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Minhas pernas se moviam a uma velocidade absurda, mas eu não pararia, não, não quero morrer, ainda quero vê meu irmão, ainda temos que fazer o piquenique de domingo, ainda tenho que tirar mais fotos, ainda tenho que sair dessa cidade e eu vou

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Minhas pernas se moviam a uma velocidade absurda, mas eu não pararia, não, não quero morrer, ainda quero vê meu irmão, ainda temos que fazer o piquenique de domingo, ainda tenho que tirar mais fotos, ainda tenho que sair dessa cidade e eu vou.

Os passos não paravam, assim como eu também não podia, mais sentia que estavam me alcançando, pessoas, o que queriam comigo? O que eu fiz?? Com um barulho alto atrás eu levei um susto e tropecei, recuperando o equilíbrio voltei a correr, dando a volta e entrando cada vez mais na floresta.

Tentava cada vez mais entender os sons, o que diziam mas nada fazia sentido ao mesmo tempo que eram sussuros, eu podia entender, mas nada fazia sentido, quem eram? O que queriam comigo? Eu não pararia pra perguntar, já vi isso em filme e nunca acabava bem, eu não sou a personagem de filme inocente, não sou, dando a volta novamente me vi parando por um momento pra vê aonde acabaria entrando, não sabia o que seria pior entrar na floresta escura ou ficar com essas pessoas estranhas, ficar aqui que não vou, vai que me devoram, não não não, eu vou continuar até voltar viva pro meu irmão.

A medida que eu entrava na floresta ela parecia se fechar ao meu redor, os pássaros se calaram, o falhar das folhas no chão era quase inaudível, as árvores não possuíam vida, até neblina tinha, o que me deu mais medo, sentia meu coração em todo meu corpo, eu não sabia o que tinha acontecido, mais já não escutava os passos, minha mente não se calava, as perguntas não iam embora.

Quem eram?
Foram embora?
Estão me olhando?
Ainda estão atrás de mim?

Mais um movimento entre às árvores confirmou que não haviam ido embora, mais estavam mais quietos então correndo me preparei pra subir em alguma árvore, ou não sei, eu tinha que saber o que estava acontecendo, mais também não posso me dá ao luxo que alguém me pegue, então olhando ao redor, vi uma árvore onde seus galhos eram altos, mais dava pra escalar, eu e o gael sempre gostou de subir em árvores, e olhar a cidade de cima, correndo na direção oposta da onde vinha, pude da a volta e pegar impulso pra subir.

O que eu não esperava era que estivesse alguém na minha cola, quando peguei no galho e fui levantar meu corpo uma mão pegou no meu tornozelo me puxando pra baixo, no desespero me debati e segurei mais firme no galho, olhando pra baixo pude vê o motivo pra que eu quisesse subir mais rápido ainda, era um homem, estava com uma blusa social branca toda suja do que parecia ser sangue, suas mangas levantadas até o cotovelo, seu cabelo era liso preto, estava completamente bagunçado, seu rosto estava coberto com o que parecia ser uma máscara de coelho, completamente esquisita, ele estava sorrindo, me olhando fixamente, então me puxando pra baixo, sem quebrar o olhar ele deitou a cabeça me olhando, ainda sem dizer nada, sua outra mão tinha um taco de beisebol, chutando ele, forçava meu corpo a subir, resolvi fazer contato, vai que ele era legal e via que eu não estava gostando daquilo e parasse, talvez seja só uma brincadeira de mau gosto, afinal hoje era meu aniversário.

- oOi moço, moço, então pode me soltar? Não sei quem você é, ou o que quer comigo, mas pode me soltar ? A gente pode conversar com calma comigo lá em cima, que tal? Me solta, por favor - supliquei.

Entre o buraco da máscara pude vê seus olhos semicerrar, deve que tá pensando que sou maluca, mas vovó sempre diz nas suas cartas que uma boa conversa e gentileza resolve tudo, então tô fazendo isso, se ela disse é por que ela já tirou conclusão sobre isso, ainda me olhando o cara coelho afrouxou sua pegada insinuando me soltar, sabia que a vovó tava certa, então fazendo força pra subir o que meus braços já doíam, não escutei, não vi, só senti quando veio, soltei um grito alto e comecei a chorar quando senti o taco ser acertado com força no meu pé, mais puxei meu corpo pra cima, chorando compulsivamente, não desisti e continuei a subir, mas meu pé latejava e doía como nunca, quando consegui me sentar numa distância consideravelmente, abracei minhas pernas e chorei.

Por que estava acontecendo isso comigo? O que eu fiz pra merecer?

Tirando com cuidado o tênis e colocando entre minha barriga e minha perna dei uma olhada no meu pé, onde tinha inchado e tava roxo, 2 unhas estavam sangrando sem parar, quem é esse louco? E por que fez isso? Meu irmão vai dá uma surra nele, e vai ser bem feito, deixa eu só voltar pra casa, se eu consegui voltar... Olhando pra baixo pude vê ele rondar a árvore ainda me olhando, voltando a ficar bem na minha direção, ele gira o taco e me chama com o dedo.

- Desça e aceite seu destino. - sua voz era baixa e grossa.

- Só um louco obedeceria isso, não vou descer. Pode esperar deitado por que se sentar vai até cansar! - falei entre os soluços.

- Eu tenho pressa, Desça. - falou dessa vez mais sério, mais seu tom ainda era calmo - Ou quer que vá te buscar? Não ache que eu não consiga te pegar aí. - meu corpo arrepiou.

- Por que isso? O que eu te fiz? O que eu fiz? Me diga, podemos resolver, desculpa. - meu choro ficou mais doloroso, meu tornozelo não parava de latejar e ele parecia determinado a me pegar mesmo.

- Você merece, é seu destino criança, apenas desça e pague.

- Pagar? É dinheiro que você quer? E cadê aquelas pessoas? Você não tá sozinho, eu não sou boba, cadê eles? - Berrei - E quem é você ?

- Não preciso de dinheiro criança, quero que pague com sua vida e sobre eles? - Abrindo um enorme sorriso ele respondeu- Estão aqui em toda parte te esperando, então é melhor adiantar logo. - Chegando mais perto da árvore, ele olhou nos meus olhos - E quem eu sou? Eu sou sua passagem de ida pro inferno

Quando ele terminou de falar, pessoas de todos lados começaram a aparecer, todos de máscaras, e carregavam alguma arma, todos eles, desde homens há mulheres, estavam me encarado embaixo da árvore, seus sorrisos me diziam que seria melhor morrer em cima da árvore de fome do que descer.

- Se não vai descer, vamos subir pra te fazer companhia, o que acha ? - uma mulher disse já amarrando o cabelo me olhando.

Estranha..

Estranha

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MEU AZARADO DESTINO! FINALIZADO!!!Onde histórias criam vida. Descubra agora