Lucca.
Fiz cafuné no cabelo da Mariana e encostei o rosto na curva do pescoço dela, inspirando seu cheiro depois de depositar um beijo ali.
Mariana: Bom dia, meu branquinho.-Abriu os olhos e se espreguiçou sorrindo.
-Bom dia minha preta.-Massageei o couro cabeludo dela e ela já voltou a fechar os olhos antes de se aninhar nos meus braços.
Mariana: Cê vai voltar pra favela hoje?-Levantou a cabeça, olhando pra mim e fez biquinho.
-Tenho que ir, pô. Mas me esclarece uma parada, por que tu não deixou eu matar aquele arrombado?
Mariana: Que arrombado?-Olhou pra mim e ficou de bruços, apoiando o queixo no meu peitoral. Meu olhar já desceu pro bundão dela.-O Pedro?-Assenti.-Primeiro porque não quero ninguém morto na minha casa, e segundo porque não quero que ninguém morra por minha culpa.
-Tendeu.-Deslizei minha mão da cintura até a bunda dela e dei uma apertada que fez ela arfar.-Não cansa?-Perguntei e ela me olhou sem entender.
Mariana: Do quê exatamente?
-De ser essa gostosona da porra, pô.-Ela riu e balançou a cabeça em negação.
Subi minha mão pra cintura dela, abraçando forte e inverti as nossas posições, deitando a cabeça no peito dela logo em seguida.
Mariana: Ô amor.-Me chamou quando eu tava quase dormindo de novo.
-Fala tu.-Bocejei.
Mariana: Cê não toma sol não? Parece um vampiro.-Riu.
-Claro pô, todo domingo é de lei eu pedir pros cana esquecer que eu sou criminoso e deixar eu curtir uma praia.-Falei e senti um tapa ardido nas minhas costas.
Mariana: Tu tem laje e piscina em casa, seu idiota.-Escutei a risada gostosa dela e acabei rindo junto.
-Com ou sem sol o pai segue bonitão, o terror delas.
Mariana: Delas quem, Lucca?-Mordeu o meu ombro.
-É brincadeira, pô.-Passei a mão, vendo que ficou vermelho.-Isso porque eu que pareço vampiro né?-Apertei a coxa dela.
Mariana: Sabe...-Riu antes de continuar.-No silêncio da noite eu fico me perguntando como tu fica quando se assusta, se no seu estado normal já é pálido desse jeito, assustado deve ficar invisível, o próprio gasparzinho.-Gargalhou alto vendo a careta que eu fiz.
-Quê isso, nunca nessa vida eu achei que fosse sofrer bulliyng por ser branco.-Gargalhei junto pô, senti falta pra caralho do jeito que só ela sabia me fazer dar altas risada.
Mariana: Reparação histórica, meu branquinho.-sorriu e me deu um selinho.
-Vou embranquecer a tua família quando a gente tiver crias, se liga.-Apertei a cintura dela e ela desviou o olhar.-Qual foi?
Mariana: Nada não, vem.-Levantou da cama e pegou na minha mão.-Vamo tomar banho.
Fomos pro banheiro do quarto dela mermo e depois de escovar os dentes, tirar a roupa e encher a banheira com água e uns negócio lá que faz espuma, entramos na mesma.
Ajeitei ela entre as minhas pernas e passei os braços em volta da sua cintura, ela deitou a cabeça no meu peito e eu beijei a testa dela.
-Cê tá bem mermo, preta?-Perguntei preocupado e ela só fez que sim com a cabeça.
Ficou mó quieta do nada, nem entendi mas também não insisti no bagulho porque eu tô ligado que se ela quisesse falar, ela já teria dito.
Peguei o pente que tava no mármore da banheira e depois de repartir o cabelo dela, igual ela me ensinou há cinco anos, comecei a desembaraçar com todo cuidado do mundo.
Mariana: Caraca, a gente podia ficar assim pra sempre.-Falou com a voz suave dela.
Saímo do banho quando a água esfriou e depois de vestir a preta foi fazer o nosso café da manhã. Comi pra caralho, a comida dela foi uma das infinitas paradas que eu senti falta.
Depois de lavar a louça peguei a minha glock e ajeitei na cintura. Taquei o boné na cabeça e os óculos escuros no rosto antes de ir pra varanda me despedir da Mariana.
-Tô metendo o pé, preta.-Falei e ela deixou o livro que tava lendo de lado, e se levantou enquanto ajeitava os óculos de grau no rosto. Ficava mó sexy com esses óculos, papo reto.
Mariana: Obrigada por ter vindo.-Passou os braços em volta da minha cintura e eu apoiei o queixo na cabeça dela, enquanto olhava os cachos lindos dela voando por conta do vento.
Desfiz o abraço e peguei o rosto dela entre as minhas mãos, depositei um beijo no canto da boca dela e ela já pegou na minha nuca e colou as nossas bocas direito. Chupei a língua dela devagar, curtindo a lentidão do beijo e mordi seu lábio inferior antes de partir o beijo por falta de ar mermo.
-Não demora pra brotar na minha quebrada.-Apertei a bunda dela e dei um selinho antes de pegar a chave do meu carro e meter o pé.
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Nosso Reinício. ‐ Livro II
Romance+16| Reinício: Ato ou efeito de reiniciar, de iniciar novamente, de dar início mais uma vez; recomeço. Nossa história não terminou do jeito que a maioria termina, com um final feliz, mas você está de volta e eu vou correr atrás do nosso reinício. 2°...