Episódio 35 - Acerto de Contas

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Yaman se arrumou logo cedo. Mais uma noite insone para sua lista. Ele não sabia porque não conseguia dormir. As vezes sua mente era como uma luz acesa dentro de um quarto escuro. Ele queria desligar, mas não sabia onde estava o interruptor.

Independente de ter ou não dormido bem, Yaman se levantou para mais um dia. Desceu as escadas rápido porque não queria perder o café da manhã com a esposa. No caminho para a sala ele encontrou-se com Bates. Perguntou de imediato por Seher.

— Ela levou o pequeno Yusuf para a natação. – Ele informou.

— Seher foi com ele?

— Evet. Nosso querido Yusuf está se preparando para uma competição da escola. Ele tinha treino hoje. – Yaman acenou com a cabeça e foi até a sala. Ele não lembrava que Yusuf sabia nadar. Yaman caminhou até a porta e viu Sila andava com Emir no carrinho para que ele pegasse o sol da manhã. Ele achou esquisito. Era sempre Seher que fazia isso. Ele sentiu que algo não estava certo.

Yaman foi até a cozinha para investigar e encontrou Adalet e Ayse abla cuidando do almoço. Elas estavam animadas. O cheiro dos temperos exalava o ambiente. Ele viu sobre a mesa muitos legumes diferentes e as panelas borbulhavam.

— Kolay Gelsin. – Ele as saudou olhando para tudo sem entender.

— Yaman Bey! O senhor gostou do café da manhã? – Ele passou pela sala de jantar e não pegou nem sequer um pedaço de queijo. Queria saber se Seher tinha deixado alguma mensagem para ele do porquê de ter saído sem esperar para tomar café com ele. Será que ficou chateada com ontem?

— Eu, na verdade, ainda não... Seher quando saiu tomou café sem mim, quer dizer...ela disse o motivo?

— Sim, eles estavam atrasados para a aula de Yusuf. Mas a senhora antes de sair, pediu que nos apressássemos com almoço.

— Por que Adalet?

— Ela disse que como hoje é domingo e é uma ocasião especial...

— Ocasião...? – Yaman olhou para Cenger que estava sentado à mesa da cozinha tomando um café. O mordomo se levantou limpando a garganta.

— Hoje o sr. e a sra. fazem dois anos de casamento.

Yaman sentiu uma vertigem. Dois anos? Ele passou a mão na testa e saiu da cozinha. Adalet correu para perto de Cenger.

— Por favor, Cenger abi. Ajude o patrão. Se a senhora chegar e ele não tiver nem mesmo um presente para ela, não quero nem imaginar.

— Eu farei o meu melhor. Não se preocupe, Adalet. – Cenger seguiu Yaman e Ayse abla suspirou entristecida atrás da bancada.

— Fico com tana pena do patrão. Como pode que ele não lembre de nada?

— Nem me diga, Ayse abla. Nem me diga. Meu coração fica partido.

Yaman foi para a frente da casa e andou de um lado para o outro. Deu um soco no ar e grunhiu como um bicho. Cenger o alcançou e ficou à espera de certa distancia. Conhecia a fúria do patrão. Era bom estar longe do campo de ataque dele.

Yaman continuou a fazer buracos no chão e finalmente começou a falar.

— Eu vou enlouquecer. Eu juro! Cenger, como assim hoje faz dois anos de um dia que eu não tenho a menor ideia de que existiu? Eu vou perder o pouco juízo que eu tenho. Eu não tenho dúvidas. – Cenger suspirou, mas ainda ficou em silêncio. – Ela deve estar esperando que eu haja como marido dela, não é? Que eu fale alguma coisa? Meu Deus, o que eu vou fazer?

— O senhor a ama, então? – Ele perguntou diretamente. Yaman parou de andar e olhou para Cenger. – A ama mesmo sem lembrar do dia mais feliz de sua vida?

Sonsuz - Infinito ¦ ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora