Episódio 37 - Jogo de Poker

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Yaman abriu os olhos e já procurou com as mãos a esposa. Seher não estava na cama, mas no banheiro espalhando creme em suas pernas. A porta entreaberta do banheiro permitiu que ele visse a cena de camarote. Yaman olhou ao redor e ficou feliz de Seher não ter o expulsado do quarto. Confiante de que a esposa estava agora reconciliada com ele.

Saltou da cama e foi até o banheiro. Encostou-se na porta e com aquele olhar de raio-x admirou-a da cabeça aos pés. O robe rosa escondia todas as partes que ele mais queria ver do corpo dela. Mas nada disso o impedia de imaginar, não é mesmo?

— Bom dia. – Ele disse em sua voz rouca.

— Bom dia. – Ela respondeu indiferente. Ele entrou no banheiro e deu dois passos para perto dela. Quando queria Yaman conseguia ser sufocante. Seher deixou o creme na bancada e ainda sem olhá-lo, partiu para a fora do banheiro.

Yaman não a deixaria ir e a sequestrou pela cintura. Grudando seu corpo ao dela com tanta força que ela sentiu bater numa parede de concreto, não no peito do marido.

— Ai, você está doido?

— Seher... – Ele murmurou nos ouvidos dele. – Você não pode fazer isso comigo? Eu vou ficar maluco sem você.

Ele beijou a nuca dela, sugando a pele com uma sede que a deixou tremula, quase fraca em seus braços. Yaman nunca tinha sentido tanta vontade de tê-la, de amá-la. Era como se ele tivesse passado meses fora e agora voltasse, mas não pudesse ser feliz com ela. Como se não pudesse extravasar o que sentia porque ela não o queria mais.

— Yaman, nós não podemos dormir juntos.

— Quem disse que eu quero dormir? – Ele a virou para si. – Eu quero transar com você.

A forma tão direta de expressar sua vontade, seu desejo masculino tão latente a deixou profundamente surpresa. Não que ela estivesse desacostumada desse jeito tão...digamos, menos sutil, do marido. É porque em partes, o plano dela estava dando certo e por dar tão certo, ela se espantava.

— Yaman! Isso é jeito de... – Ele segurou o rosto dela.

— Eu sei por que está fazendo isso, é para me castigar, não é? Eu aceito, não discordo, não. Mas entenda o meu lado também, eu sinto como se não te visse há meses, para mim o meu período sem memória foi um pesadelo. Então, quando você diz que eu não posso te tocar, é como se você me rejeitasse sem motivo. Mesmo que eu saiba que há, mas a minha cabeça fica confusa. Não atina direito as coisas. – Ele tinha os olhos murchos e sentidos com a situação. Seher se comoveu.

— Estamos atrasados para o café da manhã e para os eventos do dia de hoje. – Ela se soltou dele e entrou no quarto.

Yaman se olhou no espelho. Estava com cara de cansado e irritado. Jogou agua na cara, enfiou a cabeça debaixo da torneira. Olhou-se no espelho novamente só para se jurar uma coisa.

— Ela acha que vai conseguir manter essa postura por um bom tempo, não é? Vamos ver! Vamos ver, Sra. Kirimli. Vamos ver.

***

O plano de Yaman era sequestrá-la entre os eventos. Levá-la para o quarto e fazer amor. Porque Yaman sabia que ela não resistiria. Ele sentia o desejo de sua esposa, a vontade vinha, mas ela rejeitava. Mas ele conhecia sua esposa, sabia como rendê-la. Como atiça-la. Ela queria greve, então, ele faria a greve acabar num piscar de olhos.

Agora como faria isso se aqueles terapeutas malucos inventaram uma competição de casais, que duraria o dia inteiro. O DIA INTEIRO. Yaman olhou para o céu e perguntou a Allah, se era algum tipo de castigo da parte dele também, não da esposa. Sem remédio ele teve que entrar na dança dessa terapia.

Sonsuz - Infinito ¦ ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora