— O quê? — Eu devo ter escutado errado porque a outra opção não me é agradável.— Fica comigo? — repete convicto.
— O que você tem na cabeça garoto? Cadê seus amigos? — espreito o lado de fora e não vejo ninguém.
Quando é que as pessoas foram embora?
— Eles foram embora.
— Faça o mesmo.
Dou as costas para ele, com a intenção de voltar para o meu quarto e fingir que esse dia nunca existiu.
— Eu estou bêbado, você vai me deixar dirigir até a república desse jeito? — pergunta e eu me viro para ele com tédio.
É claro que eu o deixaria. Não me importo com o que ele faz ou deixa de fazer. E além do mais, se ele morresse seria menos um babaca na faculdade e no mundo, o universo me agradeceria se ele tivesse um acidente mortal. Mas em contrapartida eu carregaria o peso de mais uma morte nas costas então me dou por vencida.
— Me dá as chaves do seu carro — digo mas ao em vez de fazer o que eu falei ele se aproxima de mim.
— O que você está fazendo? — ergui a sobrancelha.
— Te entregando as chaves, estão no meu bolso direito. Minhas calças estão apertadas demais eu não conseguiria tirar — sorriu de forma patética.
Essa foi a desculpa mais ridícula que já ouvi, mas eu não estou com vontade nenhuma de discutir com ele então encaro seu bolso antes de tragar uma boa quantidade de ar, não é como se fosse o final do mundo era só tirar as chaves e pronto. Ou seria apenas isso se o filho da mãe não cheirasse tão bem e me deixasse desconcertada. Finalmente coloco minha mão em seu bolso e o encaro furiosa quando acho apenas um bolso vazio.
— Ops, parece que me enganei, as chaves estão no outro bolso — engulo minha raiva porque do contrário eu iria socar o rosto dele.
— Me entrega a merda das chaves, Elijah! — falo entre dentes.
— Tudo bem, tudo bem — diz e tira as chaves do bolso da sua jaqueta.
Nesse momento, tudo que vejo são chamas. Eu poderia mandar ele se foder agora. Minha irritação aumenta quando ele sorri. Ah como eu odeio esse sorriso, sinto uma enorme vontade de arrancar cada um dos seus dentes perfeitamente alinhados.
— Você sabe que eu posso voltar para o meu quarto agora e te deixar aqui, não sabe? — pergunto.
— Eu sei, mas você não vai — diz estendendo as chaves.
— E o que te faz pensar que não vou? — me vejo curiosa.
— Porque você não deixaria um pobre rapaz indefeso e bêbado dirigindo nestas ruas perigosas.
Rolo os olhos pegando as chaves de sua mão. Elijah era tudo, menos um pobre rapaz indefeso. Antes ele dissesse: idiota, estúpido e imbecil, aí eu concordaria porque é exatamente isso que ele é, essas três palavras o definem perfeitamente. E além do mais, a república não fica longe daqui.
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Mais Feliz Do Que Nunca!
Teen FictionDois adolescentes problemáticos. Dois adolescentes tóxicos, cegos pelo orgulho. Uma mistura perigosa de fogo e petróleo que a qualquer momento poderia entrar em combustão, mas acima de tudo, duas almas quebradas que podem escolher entre unir uma a o...