O Irmão do meu Ex-namorado [EM REVISÃO]

XL

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Aiyanna

Já passava do meio dia quando nós quatro descemos para cozinha, eu e Brenda fizemos um almoço simples com o que encontramos na cozinha, que não era lá muita coisa. Ver Brenda e Felipe juntos me fazia lembrar aqueles casais de filme de romance, apesar de algum sempre soltar uma gracinha para o outro, eles eram fofo juntos. Depois do almoço fomos para a biblioteca e espalhamos os arquivos na grande mesa do meio.

- Ela guardou tudo isso? - Brenda segurava uma das fotos do seu acidente.

- Sei que pode parecer cedo, mas a gente precisa saber o que aconteceu... - Antony me abraça pela cintura e encosto a cabeça em seu ombro.

- Se for demais, não precisa contar agora... - Felipe segura a mão dela e sinto Antony apertar a minha, não sei quando ou como aconteceu, mas ele tinha criado compaixão por Felipe, mesmo sendo grosso as vezes, ele ja não nutria raiva.

- Não! Precisamos prender aquela maluca, e vou contar tudo, quantas vezes for preciso! - Brenda coloca a foto na mesa e fica de frente para nós três - No dia do acidente eu recebi uma mensagem no meu celular, uma mensagem da Luísa.

- O que ela queria? - pergunto sentando no sofá e Antony senta ao meu lado.

- Disse que Felipe estava em apuros, que seu pai - ela olha para Felipe - queria vender essa casa e tudo dentro dela, então entrei no meu carro e dirigi o mais rápido possível, mas em algum ponto da estrada um carro passou rápido na minha frente e eu não consegui acionar os freios.

- Os freios foram cortados, descobriram isso quando avaliaram seu carro. - Felipe fala baixo e olha para os papéis na mesa.

- Quando eu acordei, eu estava em um hospital. Não lembrava quem eu era, como eu havia parado ali, quem eram aquelas pessoas, até Luísa aparecer. - Brenda fica com o olhar perdido como se pudesse ver a lembrança se formar em sua frente - Ela falou que era minha cunhada e não parava de chorar, durante o tempo que passei no hospital ela tentava manipular minhas memórias, mas com os fragmentos certos que ela me dava eu fui lembrando, então tentei fugir do hospital, se ela estava mentindo para mim ela com toda certeza não queria me ajudar.

- Foi por isso que ela te levou para aquela casa? - Antony pergunta e Brenda nega com a cabeça.

- Não, me levaram de volta ao meu quarto e Luísa pagou um médico para ele dar um laudo de que perdi a memória e precisava de cuidados, que estava surtando, inventando coisas na minha cabeça. Passei um ano naquele hospital, e só aí ela me levou para aquela casa, tentei fugir diversas vezes mas sempre me pegavam e me trancavam naquela casa. - Brenda passa a mão no cabelo e coloca a outra mão na cintura - Quando eu perguntei sobre você... - ela olha para Felipe e seus olhos enchem de lágrimas - Ela me disse que você havia se suicidado, achando que eu tinha morrido no acidente. Desisti de fugir quando completou três anos e eu não via saída, comecei a me comportar como ela queria porque ela sempre me dava coisas como tintas, telas, pincéis, livros, ou alguma roupa para eu não morrer de frio no inverno. Dois anos atrás ela começou a me deixar ir ao lago, mas em um desses dias eu consegui enganar o segurança e corri, o mais rápido que eu conseguia, entrei na floresta e não ligava para os galhos que rasgavam minha pele.

- Me sinto em uma história de terror...- Felipe resmunga baixinho mas volta a ficar quieto depois que Brenda olha feio para ele.

- Quando cheguei na estrada, vi um carro e gritei com todas as forças que tinham me sobrado, mas era Luísa, ela estava no carro. Passei um ano trancafiada sem poder ir ao jardim, ou ver a luz do sol, só podia ficar no quarto, eles traziam minha comida, água, roupas, as vezes algum livro. - Brenda senta ao lado de Felipe - Seis meses atrás ela me deixou voltar a andar pela casa, comprou tintas, pincéis e telas novas. Então começou a pedir para que eu assinasse os quadros como Flora, até levou um deles com ela.