Episódio 19 - O beijo

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Yaman observava Seher em silêncio enquanto ela era examinada pelo médico. Não teve nem sequer tempo de comemorar o fato de que era pai, porque o coração estava desesperado pela ideia do filho estar em risco. Claro, ele não demonstrava isso, Seher tinha os olhos marejados. Estava com mais medo do que ele.

— E então, doutor? – Ela perguntou, mas tinha esquecido que o homem era Búlgaro. Yaman tomou a frente e falou por ela. Seher ficou impressionada com a desenvoltura dele. Não sabia que Yaman falava Búlgaro.

Apesar de estar encantada, também temeu porque ele estava visivelmente chateado. Ter contado as coisas desse modo, certamente, levaria os dois para um grande discussão. Esperava que não fosse agora.

O médico conversou com Yaman algum tempo e depois saiu.

— O que ele disse? – Ela insistiu.

— Que os exames toxicológicos realmente deram positivo para uma substância ruim, só que não tem ainda como determinar se afetará ou não o bebê. – Seher suspirou e lágrimas encheram os seus olhos. Yaman abaixou a cabeça. Ele não sabia bem o que dizer para ela. Não podia mentir. Estava com medo, mas tinha que ficar firme.

— Se acontecer alguma coisa, a culpa é minha. – Ela desatou a chorar. Yaman segurou na mão dela e acariciou os cabelos de Seher.

— Não pensa nisso. Esse bebê é um Kirimli. Um Kirimli. Ele é um leão como seu pai. Ele vai aguentar. – Ele beijou a testa de Seher. – Ele vai aguentar, porque a mãe dele também é uma leoa. Você já superou tantas coisas, não há mulher mais forte que você.

— Yaman...

— Não! Eu não quero você pensando nisso. Não é para pensar nisso. Seher, não ouse. – Ele sabia que ela estava com medo de perder a criança. Mas Yaman tinha fé que isso não aconteceria.

— Você está com raiva de mim porque eu não contei antes, não é?

— Talvez eu preferisse uma forma menos tão inesperada. – Ele parou o carro no acostamento porque o coração foi na boca e voltou com a noticia. – Agora, eu só quero que você me prometa uma coisa.

— O que?

— Você vai focar só no nosso bebê. Não quero você metida em nada perigoso. Está me ouvindo? – Se ele soubesse que ela estava grávida jamais permitiria essa empreitada no castelo de Krumlar.

— Yaman, mas eu não posso simplesmente...

— Você pode. Você vai. É pelo bem do nosso filho. – Ele pousou a mão sobre a barriga de Seher. Na verdade, sobre o lençol. – Eu quero que você desfrute do melhor que a maternidade pode te dar. É o seu primeiro filho. Nosso filho.

Yaman sorriu e Seher se permitiu fazer o mesmo.

— Você está feliz?

— Estou mais do que eu poderia dizer com palavras. Eu sou o homem mais feliz do mundo, meu amor. – E coroou essa declaração com um beijo nos lábios dela. – Mas você não me apronte mais nenhuma dessa. Você vai ficar em casa, vai cuidar do nosso bebê, está me ouvindo?

— E o que vai acontecer com Aksak? – Yaman pensou um pouco. – Eu recebi a missão de encontrar esse cara. Eu não posso simplesmente deixar essa missão inacabada.

— Eu tomo conta. Eu vou continuar.

— Como eu posso deixar isso nas suas mãos, assim? É minha responsabilidade também. Eu sou a líder agora, não esqueça isso.

— Seher, eu estou pensando em você. Em nosso filho. Esse não é o momento para você estar se arriscando. – Ele tentou persuadi-la.

— Eu não vou me arriscar. Eu tenho os homens que fazem as coisas para mim.

Sonsuz - Infinito ¦ ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora