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Vitória 💫

Acordei sentido um peso na minha cintura, olhei no relógio e era 14:30. Arregalei os olhos e ouvi a campainha tocar e levantei vestindo a blusa do Perigoso e meu short. Fechei a porta do meu quarto e fui até a porta olhando no olho mágico vendo minha mãe.

— Garota ! Tem celular de enfeite porra? - Ela já entrou falando alto.

— Não grita mãe - Falei com a mão na cabeça fechando a porta.

— Tu saiu pra beber ontem Brenda Vitória? - Ela disse me encarando e eu andei até a cozinha.

— Claro que não mãe, viaja não. - Falei bebendo um copo de água e ela continuou na sala. Vi o boné do Perigoso no chão e ri de leve.

— E esse cachorro aqui ? - Ela disse olhando pro Mayke deitado no sofá e eu chutei o boné pra debaixo da mesa.

— Esse é o Mayke né mãe? - Falei indo pra Sala de novo.

— Ta - Ela olhou e eu segurei o riso, minha mãe era muito aleatória — Não foi trabalhar porque?

— Por que eu... - Senti o Enjôo vindo e corri pro banheiro vomitando e ela veio atrás segurando meu cabelo. Botei tudo que eu comi ontem pra fora. — Por isso - Falei levantando e indo até a pia lavando a boca. Na real, não foi por isso, eu passei a noite transando com o cara que eu... Gosto? Não palavra muito forte, que eu... Sla. Que eu alguma coisa.

— Vitória eu to falando. - Ela disse me cutucando e eu olhei pra ela. — tu já foi no médico ver isso? Foi ontem na delegacia, hoje. Tu tá grávida. - Ela disse convicta olhando nos meus olhos.

— Que? Claro que não mãe, tá viajando tu - Sim mãe, a Senhora tá completamente certa, mais eu não vou concordar porque o pai da criança tá ai no quarto.

— Não foi uma pergunta. Ou tu tá doente ou tu ta prenha - Ela disse em um tom levemente alto, como eu queria mandar ela cala a boca. Mas certamente eu perderia os dentes.

— Eu devo ta doente, mãe. Sai com essas idéia errada pra lá. - Falei voltando pra Sala e ela veio atrás.

— Cadê teu exame de sangue? Me trás que eu quero ver - Ela disse e eu suspirei. Minha mãe era foda, ela botava uma coisa na cabeça e não tirava mais, chegava a irritar.

— Mãe, eu não to grávida cara. - Falei com intonação de criança. — para de besteira, eu devo tá com uma virose sei lá.

— Só acredito com um teste na minha mão - Ela disse pegando o celular. — Tua sorte que eu tenho que ir trabalhar, vou falar pra Delegada Débora e vou arrumar um atestado pra você.

— Obrigada mãe - Sorri abraçando ela.

— Vai tomar um banho que tu tá fedendo a suor e a... - Ela ia falar mais eu interrompi.

— A senhora tem que trabalhar né? Então, vai lá. Tem alguma cena de morte por ai te esperando.- Falei abrindo a porta e ela saiu.

— Eu vou voltar, nossa conversa não acabou ainda. - Ela disse séria. — Amo você filha, tchau - Ela beijou minha testa e saiu até o Elevador. Bipolaridade euoem.

Fechei a porta e caminhei até meu quarto vendo o Cristian sentado na minha cama mexendo no celular. Nome bonito né? Cristian.

— Bom dia - Falei entrando no quarto e ele me olhou.

— Bom dia - Ele disse — Visão, vou ter que puxar o meu, deu um k.o lá no morro, vou ter que resolver - Ele disse todo sério, faz isso não.

— Ta bom, você vai agora agora? - Perguntei parada na frente dele.

— Agora morena. - Ele disse me puxando pro seu colo. — E tu vai no chá de bebê do Arthur né não?

— Já perdi a hora de trabalhar, porque não? - Ele sorriu e eu sorri junto — Toma teu banho lá que eu vou fazer um café pra tu tomar antes de ir - Falei levantando e ele levantou e meu deu um selinho.

Sai do quarto e fiz um café rápido e deixei algumas coisas na mesa, coloquei ração pro Mayke e água.

Andei até meu quarto e peguei um conjunto de calcinha e sutiã da Calvin Klein e fui no banheiro do corredor. Tomei um banho rápido e sai enrolada na toalha, voltei pro meu quarto e ele tava colocando os cordão.

— Vou indo na frente pra eu resolve o b.o lá. - Ela falou me olhando através do espelho e abri meu armário e peguei um vestido preto e joguei na cama.

— Ta bom. Eu vou passar em um lugar primeiro e depois eu vou pra lá - falei virando de frente pra ele, ele veio até mim e puxou minha cintura e me deu um beijos rápido, seu celular não parava de vibrar. — Vai lá, daqui a pouco eles vem atrás de você. - Ri de leve e ele beijou minha testa.

***

Dirigi até a Rocinha e vi os vapores na entrada. Já abaixei os vidros e me aproximei devagar esperando eles me pararem, só fizeram movimento com a mão pra eu continuar.

Buzinei em agradecimento e subi até o salão que iria ser o Chá de bebê. Estacionei o carro e desci com o presente em mãos. Olhei em volta, carro e moto pra caralho.

Tinha uma fileira, só com carrão, humilhando minha Ranger Rouver. Travei meu carro e andei até a porta do Salão, o lado de fora tava todo decorado de azul e branco. Achei lindo demais.

Entrei no salão procurando alguém conhecido pelos olhos, de longe vi a Alanna, ela tava linda um vestido azul marcando sua grande barriga e um tênis branco. Ela me olhou e sorriu de lado. E eu acenei com a cabeça.

— VITÓRIA - Ouvi gritarem e vi a Maria vindo na minha direção correndo.

Mais escandalosa que ela, só ela mesmo.

Destinos TraçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora