Sonsuz - Infinito ¦ Concluída

Episódio 31 - Um Erro

Yaman despertou com aqueles raios de sol atravessando a fresta aberta da cortina. Seu braço esquerdo estava dormente. Ele fechou e abriu os olhos para tentar se concentrar onde estava. Olhou para o lado e se deparou com o rosto sereno de Seher. A face bonita de sua esposa estava voltada para ele a distância de um beijo.

Seu corpo, que ele percebeu estar coberto com sua camisa preta, estava sobre seu braço. Por isso não o sentia. Ela estava agarrada a ele de um jeito que o deixou admirado. Primeiro, porque não tinha recordações em sua memória de nenhuma mulher que tenha estado assim com ele. Segundo, porque ela era muito bonita.

Yaman não resistiu ao desejo de tocar seus cabelos. Tirou uma mecha da franja do rosto, para enxergar melhor a linha da sobrancelha dela. Seher suspirou longamente e se virou para o outro lado ainda dormindo. Yaman automaticamente sentiu falta do corpo dela. Se voltou para Seher e a abraçou, afundando seu nariz na nuca exposta. Roçou sua barba na pele dela e percebeu que ela se arrepiou. Ele adorou ver isso.

Seguiu com suas carícias, descendo suas mãos pela cintura dela, tocando na perna de sua amada. Depois subiu novamente e Seher se voltou para ele murmurando alguma coisa que ele não entendeu.

— O que foi? – Ele perguntou quando ela se aninhou no peito dele. Yaman sorriu porque ela estava mesmo dormindo. Seu semblante tão jovem e tão lindo escondia uma mulher terrivelmente sedutora. Quem diria?

Yaman mal podia conter o riso satisfeito ao lembrar as horas anteriores. Respirou fundo os cabelos dela e apertou-a contra o peito. Não lembra de ter tido uma noite mais perfeita do que essa. Nunca. Ela era maravilhosa e amou cada centímetro dela. Mas ainda sentia que tinha sido pouco, queria mais, muito mais. Viver uma paixão ainda maior com ela.

Queria fazer amor para sempre com Seher.

O pensamento atingiu-o como uma bomba. Ele se assustou e afastou-se dela. Saiu da cama e pegou a cueca que estava no chão e a vestiu.

— Yaman, o que você está pensando? Está louco? – Se questionou dando tapinhas do próprio rosto. O lençol que cobria só parte das pernas de Seher, saiu junto com ele da cama e expôs o corpo tão bonito da esposa.

Ela devia estar muito cansada para não acordar com o modo descuidado em que ele se afastou dela. Devia estar cansada? Novamente o pensamento o atingiu, as lembranças das horas de amor com ela, se misturaram a outras que ele não sabia serem reais ou ilusões.

Ele puxou o lençol para cobri-la por inteiro. Depois ele andou de um lado para o outro. Colocou a mão na cabeça e se sentiu culpado.

— Eu não podia ter feito isso. Não podia. Eu estou ficando louco, só pode. E agora, o que eu faço?

Yaman apressou-se para o banheiro. Tomou um banho frio, vestiu sua roupa de sempre e saiu do quarto antes que ela acordasse. Foi até o pátio e não conseguiu parar de andar de um lado para o outro. Cenger percebeu a inquietação do patrão, enquanto trazia a costumeira xícara de café.

— Yaman bey! – Ele ofereceu o café. Yaman rejeitou. – Tem algum problema, senhor?

— Cenger, eu cometi um erro. – Ele se chegou perto do mordomo. – Eu fiz algo que eu não deveria ter feito. E as consequências disso podem ser gravíssimas! E agora?

— Me perdoe ser intrometido, mas o que o senhor fez de tão grave? – Yaman engoliu em seco. Cenger era seu amigo, sim. Porém, não tinha certeza se sentia confortável de falar sobre essas coisas com ele. Voltou a andar de um lado para o outro. Cenger deduziu tudo. – O senhor acha que errou, mas a outra pessoa pensa o mesmo?

— Provavelmente não. – Ela com certeza não iria lamentar, muito pelo contrário. E era isso que temia. A reação de Seher depois dessa noite. Novamente as imagens vieram à mente dele, imagens com som. Yaman sentiu as bochechas queimarem e fechou os punhos para controlar o impacto das lembranças. Por que estava agindo assim? Suas mãos suavam descontroladas. O que está acontecendo comigo?