Capítulo 60.

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Meses depois...

Mariana.

-Caralho, que demora branquinho!-Gritei pois faz mais de trinta minutos que o Lucca foi lá pra cima.

Falei pra galera que ia subir pra ver o porquê dele demorar tanto e subi as escadas, indo pro primeiro andar.

Caminhei até o final do corredor e abri a porta do nosso quarto, fechando ela atrás de mim logo em seguida.

Quando me aproximei da cama vi a cena mais linda da minha vida. Quase todo dia era isso, mas morro de amores toda vez que vejo como se fosse a primeira.

Tava o Lucca dormindo com a Malu e o Luan em seu peito desnudo, os três tinham a respiração tranquila.

Os gêmeos são real a cara do Lucca. Achava justo pois tinham puxado a minha melanina, mas quando eles foram crescendo, para o meu grande choque e a felicidade do Lucca, a melanina foi com Deus. Apesar disso, no fundo eu ainda tenho esperança de que Deus vai tornar eles pelo menos afrobeges.

Dei um beijo na cabeça dos meus filhos e um selinho na boca rosinha do meu marido, seguido de tantos beijos no rosto dele que o fizeram acordar.

-Cê disse que ia pro banheiro e não voltou mais, deixou eu e a nossa família sozinha lá.-Falei vendo ele passar a mão no rosto sem fazer movimentos bruscos pra não acordar os nossos filhos.

Lucca: Foi mal, preta.-Bocejou.-Quando eu ia voltar a descer ouvi eles chorando, dei a mamadeira e deitei com eles pra ver se dormiam de novo, nisso acabei adormecendo junto.

-Tem problema não, meu branquinho.-Passei a mão no cabelo dele e ele fechou os olhos.-Mas agora que tu acordou bora voltar, tá geral cheio de fome.

Lucca: Jaé, pô.-Passou a língua nos lábios e eu peguei o Luan em meus braços antes de sair do quarto.

Entrei no quatro dos gêmeos e coloquei o Luan no berço dele, dei um beijo na bochecha do meu garoto e olhei de relance pro Lucca, que tava deitando a Malu no berço dela.

Lucca: Bora.-Pegou na minha cintura, me puxando pra perto e enfiou uma mão na minha juba antes de colar as nossas bocas.

Peguei na nuca dele, sentindo ele chupar a minha língua lentamente e passei o braço em volta do pescoço dele, que deu uma apertada na minha bunda antes de morder o meu lábio inferior, e partir o beijo com um selinho por falta de ar.

Limpei o gloss que ficou na boca dele e ele entrelaçou os nossos dedos antes de sairmos do quarto de mãos dadas.

Passamos pela porta de correr na sala e fomos pra área da piscina, Lucca sentou em uma ponta da mesa e eu sentei em outra.

Drika: Finalmente, eu tô morrendo de fome cara. Tu foi engolido pela privada?-Olhou pro Lucca que deu o dedo do meio pra ela.

O Henri já fez igual e o Ht começou a rir igual uma hiena.

Ana: O Ht como pai é o erro, na moral.-Deu risada e a dona Paula concordou.

Drielly: Eu tô com fome gente, pode deixar pra rir depois?-Ajoelhou na cadeira.

Khalil: Eu tô também, mãe.-Puxou o braço da Ana.

Safira: E quando vocês não tão?-Tirou as palavras da minha boca, essas crianças devem comer umas dez vezes por dia.

Lúcia: Eu quero é esse pudim, tá com uma cara ótima.-Apontou pro pudim de leite condensado que ela mesma fez, a humildade da gata.

Tava rolando um churras aqui na nossa casa do Leblon. Sorri feliz, olhando pra quase todo mundo que eu amo aqui presente.

"Quase todo mundo", porque sinto falta da Luma, mas eu e o Lucca compreendemos que ela também tem a família dela e nem sempre vai poder estar com a gente.

Tanta coisa aconteceu desde o nascimento dos meus filhos, a gente voltou pro Brasil e começou a viver o nosso reinício.

Lucca e o Ht saíram do mundo do crime e compraram um lote de dois andares na Gávea. No térreo tá a barbearia do Ht e no primeiro andar tá o estúdio de tatuagem e piercing do Lucca.

Eu inaugurei outra clínica lá em SP e foi uma das melhores decisões que eu já tomei na vida. Deus abençoou e graças a ele os meus filhos não vão passar pelas dificuldades financeiras que um dia eu e o Lucca passamos.

Lucca, eu e os nossos filhos passamos a semana na barra e nos fins de semana a gente vem pro Leblon. Drika e o Ht também meteram o pé da favela, afinal o que prendia eles lá era só o envolvimento dos rapazes com o tráfico. Eles compraram um apartamento no mesmo prédio que a gente mora e são nossos vizinhos.

Apesar de tudo, a nossa conexão com a favela nunca vai se quebrar. Somos favelados raíz e isso jamais vai mudar. A gente volta e meia tá lá porque a Ana não tem intenção de se mudar, minha mãe e a dona Paula menos ainda.

Falando nelas; eu, o Ht, A Drika e o Lucca juntamos um dinheiro e compramos um restaurante pra elas. As duas amam cozinhar e viviam dizendo que já não queriam ficar pegando dinheiro com a gente, juntamos o útil ao agradável e tá aí. Com apenas alguns meses de funcionamento é um dos restaurantes mais frequentados e bem falados do Rio de Janeiro.

O som da risada da nossa família me fez sair dos meus devaneios e quando olhei pra frente o meu olhar bateu com o do Lucca, a gente sorriu ao mesmo tempo e eu neguei com a cabeça sem quebrar o contacto visual.

Certas coisas nunca mudam...

FIM.

-
Vai ter terceira temporada pra fechar os livros dessa série, quem amou?

Depois que esse capítulo bater mais de cem comentários eu posto outro com informações sobre o terceiro livro.

𝓐-𝓥𝓲𝓻𝓰𝓲𝓷𝓲𝓪𝓷𝓪.

Nosso Reinício. ‐ Livro II Onde histórias criam vida. Descubra agora