XIX

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Acordei com o forte barulho de chuva, aparentemente uma tempestade estava caindo lá fora. Antony estava do meu lado, ainda abraçado comigo, eu em algum momento tinha colocado uma camisa dele. Levantei da cama e fui até a varanda, as coisas da festa já tinha sido retiradas, olhei para o relógio na parede e faltava poucos minutos para dar duas horas da tarde, voltei a olhar para fora e senti braços na minha cintura e um beijo no meu pescoço.

- Odeio acordar sozinho. - ele sussurra no meu ouvido e eu sorrio.

- Não estava sozinho, eu estava aqui na varanda seu dramático. - olho pra ele e ele estava com cara de sono, mas continuava lindo.

- Mas não estava na cama. - ele me dá um selinho - Quem deixou comida aí?

- Não sei, só notei agora. - como diabos eu não tinha notado a comida na mesinha?

- Bom...- ele me coloca contra a parede - Minha fome agora é outra.

- Ah é? - finjo inocência - Se quiser posso ir buscar lá embaixo o que você quer...

- O que eu quero está bem aqui...- ele morde minha orelha - Essa sua cara de inocente me irrita sabia? Sabemos que você não tem nada de inocente.

- Que calúnia senhor...- falo manhosa e ele sorri.

- É melhor não provocar se realmente não quiser ser meu café da manhã. - ele sorri e senta na cadeira perto da mesa.

- Café da manhã? - pergunto sentando ao seu lado - São duas da tarde Antony.

- E? Acordei agora, então é café da manhã. - ele me olha, e eu balanço a cabeça.

- Você é inacreditável. - rio baixinho. Eu estava sentindo as coisas mudando, e parecia bom, eu esperava que fosse bom.

[...]

Depois do café da manhã, decidimos ficar só mais esse dia e voltar para casa amanhã, o Kai não poderia ficar muito tempo na escolinha. Ainda não acredito que fizeram uma escola para pets. Desci as escadas a procura de um pano já que o desastrado derrubou suco na mesa e sobrou para mim vim pegar algo para limpar. Quando cheguei Juliana estava lá com o Arthur, senti que estava atrapalhando então fiquei atrás da parede.

- Sabe que se for menina eu que vou decidir o nome, certo? - Juliana pergunta, imagino o sorriso no rosto dela agora.

- E se for menino, eu que decido. - era a primeira vez que eu via o Arthur demonstrar alguma felicidade com essa gravidez.

- Já pensou se tivesse continuado com aquela gorda? Nunca teria filhos, ela só fazia trabalhar e trabalhar, e para completar já nem estavam mais fazendo sexo. - senti a dor voltar com tudo.

- Eu estava muito focado em você para pensar nela na verdade. Só precisamos convencer o Antony a não vender a casa. - Então por isso o momento de paz ontem...

- Não acredito que ele fodeu com ela na varanda, com várias pessoas em casa. Não acredito que ele escolheu aquele dragão ao invés da Luísa. - senti as lágrimas descerem por meu rosto e braços me envolverem, sabia que eram do Antony, estava  me perdendo de novo, mais uma crise estava por vim.

- Ele trata ela como vadia e só ela não ver isso. O que foi aquela palhaçada ontem? - Arthur fala com tom de nojo - Primeiro pede ela em namoro e depois trata ela como uma prostituta. Mas é o que ela é, uma vadia que abre as pernas para o primeiro que...

- Vocês tem até amanhã para sair da minha casa! - Antony entra com tudo na cozinha, eu não consigo escutar mais nada, corro até o quarto dele e deito na cama deixando as lágrimas descerem, meu coração batia como se fosse sair pela minha boca a qualquer instante, eu não conseguia parar de tremer. Ao fundo escutei a voz do Antony e então novamente aquele abraço, não conseguia focar em nada, não escutava nada, em algum momento eu apaguei, seja de sono ou exaustão emocional.

[...]

Acordei e tudo estava escuro, o som da chuva caindo lá fora era o único barulho no quarto, senti alguém do meu lado e pelo perfume sabia que era Antony.

- Finalmente acordou, você não parava de gritar e chorar, depois minha mãe apareceu e te deu um calmante, você dormiu por horas...- eu não lembrava de nada disso.

Sentei na cama e olhei ao redor, estávamos no meu quarto, o Kai estava na caminha dele e Antony me olhava preocupado.

- Por quanto tempo eu dormir? - pergunto tentando me forçar a lembrar de alguma coisa, mas apenas memórias vagas vinham a cabeça.

- 11 horas... - Antony passa a mão no cabelo e estava mais tenso que nunca - Te trouxe pra longe daqueles dois, para ter um pouco de paz e também trouxe o Kai para te acalmar um pouco...

- Tudo bem. - falo baixinho e deito novamente, ainda me sentia zonza e confusa.

- Expulsei aqueles dois de lá. - Antony me abraça, ele não parecia querer uma resposta, só estava colocando pra fora - Arthur vai começar a trabalhar semana que vem na empresa do nosso padrasto, por enquanto vão morar no apartamento da Juliana.

- Você está bem? - pergunto fazendo cafuné e ele me abraça um pouco mais forte.

- Só não quero te ver assim de novo, ver o quanto ele te deixou mal me deixou furioso, depois preocupado, todo momento eu conferia se você ainda estava respirando...- o tom da voz era de choro - Não faz mais isso comigo.

- Eu vou tentar. - sorrio fraco e no mesmo instante escuto o miado do Kai, então ele sobe na cama e deita do nosso lado, Antony fazia carinho nele enquanto eu fazia cafuné.

- São duas horas da manhã...- ele fala baixinho e o Kai mia novamente - A mamãe assustou nós dois para caralho não foi?

- Não fala palavrão na frente dele! - lhe repreendo e ele me olha sorrindo.

- Ele é um gato.

- E? Continua sendo um filhote. - Kai levanta só para deitar mais perto.

- Sua mãe é louca. - Antony fala e lhe dou um tapa - Se for continuar me batendo, me avisa para eu sair daqui.

- Você que provoca. - falo rindo e ele se aproxima do meu rosto e sinto a mão dele na minha coxa por baixo do lençol.

- Vou precisar tirar o Kai da cama...- ele fala baixinho olhando para a minha boca.

- Por quê? - mordo meu lábio e ele sorri.

- Primeiro vou fazer você comer, deve está fraca depois de 11 horas dormindo, depois...- ele me dá um selinho demorado e sussurra no meu ouvido - meu jantar vai ser você.

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O Irmão do meu Ex-namorado  [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora