Episódio 30 - O Segredo da Ametista

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Hoje eu acordei com a risada de neném do meu Emir, com as falas baixas de Yaman e Yusuf. Levantei da cama, coloquei meus pés nas pantufas e me apressei para fora do quarto. Caminhei pelos corredores da casa da mansão e desci as escadas correndo. Eles estavam no tapete da sala. Yaman deitado no chão sendo atacado pelos filhos com as espadas de plástico.

— O que estão fazendo? – Eu perguntei me aproximando. – Vocês vão acabar machucando o pai de vocês.

— Está tudo bem, eu aguento esses inimigos ferozes. – Yaman os agarrou e começou a fazer cócegas. Os meninos correram para longe dele e se refugiaram no jardim, onde Ziya cuidava das flores. Yaman se levantou e veio até mim ajeitando seu cabelo bagunçado.

— É assim que se comporta o grande Yaman Kirimli?

— Eu sou um homem de família agora.

— Ah, é mesmo? – Ela abraçou-lhe a cintura larga.

— Você acha que sou um bom pai, Seher?

— Não só um bom pai, mas ótimo marido. Era isso que queria ouvir? – Ele sorriu e buscou os lábios dela.

Um bip ritmado acordou Seher. Ela estava num quarto rosa bebê. Ao seu lado equipamentos de monitoração cardíaca. Havia uma pessoa ao seu lado. Um homem. Ela sentiu dificuldade de falar, mas conseguiu pronunciar o nome dele.

— Yaman.

— Não é ele. – Seher teve dificuldade de ver quem era, seus olhos estavam embaçados.

— Quem? – Ela disse com sua voz fraca.

— Andrey Krumlar. – Ela conseguiu vê-lo com clareza agora. Era realmente aquele magnata búlgaro.

— O que...

— Não fale muito. Você passou muitos dias na uti. – Seher se assustou e seu batimentos aumentaram. Ele se aproximou dela, mas Seher se esquivou. – Não faça isso. Eu não vou machucá-la. Eu a salvei. Eu a salvei.

— Meu marido, meus filhos! – Ela disse já sentindo as lágrimas queimarem seus olhos.

— Seus filhos estão bem. Estão todos muito bem.

— Onde estou? Yaman, onde está Yaman!? – Ela começou a se agitar mais ainda. Então, entraram alguns enfermeiros e logo depois houve uma grande escuridão.

***

Os dias passaram. Seher soube porque a enfermeira lhe disse quantos dias tinha passado desde que entrou no hospital. 21 dias. Ela estava na Bulgaria num hospital lde alta capacidade em que Krumlar era um benfeitor. Ela não podia sair do quarto e nem se comunicar com ninguém.

Seher poderia se rebelar contra isso, mas decidiu ser inteligente. Esperou suas forças voltarem e que Krumlar fizesse mais uma de suas visitas semanais. Quando ele soube que ela estava bem e já podia andar sem muita dificuldade. Ele decidiu trazer consigo mais que flores e chocolate. Trouxe também uma bela joia de relíquia familiar.

Entrou no quarto certo de que ela o veria como a um herói salvador. Então, se portaria como tal.

— Olá, como vai! – Ele disse no seu turco cheio de sotaque búlgaro.

— Olá! – Ela o cumprimentou saindo de perto da janela. Colocou a mão na cintura, no lugar onde tinha sido baleada. Foi um milagre ela não ter morrido. Segundo informou a médica que a atendeu, ela sobreviveu por muito pouco. Seher agradeceu a deus pelo milagre, mas não se lembrava muito de como ela levou um tiro.

Sonsuz - Infinito ¦ ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora