Alanna🌸
Andamos até o Açaí da Marcela, minha quase sogra se o Rt não fosse tão lerdo.
Andar de uma ponta da Rocinha até a outra é casca pra caralho. Ainda mais com o Arthur, dois meses mais pesa muito.
Entramos atraindo alguns olhares, senti aquele arzinho frio do Ar-condicionado.
— NORINHA - Ouvi a Marcela gritar e vim na minha direção fazendo algumas meninas que estão ali me encarar feio. Tu ligou? Nem eu. — Finalmente né, esqueceu que tem uma quase sogra.
— Esqueci nada - Falei abraçando ela de lado. — tava me recuperando. Vida corrida né? Mãe de primeira viagem e tal - sorri de lado arrumando o Arthur no meu braço.
— Então esse é o Famoso Arthur? Ele é lindo menina, que Deus abençoe. - Falou olhando pro Arthur que tava com a mão na boca. — Oi coisa gostosa. Ai que vontade de morde Lanna, meu Deus. - Disse apoiando o rosto na mão e eu sorri.
— Meu Útero foi um pincel po - a gente riu e sentamos em uma mesa — Dois açaí de 700 com as mesmas coisas de sempre, por favor quase sogra.
— Pra já quase nora - Ela disse e saiu rindo, amava essa nossa brincadeira. Ela me tratava muito bem, se não fosse o filho dela lerdo, tava tudo certo.
— Não tenho mais pique pra andar a pé não, Jeová - A Maria falou reclamando e eu ri — Quatro meses Alanna, Quatro meses e eu to morrendo.
— Pior é a dor de parto relaxa - Falei e ela arregalou os olhos — eu to brincando, é tranquilo.
— Menos mal. - Ela disse sorrindo
— Depois que a criança saí - o sorriso dela morreu me fazendo rir mais.
— Para Alanna de ficar me assustando. - Ela disse apavorada.
— Parei parei. Mais se prepara pra contração. - Falei e ela me encarou — Juro que parei. Eu preciso te alerta ué ser mãe não é mar de rosas não gata. - Falei e ela concordou com a cabeça.
— Mais é mó gostoso tu saber que tu vai ter uma cria tua ali né? Pode pegar no colo, mimar e esses bagulho - Ela disse sorri e eu concordei sorrindo também.
— É muito bom mesmo, no começo tu fica assustada, tipo? Caralho eu vou ser mãe - Falei com um tom de assuntada — Depois tu fica, caralho eu vou ser mãe!! - Falei mudando o tom de voz pra entusiasmo. — Não sei o que seria da minha vida sem meu Miguel, né amor da vida da mamãe? - Falei levantando ele na altura do meu rosto e beijei o nariz dele de leve e ele riu.
— To doida pra descobrir se é menino ou menina - Ela disse e eu olhei pra ela arrumando o Miguel no meu colo.
— Não deu pra ver ainda não? - falei vendo a Marcela trazer os dois açaí.
— Tava com a perna cruzada - falei e eu concordei com a cabeça.
— Aqui meninas - a Marcela deixou os açaís na mesa.
— Seu açaí é o melhor Tia Marcela - A Maria falou já devorando o dela.
— Muito obrigada - Ela sorriu e eu puxei meu açaí pra perto.
— Pode rodar a Rocinha. Tu não encontra açaí melhor - Falei levando a colher até a boca. — Muito bom - Falei pegando mais uma colher, passei meu dedo e passei na boca do Miguel de leve, ele lambeu rapidinho.
— Tu é igual eu Alanna, eu quando engravidei do Ricardo e ganhei ele, viviam em cima de mim, não pode fazer isso com ele, não pode fazer aquilo. Ele com 5 meses, tacava feijão e abóbora na boca dele. Ele comia tá? E come bem até hoje, bem até demais né? Que não para de comer - Ela disse e eu ri. — E ele, ainda não te pediu em namoro não?
— Ainda não, sabe como é né?
— Ricardo sempre foi muito lerdo pra tudo. - Ela disse e a gente riu — Mas eu entendo ele, a última namorada dele acabou com o coração dele. O menino ficou todo xoxo pelos cantos. Dava dó dele de verdade. - Ela disse e meu coração apertou, tadinho meu bê deve ter sofrido muito.
— Eu não tenho pressa não Marcela, a hora que ele quiser eu tô aqui, tomara que ele queira amanhã - Falei brincando e elas riram.
— Meninas vou atender as outras meninas ali e já volto... Oi Boa tarde - Ela saiu andando até as meninas.
***
Dei um banho no Miguel, eu amava esse nome. Pra escolher o nome dele foi pra caralho, o Perigoso queria Arthur Leonel, bati o pé falando que não ia registrar meu filho com esse nome.
Quando eu era mais nova eu tinha pavor de engravidar, não queria de jeito nenhum, mais eu achava lindo o nome Miguel, juntamos o útil ao agradável. E ficou Arthur Miguel.
— Quem é o bebê mais cheiroso? - Falei cheirando o pescoçinho dele e ele riu. Sentei deixando ele deitado na cama, vesti a roupinha dele e penteei o cabelinho dele. — Ai que bebê gostoso gente. - Beijei de leve sua bochecha.
Se virassem pra Alanna de 15 anos e falassem que hoje ela teria um filho, ela iria rir na cara da pessoa. Hoje eu sei que não sou nada sem meu filho, só sei agradecer toda noite pela vida do meu menino.
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Destinos Traçados
Teen FictionFaz uma loucura por mim Promete pra mim que não quer mais ninguém Será que ela diz a verdade? Te juro que preta igual ela não tem Ela pelada eu não vejo defeito Responde essa pergunta pro seu preto Será que você faz uma loucura por mim? ...