Capítulo 26.

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Lucca.

Mariana: Caraca, esse lugar não mudou nada.-Abriu mó sorrisão quando eu fui aproximando o carro da orla da praia que eu trouxe ela pra comer podrão há cinco anos atrás.

Estacionei o carro e depois descemos, indo na direção do food truck do seu João.

-Milagre não ter fila.

Mariana: Também olha a hora que a gente veio. Eu falei que não mudou nada, mas o carro do tio não era essa não.-Apontou.

-Caralho, tu é mó detalhista.-Falei e ela riu.-Cê tá certa, o tio vendia num carrinho ambulante.

Mariana: Sim, era isso mesmo.

Chamei o seu João quando chegamos na frente do food truck e ele brotou rapidão.

João: Quem é vivo sempre aparece né.-Fez um toque comigo e deu boa noite pra preta.

-É isso mermo.

João: E aí, vão querer o quê?

-Dois podrões e duas cocas.-Falei tirando uma nota de cem do bolso.

João: Cê sabe que não precisa pagar, rapaz.

-E eu já falei que preciso, pô.-Insisti. Ele pegou e foi lá fazer os negócio.

Puxei a preta pra sentar na mesa livre enquanto esperávamos, tava mó no mundo da lua ela.

Mariana: Por que ele não queria que você pagasse?-Perguntou, se ajeitando na cadeira.

-Porque eu que comprei o food truck pra ele, o homem tá ficando véio, não dá pra ficar perambulando com carro de roda por aí.

Mariana: Meu Deus, você é lindo.-Sorriu e depois de perceber o que falou tossiu.-Quero dizer, a sua atitude.-Falou toda sem jeito.-Foi linda.

-Tendeu.-Dei risada do jeito que ela ficou.

A filha do seu João trouxe os nossos pedidos e depois voltou lá pra dentro do caminhão.

A esfomeada já foi abrindo a sacola.

-Ih, pode parando.-Falei e ela olhou pra mim sem entender nada.-A gente não vai comer aqui não, vem.

Levantei depois de pegar a sacola e comecei a caminhar pela areia da praia.

Marina: Tava demorando pra você me fazer dar uma de homem aranha.-Riu olhando pra mesma rocha de cinco anos atrás.

-Tu sempre reclama e acaba curtindo.-Neguei com a cabeça, deixei a sacola na areia e ajudei ela a subir antes de pegar novamente e subir também.

Escutei ela respirar fundo com os olhos fechados e um sorrisão lindo no rosto. Mariana é a coisa mais linda desse mundo, papo reto.

Tirei o boné da cabeça e os óculos do rosto, deixando de lado.

Mariana: Não é perigoso pra ti sair assim?

-É, mas aqui do lado da praia quase nunca tem gente e é raro ter policial.-Respondi vendo ela tirar o podrão dela e já morder, ela fechou os olhos fazendo mó cara de prazer.

Minha mente já foi longe pô, ela fazia umas cara do mermo tipo quando a gente tava fudendo gostosin.

Mariana: Isso é bom pra caralho, como eu senti falta.-Pegou a coca dela e ficou tentando abrir.

Dei risada da situação dela, não conseguia por conta das unhas mó grandonas.

Mariana: Vai ficar rindo ou vai me ajudar?-Falou puta.

-Ah, tu queria ajuda?-Peguei a lata e abri rapidão, entreguei pra ela e ela deu mó gole.

Tirei o meu podrão da sacola também e comecei a comer.

Marina: Cê já foi preso?-Perguntou limpando a mão com guardanapo.

-Duas vezes eu rodei, quando falam sobre inferno na minha mente já vem prisão.

Mariana: Chocada, e tu tá se arriscando assim por quê?

Lucca: Pra te alimentar.-Falei e ela jogou o guardanapo dela no meu rosto, rindo à beça.

Mariana: Tu é muito idiota, cara.

-Aqui é suave, já te falei. Para de se preocupar. Tem vez que dá vontade de dar um rolê na pista e esse é um dos poucos lugares que eu consigo vim de boa.

Comemos conversando sobre vários bagulhos, senti falta dos nossos papos. Senti falta dela todinha pô, sem marra, sem deboche, apenas a Mariana.

Depois de comer fomos deitar os negócio na lixeira que tinha na orla e do nada a preta começou a correr na areia da praia.

-Ou, tá fazendo o quê maluca?-Gritei vendo ela tirar as havaianas e correr na direção do mar, de roupa e tudo.

Mariana: Renovando as minhas energias, vem.-Foi andando no começo e depois nadou até onde a água batia no pescoço dela.

Tirei a minha camiseta e os meus tênis, deixando na areia com os meus outros pertences e fui correndo na direção do mar.

A água tava gostosa pra porra, tava num meio termo entre o quente e o frio. Nadei até onde ela tava e ela virou pra trás, olhando pra mim.

Ela nadou pra perto, passou um dos braços em volta do meu pescoço e escondeu o rosto na curva do mesmo, me abraçando. Passei os meus braços em volta da cintura fina dela e apertei ela contra mim, escutando ela suspirar.

A gente ficou assim, abraçado por mó tempão. Escutando só o barulho da água e sentindo o vento bater no nosso rosto.

Desfiz o abraço quando senti ela tremendo de frio e fomos saindo da água, pegamos as nossas coisas e fomos pro carro molhados mermo.

Nosso Reinício. ‐ Livro II Onde histórias criam vida. Descubra agora