Episódio 9 - Xeque-Mate

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Não há muito o que eu possa fazer agora a não ser esperar pelo pior. Eu estava dentro do galpão úmido e frio de um dos nossos armazéns secretos. Eu entrei sozinho, mas sabia que na penumbra eu iria encontrar-me com aquele que poderia me tirar a vida.

— VOCÊ PERDEU O JUIZO? – Berat bey veio até mim das sombras com a pistola em punho.– QUER QUE EU TE MATE OU O QUE?

— Eu tenho como me explicar. – Respondi tranquilo.

— COMO? ELES QUEREM QUE VOCÊ SAIA MORTO DESSA SALA, MAS EU JUREI PELA MINHA VIDA QUE IRIA GUARDAR A SUA, YAMAN KIRIMLI!– Ele berrou tremendo as suas mãos na pistola.

— Eu realmente tenho um motivo. Eu tenho. – Continuei a falar. – Mas eu não vou fazer isso até que você abaixe essa arma.

— Por que deveria fazer isso? Não é você o homem que arruinou os nossos negócios? E nos fez ter os Alcaty como inimigos? Eles são o clã mais poderosos da europa e você os colocou contra nós. Seremos caçados como bichos! Nossas famílias serão despedaçadas! Se eu não te matar e entregar seu corpo a eles eu não poderei fazer nada para proteger os negócios e os nossos familiares. Eu preciso...

Ele engatilhou.

— Você pode me matar se quiser, mas eu quero que me escute primeiro. Pode ficar com a arma empunhada para mim. Mas me deixe falar, Berat Abi.

— Agora sou seu irmão? – Ele abaixou a arma. – Fale, Yaman. Convença-me a não quebrar o pacto que fiz contigo, no dia em que quase morremos no ataque ao navio.

— Eu lembro bem daquele madrugada. Te levei comigo por mais de 300 metros de mar até a praia. Te carreguei nos ombros nas areias até encontrar o casebre onde cuidei dos seus ferimentos e pedi ajuda.

— Você tinha uma bala enfiada no braço direito. – Ele recordou.

— Sim, e o que foi que eu te disse naquela noite? – A cena voltou como num flash à minha mente.

"Eu vou morrer, Yaman. Me deixe aqui."

"Você não vai morrer. Seu filho Kaan está te esperando chegar de viagem. Você prometeu trazer um avião, lembra? Então, você não vai morrer. Você vai voltar para sua família e cumprir sua promessa. Você tem que ser um homem de palavra."

"Eu não vou conseguir".

"Vai sim! Você me disse uma vez, que era capaz de morrer pelas pessoas que ama. Mas hoje não é o dia, abi. Você precisa voltar e ver o rosto do seu filho de um ano de idade. Vê-lo sorrir com suas piadas idiotas. Precisa voltar para sua esposa, que está te esperando ansiosa."

— Eu lembro do que você me disse, muito bem. "Você tem que ser um homem de palavra". Está tentando me convencer a não mata-lo?

— Não, estou tentando fazer você lembrar o que você e eu temos em comum. Somos homens de palavra. Somos homens capazes de morrer pelas pessoas que amamos. – Ele pareceu considerar.

— Por que você explodiu a mansão de Faruk?

— Ele me enganou. – Berat me olhou confuso. – Eu vou te explicar. Eu fui sequestrado logo depois do fim do jogo, que você deve ter sido informado que eu ganhei. Ao acordar eu estava numa ante-sala esperando para participar do evento de iniciação dos Alcaty. Eu fiz de conta que estava entendendo e não representaria nenhuma resistência, mas a verdade é que eu queria investigar. Eu me sentei numa poltrona vermelha e várias mulheres apareceram diante de mim, a última, para minha total surpresa foi a minha mulher. A minha Seher, Berat abi. Eu a levei embora comigo, como mandava a tal tradição deles e fingi que seguia com o plano. Seher me contou porque estava ali e eu finalmente compreendi o que Faruk fez.

Sonsuz - Infinito ¦ ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora