Há algumas coisas que realmente não podem ser explicadas com palavras. Uma delas é o amor ou o que se sente quando o amor domina cada célula de nossa pele. Era assim que Seher se sentia em relação à Yaman depois daquela noite.
Ninguém, nem mesmo tia Nadire, ou as páginas amarelas dos livros que ela tão avidamente leu toda sua vida. Podiam prepará-la para aquele momento a sós com seu esposo. Era, talvez, a experiência mais assustadora de sua vida. Ela não tinha dúvidas. Como era? O que acontecia?
Tudo bem, não é como se eu não soubesse. Ela refletiu consigo dentro do banheiro, olhando para o espelho. Estava ali certamente por mais de meia hora e já tinha trocado de roupa. Usava uma camisola rosa pêssego. Uma sugestão de Neslihan que havia entrado no quarto quando ela estava terminando de organizar a mala. Não iria levar essa roupa, mas porque ela havia sugerido, para não a contrariar e quebrar o disfarce.
Enfiou a camisola embaixo de um moletom preto de Yaman.
Não tinha intenção de vesti-la, mas não soube explicar. Quando voltaram do jantar para o quarto, o primeiro pensamento dela foi pegar essa roupa e refugiar-se no banheiro. Agora olhava-se no espelho apreensiva, vendo que a peça pouco cobria seus seios e era mais curta do que a camisola que usou na noite do casamento.
Uma parte de sua coxa estava exposta e todo seu rosto queimava de vergonha por isso. O que Yaman pensaria quando ela saísse do banheiro? Ela não conseguia parar de andar no pequeno espaço. Até ouvir a voz dele do outro lado da porta.
- Está tudo bem com você?
- Sim! - Ela respondeu rápido. - Já estou saindo.
- Ok.
Seher pegou o robe que acompanhava a camisola e vestiu. O problema é que ele era tão fino e transparente que quase nada ajudava a esconder o que ela queria. Seher suspirou e criando coragem de onde não tinha destrancou a porta e saiu.
Seher deu dois passos para dentro do quarto e seus olhos procuraram por ele. Yaman estava de frente para a janela, mirando o céu claro que fazia naquela noite. Ele não conseguia parar de mexer os dedos da mão direita.
Enquanto ela esteve no banheiro, Yaman tratou de tirar as rosas da cama e vestir seu pijama. Ocupou-se de verificar o aquecedor, ele sentia que estava um pouco mais frio do que deveria. Yaman não queria que ela ficasse resfriada.
Na verdade, ele estava com receio justo de que ao vê-la, pressentisse em seu olhar, o medo que lhe apavorava a espinha. Tudo bem, no jantar ele sentiu que havia algo a mais em suas palavras. Era quase como se tivesse certeza de que ela o amava.
Yaman ouviu a porta do banheiro fechar e se voltou para Seher. Seus olhos passearam de alto abaixo, observando cautelosos e surpresos cada detalhe de sua pequena esposa. Ele engoliu em seco porque não imaginava vê-la com essa camisola. Ela estava muito bonita e atrativa. Teria que ser muito mais forte do que pensava para não assustá-la com a ferocidade de seu desejo.
Respirou fundo e se aproximou devagar, não precisou mais que dois passos para alcança-la.
- Eu... - Ela murmurou enquanto ele caminhava até ela.
- Antes...Eu quero te dizer uma coisa. - Ele estava convicto. Ensaiou seu discurso várias durante o dia e ainda pouco mirando o céu, mas os olhos dela se encheram de lágrimas e ele temeu. E se não fosse o momento certo? E se esperassem mais um tempo?
Não, ela havia usado essa roupa na esperança de que dessa vez os dois pudessem ir adiante no casamento. Yaman sentia que mesmo se quisesse não poderia voltar atrás. A amava demais para isso e queria que ela soubesse. Então, continuou:
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Sonsuz - Infinito ¦ Concluída
ContoO que aconteceria se o dossiê jamais tivesse aparecido na lua de mel de Seher e Yaman? Essa histórias seriada que irá explorar a vida doméstica desse casal. Mas nem tudo será tão simples para eles, um casal que ainda precisa descobrir o que sentem...