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Vitória 💫 

Eu tinha que arrumar um jeito de sair daqui, fazer ele me desamarrar eu já tinha conseguido. Talvez se eu pedisse pra ele me levar na praia?

Olhei em voltar e tinha uma Janela, arrastei a cadeira até ali e subi na mesma com muita dificuldade por ter machucado pelo corpo, a janela era alta pra caralho, dava pra pular mas tinha grade, não reconheci o lugar.

— Nem fudendo - Falei lendo a placa bem distante, minha visão era uma merda mas eu consegui ler "  A 50 KM Porto de Galinhas "

Eu tava longe pra caralho de casa, como que eu ia voltar eu não sabia. Mais o bagulho era eu sair daqui.

Mexi as barras, eu passava facilmente na janela se não tivesse essas porra de barras. Elas estavam frouxas, quando falaram que o Terror era burro eu não sabia que era tanto.

Todas as barras estavam frouxas, eu ia tirar quando ouvi passos. Desci da cadeira chutando ela pro outro lado e me joguei na cama, fazendo eu gemer de dor. Todo meu corpo tava dolorido.

Terror entrou sorrindo e eu segurei pra não revirar os olhos e sorri também.

— Ta com fome? - Ele falou sentando na cama.

— Muita! - Falei abraçando minhas pernas.

— Vou trazer comida - Ele ia levantar e sair e eu levantei segurando o braço dele.

— Eu posso escolher?

— Fala ai po - Ele chegou mais perto.

— Queria muito comer Hambúrguer do McDonald's - Falei torcendo pra ele ir comprar.

— Porra Gatinha, o Mc é longe pra caralho. - Ele falou e eu abaixei a cabeça fingindo um suspiro triste.

— Tudo bem então - Falei com a voz baixa me sentando na cama

— Vou arranjar pra tu beleza? Mais tira essa tristeza da cara - Ele falou e eu levantei a cabeça sorrindo.

— Obrigada, Obrigada - Falei abraçando ele que se assustou de leve e me abraçou também.

— Mas tem que ter um agrado né não? - Ela falou e eu me afastei um pouco deixando nossos rostos próximos.

— Não tem como fazer nada de barriga vazia não é? - Falei sorrindo e  senti sua arma nas suas costas, eu tinha que pegar essa pistola dele.

— Volto em meia hora - Ele falou e eu sorri pra ele.

— É o tempo suficiente que eu preciso pra me preparar pra você. - Falei com a voz sedutora e vi seus olhos brilharem.

— Vou trazer uns bagulho e tu vai tomar banho, enquanto eu busco teu negócio pode ser? - Ele falou e eu concordei com a cabeça — Marca um 10 então - Eu me afastei mas ele puxou meu braço me puxando e me dando um selinho, ele pediu passagem e eu me afastei.

— Quanto mais tempo você demorar aqui, mais vai demorar pra ter o nosso momento - Sorri e ele sorriu também.

— Jae, já volto - Ele me deu um selinho e saiu.

Assim que ele saiu eu limpei minha boca no casaco, era humilhante passar por isso.

Ele voltou um tempo depois com uma sacola.

— Vem, Vg vai tá do lado de fora te esperando Jae? - Ele me levou pra fora daquele quartinho. Era uma quitinete sem nenhuma mobília, apenas um sofá e uma mesinha com algumas drogas em cima.  — Visão Vg é pra ficar de olho nela hein caralho, cuidado com a minha mulher.

— Pode ficar suave patrão - Ele falou e eles fizeram um toque, ele me deu um beijo na testa e saiu. — Vem mina - Ele me levou até o banheiro e eu entrei.

Abri a sacola pra ver se tinha algo que me ajudasse, tinha uma lingerie vermelha, horrível. Liguei o chuveiro pra dar barulho e coloquei o braço debaixo da água.

Pude ouvir um carro arrastando o pneu e logo se afastando. Essa é a minha hora...

Ana 🐍

1 hora depois

Tava dormindo no quarto de hóspedes já que eu tinha destruído o meu. Fui acordada pelo meu celular tocando.

I.D.L

Terror: A filha da puta sumiu.
— Que? Como?
Terror: A piranha me enganou, fez eu ir comprar um bagulho no lugar longe e fugiu.
— Que porra, seus vapores são uns incompetentes... Vou caçar ela.
Terror: É pra trazer ela viva heim caralho.

F.D.L

Levantei correndo, peguei minha arma e coloquei na cintura, trazer ela eu vou... Mais viva eu não garanto.

***

Já rodei todas a redondezas atrás daquela piranha, a Vitória corria muito, ela sempre ganhava as corridas no curso.

Mas era impossível ela tá longe daqui, a não ser que ela tenha entrado no mato.

De muito longe vi uma menina correndo.Era ela, Coloquei um boné e um óculos e já de longe buzinei.

Vi ela olhar pra trás e sorrir, aproximei o carro e fiz sinal com a mão pra ela entrar. Ela veio até a janela do passageiro.

— Moça... Me ajuda - Ela disse com a respiração ofegante.

— Claro! Porque não - Virei pra ela que me encarou por um tempo. Ela ia se afastar e eu apontei a arma pra ela. — Entra no carro. Agora!

— Ana para com isso caralho, a gente era irmã - Ela falou e eu ri destravando a arma.

— Irmã é o caralho. Agora entra nessa porra, ou eu não me importaria de te matar aqui mesmo. - Ela suspirou e entrou no carro. — Ótimo... Muito bem! - Virei pra gente retornar e deixei a arma encostada na barriga dela

— Ana, para com isso cara. Você não é assim! - Ela disse e eu ri alto

— Você tirou tudo de mim... E agora quer meu homem também.

— Que homem? O Perigoso ?

— O TERROR CARALHO - Gritei sem tirar os olhos da estrada.

— E EU TENHO CULPA QUE AQUELE DOENTE TÁ OBCECADO POR MIM? - Ela gritou me fazendo apertar o cano na barriga dela. — Você tá doente igual a ele, sua retardada.

— CALA A BOCA - Gritei apontando a arma pra cabeça dela sentindo as lágrimas tomar meus olhos.

— Você nunca vai ser digna de vestir a farda da polícia, você é uma vergonha pro nosso departamento. Olha a onde a sua inveja de trouxe - Ela disse tudo calma olhando pra frente e eu sentia as lágrimas descerem.

— VOCÊ QUE SEMPRE QUIS TER TUDO QUE EU TINHA! A INVEJOSA AQUI É VOCÊ - Gritei sentindo as lágrimas rolarem no meu rosto.

— Você sempre quebrava meus brinquedos, você tirou a cabeça de todas as minhas Barbies. Todas as minhas roupas você invejava, os garotos chegavam em mim e você fazia eles se afastarem.

— Você tomou meu sonho de ser polícia... Era pra eu ser Major. - O Carro tava muito rápido, eu pisava no acelerador com todo ódio que eu tinha guardado.

— Eu confesso que eu entrei por causa do meu pai, mas hoje eu amo meu trabalho e eu posso honrar minha farda... Já você! - Ela disse e eu bati o cano da arma na cabeça dela, não foi muito forte por causa do carro está em movimento. — Eu to cansada de você me xingando o tempo inteiro, me mata logo.

— Eu vou, mais não aqui. - Falei respirando fundo e ela olhou pra mim

— Se eu vou morrer, você vai junto comigo - Olhei pra ela sem entender e ela segurou o volante jogando o carro pra fora da pista.

— SUA FILHA DA PUTA- O carro perdeu o controle e capotou, e caiu na água.

Lembro de ver tudo encher de água e logo a escuridão tomar meus olhos e meu corpo pesar.

Destinos TraçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora