29

24 3 6
                                    

De terno preto e de óculos escuros, andei pela cidade e pelo o que vi já sabiam da morte dele

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

De terno preto e de óculos escuros, andei pela cidade e pelo o que vi já sabiam da morte dele. Ouvindo palavras de consolos me vi enjoada, o que era verdadeiro ali? Nada

- Amiga, sinto muito. - Chorando Celeste me acompanhava pra onde eu ia.

- Tá tudo bem. -  Pelo menos ia ficar, já não chorei mais, sabia que ele não iria querer isso.

Com um buquê de flores azuis, me despedi dela e fui até a casa de quem eu mais adiei, batendo na sua porta. Respirei fundo, sabia o quão ele era importante pra ela, o quão a ligação deles era importante e se fosse isso..

- Já esperava que vinhesse aqui. - Disse ao abrir a porta reparando seus olhos vi que ao redor estava  avermelhado e irritado, tava chorando.

- Então a senhora já sabe? - Se jogando nos meus braços soluçou, com cuidado fecho a porta e acaricio seus cabelos. - Vai ficar tudo bem Dona Flora.

- Não não vai. - Seu choro era dolorido, ela era uma senhora já, a quanto tempo não chorava ? Ver isso só me partia mais o peito. - Quem foi? - Suas lágrimas não tinha a raiva da sua voz.

- Eu cuidei disso, fique calma, vim aqui  também por que preciso que faça algo pra mim. - Seus olhos se arregalam. - Ainda bem que a senhora sabe o que é.

Logo após que se acalmou, vamos até seu porão e se sentando na sua maca, tirei os óculos, a vendo amarrar minhas mãos e pernas, quando pegou o sedativo, paro.

- Sem, por favor, preciso sentir tudo, depois entre em contato com o anjo. - Meio receosa, deu começo ao processo

Havia um tempo que tínhamos conversado sobre meu corpo está desproporcional com o original, principalmente por conta que eu não tinha coragem mas agora não tenho nada a perder, decidida, respiro fundo.

Suas palavras eram digeridas a mim  em latim, eram rápidas e precisas, sentia minha cabeça latejar e minha pele formigar, quase a mesma sensação do ritual, mas agora tava tão... Calmo, com o tempo que ela falava, sentia as coisas ficarem mais quentes, muito quentes. Então como se fosse um estralo, minhas costas parecia se rasgar, da minha cabeça saia um líquido preto que descia sobre meus olhos, minha bunda também doía de forma alucinante, era loucura aquilo tudo, mas não gritei, mordendo meus lábios forte, aguentei aquela mistura de sentimentos.

Estou me soltando Aszel, logo logo você vai se orgulhar de mim.

(...)

Três horas, foram longas três horas de tormento, chegou um ponto que eu apaguei de dor, me levantando de uma cama, sentia que meu corpo pesava, indo colocar a mão na cabeça, senti algo espetar minha mão.

- Au. - Então acordando de vez me levanto correndo, quase caindo pelo peso em minhas costas, ficando na frente do espelho com muito esforço posso vê o quão mudei, atrás de mim grandes asas negras me cercavam, são de fato belas, meus olhos estavam brancos, e sem vida alguma me encaravam de volta, na minha cabeça chifres tão pretos quanto minhas asas, era tudo tão... Lindo.

E pela primeira vez na minha vida eu senti que... Me encontrei.

Essa sou eu.

Sentia na minha alma que finalmente tudo tava nos trilhos, tudo menos o coitado do meu coração  respiro fundoisso é por ele, por mim, por todos. Fazendo força nas asas, vejo que ter asas é como ter pernas, só que de um jeito diferente, primeiro engatinha, depois aprende a andar, sendo assim, saio de lado do quarto por que não sabia fechar elas e onde eu passava ela esbarrava e derrubava algo e eu ia pedindo desculpas.

- Querida, deveria ter esperado no quarto - Vindo até mim, Dona Flora me estuda, toda - Você está tão linda, está a verdadeira Lilith ... Ele iria sentir tanto orgulho de você. - Fala baixinho.

- Sei que sim, agora poderia me ajudar a saber mexer? Eu não sei mexer muito bem nisso - Mudo de assunto apontando pras asas dou um sorriso fraco.

- Chamei alguém que pode te ajudar, é uma jovem que eu cuidei também. - Então uma moça entra,com os olhos violetas e cabelos castanhos, ela sorri pra mim, suas asas eram afiadas na ponta e tinham toques de roxo assim como seus olhos. - Ela é uma súcubos meio que aposentada. - A súcubos me encara e parecia tá encantada

- É imenso meu prazer em conhecer a Senhora, você tá tão linda na sua forma natural, linda mesmo, seus chifres cresceram também e suas asas estão mais afiadas -  Ficando com vergonha faz uma reverência. - Desculpe meu comportamento meu nome é Vivian. - Estende a mão, com uma feição animada.

- Tudo bem Vivian, prazer em conhecer você, eu sou a yu...Lilith como sabe. - Ela assente. - Você vai me ensinar a voar então? Por que preciso pra hoje. - Cruzo os braços me apoiando nas asas que estavam duras a nas minhas costas, servindo como apoio.

- Sim, eu sou muito experiente então está em boas mãos, você vai aprender rapidinho, vamos pro lago, lá tem mais espaço e a água ajuda a suas asas ficarem mais ligeira. - Comenta indo de um lado pro outro sem conseguir ficar quieta.

- Espero que seja boa mesmo, senão te descarto. - Semicerro os olhos, ela faz uma expressão de socorro. - Brincadeirinha, ou talvez não, depende de você. - Sorrio.

- Se quiser posso ir também Lilith. - Dona Flora se oferece, vendo que eu fiquei pensativa com ela.

- Tá tudo bem, não precisa, passo aqui antes de ir, até lá cuidado. - Aviso. - Venha, segure minha mão. - Estendo ela, olho com tédio pra Vivian.

- Por que? - Mesmo confusa a pega.

- Vou levar a gente lá oras, pra que mais seria? - Rindo baixo a seguro com jeito e imagino o lago, sentindo tudo flutuar sobre mim.

Olhando ela de pertinho, seu rosto era tão delicado, assim como suas asas, parecia tudo de mentira, que a qualquer momento poderia quebrar, achei fofo, sua pele era macia e sua mão gelada, desviando o olhar me vejo olhando em volta, ter que vir aqui me trás tantas lembranças.

- Bom, vamos lá ? - Dando saltinhos, ela gira em círculos no ar, suas asas faziam movimentos rápidos e bonitos, pareciam até uma dança. - Sabe flutuar? Pelo menos um pouquinho? - Confirmo com a cabeça fazendo mas me desequilíbrio e quase caio, mas minhas asas se flexionam no chão não deixando eu cair e me machucar. - Elas parecem mesmo gostar de você! Que bom assim vai dá tudo certo mais rápido!! - Aquilo sem dúvidas era um alívio pra mim.

Então demos início a um treinamento de no máximo
dois dias, até minha ida ao inferno.

Então demos início a um treinamento de no máximo dois dias, até minha ida ao inferno

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.





MEU AZARADO DESTINO! FINALIZADO!!!Onde histórias criam vida. Descubra agora