Capítulo 4.

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Mariana.

Fechei os olhos, pedindo perdão pelos pecados que cometi e até os que não cometi, já esperando ser morta.

Apertei os olhos com mais força ao escutar um barulho de tiro bem perto de mim e fiquei esperando a dor chegar, mas ela não veio.

Abri um olho devagar, checando o meu corpo e quando vi que tava intacta olhei pra frente, vendo o cara que tava apontando a arma pra mim estancado o sangue que saia de seu braço direito com a mão.

Olhei atrás dele, vendo o Ht guardando a glock dele no coldre e abrir os braços na minha direção.

Sorri e fui correndo abraçar ele.

Ht: Fica com essa cara não, Gw.-Falou debochado pro cara que tava com mó carão fechado pra mim, Deus é mais.-Se você tivesse tocado nela o LC ia te matar também pô, salvei tua vida rapá.-Deu dois tapinhas nas costas dele e liberou a entrada do meu carro.

-Cê cresceu hein, tu parecia um grilo menino.-Demos risada, ele tava enorme.

Ht: Você que encolheu.-Mandou o dedo pra mim.

-Ou, depois eu vou ver a Dri.-Avisei.-Não fala pra ela que eu voltei, é surpresa.

Ht: Beleza, Marimari.-Deu um tapa na ninha testa e saiu correndo na direção da laje da boca principal.

Onde esse homem vai com tanta pressa?

Dei tchau pra ele e entrei no meu carro, quando fui passar pelo tal Gw abaxei o vidro e sorri debochada antes de acelerar e parar na rua da minha mãe.

A favela tava mais limpa, mais calma e mais bonita. O contraste da luz do luar e dos postes acesos nas ruas estavam a coisa mais linda, brisei legal na vista e quando recuperei dei algumas batidas no portão.

-SURPRESAAAAA!-Gritei assim que a mulher mais importante da minha vida abriu.

Ela arregalou os olhos, olhou pra trás, olhou pra mim e fez isso mais umas duas vezes antes de tocar no meu corpo pra ver se eu era real.

Lúcia: Eu n-não acredito.-Falou com os olhos cheios de lágrimas e a voz trêmula.

-Acredita mãe, eu tô aqui.-Sorri sentindo os meus olhos lacrimejarem também ao ver ela cobrir a boca com a mão e fungar.-Eu voltei.-Falei me aproximando e passei os braços em volta do pescoço dela.

Lúcia: Você voltou.-Falou baixinho e eu senti a lágrima dela molhar a minha blusa.-Você está aqui.-Me apertou e cheirou o meu cabelo.-Você é real, meu Deus.-Encheu o meu rosto de beijos e eu só sabia confirmar com a cabeça e chorar.-Eu senti tanto a sua falta.-Entrelaçou as nossas mãos e fechou o portão, me levando pra dentro.

A casa dela tava o puro luxo, tudo novo, nem parece o barraco caído que a gente morou um dia. Sinto tanto orgulho em dizer que consegui tirar a minha mãe daquele emprego e arcar com todos os gastos dela, nada do que eu faço será mais do que ela já fez por mim. Queria comprar uma casinha pra ela bem perto da minha, mas ela disse que se eu quisesse que ela aceitasse teria que ser essa, então aceitei.

Já tinha passado duas horas e a minha mãe ainda tava grudada comigo, parecia que tinha medo que eu fosse embora de novo. Conversamos bastante, ela tava que nem carro sem freio, era pergunta que nunca mais terminava.

-Ô mãe, eu tenho que ir ver a Dri e a Ana, tô com saudade dos meus sobrinhos.-Falei e ela parou de fazer cafuné no meu cabelo.

Lúcia: Contanto que você volte.-Deu de ombros e eu me sentei direito.

-Eu vou, a gente tem muito pra conversar ainda. Vou dormir aqui, espero que o meu quarto ainda esteja aí.

Lúcia: Claro que tá. Mudei a mobília toda e até ar condicionado mandei colocar pra quando você fosse voltar.-Sorriu toda feliz e eu sorri toda boba.

Ela falou que vai fazer o meu bolo favorito pra quando eu voltar e eu fui pra casa da dona Paula, que ficou super feliz ao me ver, perguntar onde era a casa da Dri e do Ht.

Chegando na rua já pude ver o Henri brincando com uns carrinhos na calçada que fica em frente do portão da casa deles, ele já veio correndo me abraçar todo animado.

Henri: Eu achei que você estivesse lá na gringa, dinda.-Me soltou e eu arrumei o cabelo dele antes de responder.

-E eu tava, vim pra surpreender todo mundo.

Henri: Mamãe vai surtar de felicidade, vem.-Pegou no meu braço e saiu me puxando pra dentro do casarão deles.

Toda vez que eu olho pro Henri eu lembro que a Dri pensou que fosse uma simples "virose", sendo que era gravidez.

Ô a virose aí de seis anos que anda e fala.

Ele só serviu pra fazer os pais dele assumirem o que sentem um pelo outro de vez, Ht não brincou em serviço e no ano seguinte a Drika me aparece grávida de novo, da Drielly.

Eu amo essas crianças de paixão, todo ano a Dri viajava com elas e ficavam uma semana comigo no meu apê lá nos Estados Unidos.

Drielly: Tia Mari.-Veio correndo e se jogou nos meus braços assim que eu entrei na sala de estar.-Apertei ela contra mim e beijei o rosto dela, essa menina é a cara da Drika.

Eles falaram pra mim que a Dri tava na área da piscina dando uma geral e eu deixei eles vendo desenho enquanto ia atrás dela.

-Cadê a minha morena favorita?-Perguntei vendo ela varrer o piso de mármore e ela soltou a vassoura na mesma hora e veio correndo até mim.

Drika: MENTIRA CARALHO.-Se jogou em cima de mim e a gente caiu no chão. Saímos rolando, porra eu não tava preparada.

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Drika Pinheiro, Dri

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Drika Pinheiro, Dri.| 23 anos.

Nosso Reinício. ‐ Livro II Onde histórias criam vida. Descubra agora