Capítulo 43.

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LC.

Tava com uma puta vontade de quebrar tudo que tava à minha volta, mas eu tinha que me controlar pra pensar com clareza.

A minha preta precisa de mim, e eu preciso dela.

Sentei na minha cadeira, olhando pra porta e a Drika já veio entrando junto com a Ana e o Ht.

Drika: Espero que o que tu tiver pra falar seja importante, porque eu já tava no meu décimo quinto sono de beleza.-Bocejou e sentou no sofá.

Ana: Que cara é essa?-Olhou pra mim e eu respirei fundo, pensando na melhor forma de dar essa notícia.

Ht: Fala logo, mané.-Se escorou na parede e tirou um baseado do bolso, acendendo.

-A Mariana foi sequestrada, pô.

Drika: Brincadeira tem hora, Lucca.-Revirou os olhos.

Ana: É meme né?-Balancei a cabeça em negação.

-Eu lá ia brincar com uma merda dessas?

Ht: Caralho menor, como assim irmão?

-Isso depois eu explico pra tu, agora eu queria pedir pra vocês não comentar nada com a dona Lúcia, ela tá melhor mas ainda não tá cem por cento legal então não quero fazer ela passar nervoso, tá ligado?

Drika: Não, claro.-Passou a mão no cabelo e limpou a lágrima que caiu.-Com certeza é melhor deixar ela descansada mesmo.

A Ana apertou a mão da Drika, que tava tremendo, e eu cocei a minha cabeça antes de chamar um vapor e mandar ele levar elas pra casa.

Ht: Tu tem alguma parada em mente? Tamo totalmente no escuro, pô.-Falou depois que eu expliquei tudo o que rolou hoje.

-Tenho sim pô, uma coisa é certa; tem x9 nessa porra, porque não tem possibilidade dos cana terem visto eu e a Mariana na pista.

Ht: Faz sentido, tu teve treta com alguém ultimamente?

-Ultimamente não, mas tenho uma pessoa em mente. O Gw, essa semana toda eu não vi ele, o maluco simplesmente evaporou.

Ht: Caralho, sim. Também não trombei com ele durante essa semana ainda não, parça.

Levantei, esfregando as mãos e abri a porta da salinha vendo que o sol já tava nascendo.

Ht: Tu tá indo pra onde?-Pegou no meu braço.

-Visitar a família do arrombado pra ver se sabem de algo.-Respondi descendo as escadas.-Tu fica na atividade aqui enquanto eu trato desse bagulho, jaé?

Ht: Jaé irmão.-Fez um toque comigo e eu fui andando pro barraco do Gw, que era bem perto aqui da boca.

Nem precisei bater no portão, a irmã dele tava saindo de casa com uma mochila nas costas.

-Que susto!-Colocou a mão no peito, assustada por dar de cara comigo ao se virar pra cá, quando terminou de trancar o portão.

-Cadê o teu irmão?-Encarei ela.

-Não faço ideia, tava estranho pra caralho de uns tempos pra cá. Mas faz uns três dias que ele arrumou as coisas dele e meteu o pé.

-Meteu o pé pra onde, carai?-Comecei a ficar boladão.

-Eu não sei.-Deu de ombros e eu puxei ela pelo braço, apertando.-Eu não sei, mas eu posso ligar e perguntar, ai.-Soltei ela e concordei com a cabeça.

-Era só ter falado mais cedo, teria evitado essa parada e facilitado a vida de todos nesse caralho.

Ela tirou o celular do bolso do short e ligou pra ele. Enquanto chamava eu já aproveitei e falei pra ela falar que quer ver ele lá na rua dez no asfalto assim que ele atender.

-Oi irmão?-Mordeu o lábio nervosa e me olhou de relance.-Tem como a gente se ver agora na rua dez do asfalto?-Engoliu em seco.-Ok, já tô indo pra lá te esperar então.-Tirou o celular da orelha e desligou.-Ele tá indo pra lá agora.

-Valeu demais, teu irmão tá no mó erro, pô.-Falei e voltei pra rua onde deixei o meu carro. Entrei nele e desci o morro a milhão, indo pro asfalto.

Parei o carro no final da rua e desci, ajeitando o meu revólver no quadril. Sentei na calçada daquela rua decaída e depois de trinta longos minutos escutei um barulho de moto se aproximando.

Abri um sorriso ao ver ele entrando com a moto na rua e quando ele se apercebeu de que não era a irmã já deu meia volta e acelerou pro começo da rua.

Tirei meu revólver do coldre e mirei no pneu da moto, acertando e fazendo ele esvaziar.

O idiota caiu com a moto no chão e se levantou, começando a correr. Mirei na canela dele e atirei, fazendo ele cair de cara no chão e começar a gritar de dor.

Levantei ele pela gola da camiseta e saí arrastando no chão mermo. Quando chegamo perto do meu carro ele estava desmaiado, joguei ele no porta-malas e fui pra favela depois de subir no carro.

Nosso Reinício. ‐ Livro II Onde histórias criam vida. Descubra agora