Capítulo 36.

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Lucca.

Fiz cafuné no cabelo da Mariana e encostei o rosto na curva do pescoço dela, inspirando seu cheiro depois de depositar um beijo ali.

Mariana: Bom dia, meu branquinho.-Abriu os olhos e se espreguiçou sorrindo.

-Bom dia minha preta.-Massageei o couro cabeludo dela e ela já voltou a fechar os olhos antes de se aninhar nos meus braços.

Mariana: Cê vai voltar pra favela hoje?-Levantou a cabeça, olhando pra mim e fez biquinho.

-Tenho que ir, pô. Mas me esclarece uma parada, por que tu não deixou eu matar aquele arrombado?

Mariana: Que arrombado?-Olhou pra mim e ficou de bruços, apoiando o queixo no meu peitoral. Meu olhar já desceu pro bundão dela.-O Pedro?-Assenti.-Primeiro porque não quero ninguém morto na minha casa, e segundo porque não quero que ninguém morra por minha culpa.

-Tendeu.-Deslizei minha mão da cintura até a bunda dela e dei uma apertada que fez ela arfar.-Não cansa?-Perguntei e ela me olhou sem entender.

Mariana: Do quê exatamente?

-De ser essa gostosona da porra, pô.-Ela riu e balançou a cabeça em negação.

Subi minha mão pra cintura dela, abraçando forte e inverti as nossas posições, deitando a cabeça no peito dela logo em seguida.

Mariana: Ô amor.-Me chamou quando eu tava quase dormindo de novo.

-Fala tu.-Bocejei.

Mariana: Cê não toma sol não? Parece um vampiro.-Riu.

-Claro pô, todo domingo é de lei eu pedir pros cana esquecer que eu sou criminoso e deixar eu curtir uma praia.-Falei e senti um tapa ardido nas minhas costas.

Mariana: Tu tem laje e piscina em casa, seu idiota.-Escutei a risada gostosa dela e acabei rindo junto.

-Com ou sem sol o pai segue bonitão, o terror delas.

Mariana: Delas quem, Lucca?-Mordeu o meu ombro.

-É brincadeira, pô.-Passei a mão, vendo que ficou vermelho.-Isso porque eu que pareço vampiro né?-Apertei a coxa dela.

Mariana: Sabe...-Riu antes de continuar.-No silêncio da noite eu fico me perguntando como tu fica quando se assusta, se no seu estado normal já é pálido desse jeito, assustado deve ficar invisível, o próprio gasparzinho.-Gargalhou alto vendo a careta que eu fiz.

-Quê isso, nunca nessa vida eu achei que fosse sofrer bulliyng por ser branco.-Gargalhei junto pô, senti falta pra caralho do jeito que só ela sabia me fazer dar altas risada.

Mariana: Reparação histórica, meu branquinho.-sorriu e me deu um selinho.

-Vou embranquecer a tua família quando a gente tiver crias, se liga.-Apertei a cintura dela e ela desviou o olhar.-Qual foi?

Mariana: Nada não, vem.-Levantou da cama e pegou na minha mão.-Vamo tomar banho.

Fomos pro banheiro do quarto dela mermo e depois de escovar os dentes, tirar a roupa e encher a banheira com água e uns negócio lá que faz espuma, entramos na mesma.

Ajeitei ela entre as minhas pernas e passei os braços em volta da sua cintura, ela deitou a cabeça no meu peito e eu beijei a testa dela.

-Cê tá bem mermo, preta?-Perguntei preocupado e ela só fez que sim com a cabeça.

Ficou mó quieta do nada, nem entendi mas também não insisti no bagulho porque eu tô ligado que se ela quisesse falar, ela já teria dito.

Peguei o pente que tava no mármore da banheira e depois de repartir o cabelo dela, igual ela me ensinou há cinco anos, comecei a desembaraçar com todo cuidado do mundo.

Mariana: Caraca, a gente podia ficar assim pra sempre.-Falou com a voz suave dela.

Saímo do banho quando a água esfriou e depois de vestir a preta foi fazer o nosso café da manhã. Comi pra caralho, a comida dela foi uma das infinitas paradas que eu senti falta.

Depois de lavar a louça peguei a minha glock e ajeitei na cintura. Taquei o boné na cabeça e os óculos escuros no rosto antes de ir pra varanda me despedir da Mariana.

-Tô metendo o pé, preta.-Falei e ela deixou o livro que tava lendo de lado, e se levantou enquanto ajeitava os óculos de grau no rosto. Ficava mó sexy com esses óculos, papo reto.

Mariana: Obrigada por ter vindo.-Passou os braços em volta da minha cintura e eu apoiei o queixo na cabeça dela, enquanto olhava os cachos lindos dela voando por conta do vento.

Desfiz o abraço e peguei o rosto dela entre as minhas mãos, depositei um beijo no canto da boca dela e ela já pegou na minha nuca e colou as nossas bocas direito. Chupei a língua dela devagar, curtindo a lentidão do beijo e mordi seu lábio inferior antes de partir o beijo por falta de ar mermo.

-Não demora pra brotar na minha quebrada.-Apertei a bunda dela e dei um selinho antes de pegar a chave do meu carro e meter o pé.

Nosso Reinício. ‐ Livro II Onde histórias criam vida. Descubra agora