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Vitória 💫

Abri meus olhos, eu estava ainda no mesmo lugar. Amarrada em uma cadeira em um quartinho.

Não sei quanto tempo eu to aqui, eu já desmaiei várias vezes, todo dia o filho da puta vem aqui drogado e tenta alguma coisa. E como não consegue ele me bate. Eu to toda fudida de tanto que eu já apanhei.

— Toma - Ela entrou com uma garrafa de água e levou até a minha boca, bebi tudo com rapidez. Eu vivia a base disso, água e pão que eles traziam pra mim um vez no dia.

— Porque caralhos vocês tá fazendo isso? - Falei a olhando e ela riu. — Eu nunca te fiz nada garota, você sempre esteve comigo em tudo.

— Você roubou tudo de mim - Ela falou com uma cara de nojo pra mim. — Você só pensava em você.

— Eu roubei o que de você porra? Tudo que eu tinha era nosso sua retardada. - Falei com raiva — Eu só pensava em mim? Eu me arrisquei pra poder vim te salvar sua idiota.

— ERA PRA EU SER A MAJOR. ERA SEMPRE VITÓRIA PRA LÁ, VITÓRIA PRA CÁ - Ela gritou apertando minha bochecha me machucando com a sua unha. - Até pra te protegerem eles chamaram patente alta... E eu? Só fui jogada pra São Paulo, porque ninguém pensou em mim? O Terror poderia vim atrás de mim também... Ninguém quis me proteger - Ela disse e eu vi a tristeza nos seus olhos.

— Eu sinto muito. - Falei a olhando.

— Eu te odeio. - Ela falou entre dentes.

— E eu não posso fazer nada.. - Falei com dificuldade por ela estar apertando minha bochecha.

— O que é eles viram em você? - Ela falou se afastando me encarando. — O que você tem que eu não tenho?.

— Talento, Beleza, coragem, Determinação, senso. Quer que eu continue?- Falei a encarando também e ela me olhou com ódio — Me odiar não vai fazer você ser boa. Aliás você nunca foi - Falei sorrindo com deboche, eu sabia aonde mexia. Ela era emotiva, ela poderia não chorar na minha frente. Mais quando ela estivesse sozinha ela choraria.

— eu sou boa sim... - Ela disse abaixando o olhar — Eu sou muito melhor que você - Ela disse voltando me a me olhar

— Claro que é  - Falei rindo de deboche — Tão boa que teve que se juntar com um Pau no cú pra conseguir me pegar... boazona você. Aceita que eu sou a melhor... Você só teve brilho por está debaixo da minha asa. Só se garante porque eu tô amarrada, tadinha de você- Falei fazendo uma carinha triste.

— Eu vou te matar sua filha da puta - Ela disse e veio pra cima de mim, apertando meu pescoço.

— PARA CARALHO.. - Terror entrou segurando ela.E eu puxei o ar pra respirar. — Vaza daqui - Ele disse jogando ela pra fora e me encarou - Você tá bem?

— Pra quem tá amarrada a sei lá quanto tempo, tendo que ver a cara de dois doentes, nossa estou maravilhosamente bem - Falei sorrindo falso.

— Você precisa parar de me ver como se eu fosse um monstro Brendinha - Ele disse se aproximando

— Você é - Falei com cara de nojo

— Não Brenda eu não sou, mas você não coopera.- ele tentou me dar um selinho me eu virei a cara e ele beijou minha bochecha. — Ta vendo? Que porra. - Ele disse puxando meu rosto e me deu um selinho.

— Sai de perto de mim seu nojento - Falei tentando me afastar, meio impossível

— Você vai me amar ainda, é tudo questão de tempo. - Ele disse perto do meu rosto sorrindo com aquele sorriso dele sinistro. Fiz cara de nojo e cuspi na cara dele — Sua filha da puta - Ele falou me dando um soco no rosto.

— Eu te odeio seu arrombado, nunca vou amar você. - Falei cuspindo o sangue.

— VAI SIM CARALHO! VOCÊ FOI FEITA PRA MIM - Ela falou apertando minha mandíbula . — Você é minha Vitória! Minha e ninguém vai me tirar de você, ninguém. - Ele disse olhando nos meus olhos.

— Eu tenho nojo de você - Falei e ele suspirou e se afastou.

— Porque tem que ser assim Brendinha? - Ele disse me olhando triste, se eu não odiasse ele eu até sentiria pena.

— Olha como eu to seu idiota, como que você quer que eu goste de você? Eu to levando porrada todo dia. Como que você quer que eu ame você? - Falei virando o rosto pro outro lado.

— Se eu te soltar você vai me amar? - Ele disse e eu suspirei e voltei olhar ele.

— Eu poderia aprender... - Falei o olhando e o rosto dele ascendeu

— K.o? Papo Reto mesmo? - Ele disse se aproximando.

— Você vai ter que respeitar meu tempo.

— Vai demorar - Ele disse fechando a cara. E eu neguei.

— Você tem que me conquistar - Falei sorrindo de lado. — Você consegue? - Falei e ele concordou. — Então me solta.

— Se você tentar fugir eu te mato - Ele disse vindo até mim e cortando as costas com uma faca.

— Obrigada - sorri levantando e passando a mão nos meus pulsos e ele  se aproximou e eu me abraçou, retribui o abraço dele. — Eu posso ficar um pouco sozinha? Queria dormi. - Ele concordou e me deu um selinho e tentou me beijar — Depois tá bom? - Dei mais um selinho nele.

Ele saiu e eu quase vomitei, que nojo desse doente.

Destinos TraçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora