Episódio 50 - Sombras da Noite

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Existe uma coisa que eu odeio mais do que anchovas é ter que esperar sentado enquanto minha esposa vai se encontrar com um mafioso. Eu não nasci para isso. Eu não fui feito para sentar e esperar. Eu nasci para a ação. Meu carro estava estacionado do lado de fora da boate onde ela encontraria o tal Abdullah.

O plano consistia em Seher conseguir ficar à sós com o homem. Assim que conseguisse isso. Ela apagaria o homem em algum golpe de luta que ela disse conhecer. Onde que um plano desse tem como dar certo?

— Eu acho melhor entrar e ver como estão as coisas. – Berat me segurou.

— Yaman, não tem nem meia hora que ela está lá.

— Eu sei, mas e se deu algo errado? De jeito nenhum que eu deixaria minha esposa nas mãos de um cara daqueles. Não! Eu vou atrás dela. – Na hora que eu abri a porta do carro. Podemos ver os seguranças de Abdullah saindo, logo veio o senhor atrás com Seher de braço dado com ele.

Ele era gordinho e tinha dificuldades de andar, as pernas formavam uma letra C. Ele realmente estava bem avançado de idade. Seher se despediu do senhor com um beijo em seu rosto.

O velho entrou no carro e partiu. Seher ainda ficou um tempo ali mexendo no celular. Eu recebi uma mensagem:

"Vou pegar um taxi. Certeza que ele vai me seguir. Vou entrar no hotel Alpha Crystal. Me aguarde lá".

***

Eu não conseguia ficar parado enquanto a esperava chegar no quarto 1005. Andava de um lado para o outro no corredor.

— Yaman, fica calmo. Não aconteceu nada. – Berat tentava me pôr juízo na cabeça.

— Eu estou calmo. – Quase gritei. A porta do elevador abriu e finalmente Seher apareceu, mas não somente ela. Emelie a acompanhava.

— O que aconteceu, por que estão juntas? – Berat perguntou, mas eu não queria saber de resposta ainda. Estava checando o corpo de Seher se não estava ferido.

— Ele não te tocou, não é? Ele não fez nada com você? Por que se ele fez, eu juro... – Seher se afastou e abriu a porta com o cartão.

— Entrem!

Assim que estávamos todos do lado de dentro do quarto. Seher começou a explicar.

— Vamos por partes. Vou responder a pergunta de Berat. Emelie dirigia o taxi que buscou na saída da boate.

— Como é? A gente não sabia disso por que?

— Porque vocês tem uma tendencia a exagerar! – Emilie respondeu irritada. – Além disso eu queria ajudar Seher, coisa que vocês me disseram para não fazer. Lembram?

— O caso é que eu vou usar Emelie como minha segurança. Porque aparentemente, as mulheres sempre são subestimadas. Seja por mafiosos ou os seus maridos. – Ela disse isso para mim. Eu não tenho dúvidas.

— No nosso caso os mafiosos são os nossos maridos. Oque é bem pior. – Ela resmungou.

— Então, agora não é só mais uma em perigo, são as duas! – Berat começou a andar de um lado para o outro.

— Calma, amigo. Não vai acontecer nada. – Eu fiz de graça e Berat me olhou como se pudesse me matar.

— Prestem atenção, porque será assim que faremos a missão.

— Espera aí! Realmente deu certo o encontro?

— Sim, Yaman. – Ela começou a contar como foi.

Quando eu cheguei ele já me esperava. Estava sentado com um copo de uísque na mão e um charuto no outro. Você sabe o quanto eu odeio charuto. Então, na hora que me sentei ao seu lado eu tossi.

Sonsuz - Infinito ¦ ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora