O refinadíssimo palacete, que remetia a arquitetura do antigo império otomano, não era mesmo o tipo de lugar que Seher iria normalmente conhecer em sua vida. Desde que casou-se com Yaman ela andou somente por lugares que nunca sonhou entrar. Correu riscos, quase morreu uma porção de vezes, mas a verdade é que o perigo acabou sendo algo excitante.
Seher desceu do veículo luxuoso e deu a mão à Akin, para que ele a ajudasse a subir a escada para o primeiro andar do prédio. Uma tapete vermelho cobria os degraus, holofotes iluminavam o céu. Flashes de fotógrafos registravam o momento de sua chegada. Repórteres se aproximavam para perguntar sobre ela e Yaman.
Não era de hoje que as revistas queriam uma capa com eles. Os famigerados Kirimli. Ela ainda não tinha aceitado e mesmo que o fizesse, como arranjariam tempo para posar como uma família para essas revistas? Suas vidas estavam sempre à beira de um colapso.
Agora tinham outras prioridades. Não ser morto ou preso era uma delas. Ao chegarem dentro do prédio, ela entregou seu cartão convite à pessoa que estava na recepção e voltou-se para Akin.
— Me espere aqui na frente em duas horas. Se eu não aparecer...
— Saberei o que fazer, senhora. – Ele respondeu imediatamente.
— Obrigada, Akin.
— Sempre a seu dispor, senhora. – Ele acenou com a cabeça e desceu as escadas.
Agora, sem seu braço direito, ela estava sozinha no meio desses figurões. Quando Yaman estava com ela, ele sempre conduzia as conversas. Ele tinha mais trejeito para essas coisas. Agora, no entanto, sem ele ao seu lado, teria que manter uma postura que não era muito o seu forte. Todas as vezes que ela se via nessas situações ela se lembrava de sua vida passada.
Da época em que ela não era mais que uma garota sonhadora do bairro. Ela nunca imaginou que seu futuro seria de alguma maneira, marcado por grandes emoções. A vida de Seher antes de se tornar uma Kirimli era como um lago tranquilo, mas se alguém a perguntasse se gostaria ou não de voltar a esses tempos.
Ela diria que não. O tempo a ajudou a se acostumar com as aventuras perigosas ao lado do marido. Ela o amava e isso era mais forte do que qualquer tribulação que viessem a passar. Disso Seher não tinha dúvidas.
— Seher, você está radiante! – Krumlar apareceu no meio da multidão caminhando com seu charme indiscutível até ela. – Mais linda do que a última vez que a vi num baile.
— Até quando você vai me tratar assim? Você sabe que eu não gosto.
— Força do hábito, minha querida. Não posso ver uma mulher bonita sem dizer a ela o quanto ela me deixa nas nuvens. – Seher revirou os olhos sorrindo.
— Até parece que você não é assim com todas.
— Seher, querida, desde que você entrou em meu coração não houve outra em minha cama. – Ele disse beijando a mão dela num cumprimento elegante.
— Vamos, ao que realmente importa. – Ela tirou a mão olhando para todos os lados. As palavras de Yaman ainda vibravam em sua mente e coração. Era quase como se o toque de Krumlar fosse repulsivo, causasse nela um sensação ruim. – Onde está ela?
— Já chegou e conversa nesse exato momento com alguns membros da política local. Eu fico realmente admirado com a facilidade que ela possui em domar esses homens.
— Eles devem ter algo a temer. – Seher a avistou no andar de cima, encostada ao parapeito. Zuhal usava um vestido vermelho, justo e mesmo que não fosse o tipo de roupa que Seher gostava de usar. Não podia negar que era uma roupa bonita.
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Sonsuz - Infinito ¦ Concluída
Historia CortaO que aconteceria se o dossiê jamais tivesse aparecido na lua de mel de Seher e Yaman? Essa histórias seriada que irá explorar a vida doméstica desse casal. Mas nem tudo será tão simples para eles, um casal que ainda precisa descobrir o que sentem...