, vai ter que prometer que não vai gritar comigo e nem brigar. - ela morde o lábio e apenas balanço a cabeça - Eu e meu namorado tivemos uma discussão sobre uma coisa, e talvez eu termine com ele. Ele é tão estúpido, como não vi isso antes?

- Por quê brigaram? - pergunto enquanto tento acompanhar a rapidez com que ela falava.

- Ele queria que eu abortasse a criança, e eu disse que não, não vou...- a interrompo.

- Que criança? - provavelmente minha cara agora era de uma psicopata porque ela me olhou com bastante medo.

- Você vai ser tia! - ela fala animada e escuto algo cair atrás de mim. Olho para trás e Antony estava com uma cara de surpresa igual a minha e um copo de plástico caído no chão - E você vai ser tio!

- Freya, olha para mim - seguro o rosto dela - Você tem 17 anos anos, tem certeza de que está grávida?

- Tenho. - ela sorri e coloca a mão na barriga que só aí percebo que já está grandinha - De cincos meses.

- Freya, você vai fazer 18 na próxima semana, não tem responsabilidade para cuidar de uma criança. - falo segurando as mãos dela e ela baixa a cabeça.

- Eu sei... Por isso vim pedir ajuda, tenho medo do nosso pai me colocar para fora de casa. - ela aperta minhas mãos com força.

- Ele nunca faria isso, você sabe Freya. - Antony fala se aproximando de nós duas com um pano nas mãos.

- Não mesmo. - falo ainda tentando digerir a informação.

- Ele talvez não, mas a minha mãe...- ela morde o lábio - Ela surtou quando eu contei, saí correndo de lá e vim para cá.

- Você só contou para ela agora? - pergunto olhando para a barriga dela.

- Bom, eu só descobri ontem então...- ela passa a mão no cabelo envergonhada.

- Você só notou que estava grávida cinco meses depois? - Antony pergunta incrédulo.

- Tecnicamente já vai fazer seis meses então...

- Freya! - levanto do sofá - Seis meses? Como não notou antes?

- Eu não sei... - ela baixa a cabeça e respiro fundo, não era de um sermão que ela precisava agora, sentei no sofá e a abracei.

- Estou aqui, está bem? - lhe dou um beijo na testa enquanto ela chora baixinho - Vai ficar tudo bem.

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O Irmão do meu Ex-namorado  [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora