Capítulo 54

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Minha rotina nos últimos meses tem sido bastante esgotante

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Minha rotina nos últimos meses tem sido bastante esgotante. Faculdade, ir vender meus quadros, consulta com a psicóloga e hora de me forçar a comer. Mas confesso que estou gostando, minhas vendas estão fazendo sucesso e eu consegui juntar um bom dinheiro com isso e estou pensando em fazer algo mais grande que vender quadros no parque, uma galeria seria ambição demais mas eu gostaria de poder abrir uma.

A faculdade está indo bem, muito bem na verdade, as férias se aproximam e eu pretendo vender ainda mais quadros nas férias. Quanto a Elijah estamos indo bem, ele continua saindo para beber mas eu parei de me importar com isso optei por não atender mais suas ligações quando ele sai pra beber.

Tivemos várias discussões, tantas que não posso contar e toda vez que discutimos ele sai pra beber com seus amigos ou bebe em casa. Isso me incomoda, a dependência que ele está criando do álcool, qualquer coisa que aconteça e não o agrade ele bebe mas eu já cansei de pedir para que ele pare de beber tanto.

Tivemos também momentos bons como assistir um filme abraçados, sair para passear de mãos dadas, ir ao cinema e claro transamos bastante, em cada comodo dessa casa.

— Pensando em quê? — Sebastian se senta ao meu lado na bancada da quadra.

Dou de ombros.

— Estou pensando em como eu consegui te aturar por três meses — provoco e ele sorri.

— Eu sei que você me ama — fala e eu o encaro com deboche.

De fato, Sebastian foi a pessoa que mais me apoiou, quando eu pensei em desistir de ir ao psicólogo ele me falava o que eu não queria ouvir mas precisava e claro que eu fico com raiva dele mas logo passa pois percebo que ele tem razão.

As consultas com Lia tem me ajudado bastante, ainda não venci a doença e sim tenho várias recaídas mas tenho comido melhor do que há três meses atrás. A comida continua sendo um peso pra mim mas eu tenho a encarado cada vez menos como calorias á mais no meu corpo e mais como algo que eu preciso.

Quanto a Marcela não a vejo faz dois meses, evito ao máximo qualquer encontro com ela e com meu padrasto por mais que Lia insista que eu deva perdoar ela para conseguir superar a doença com mais facilidade. Eu ainda sinto raiva daquela mulher assim como do marido dela.

Por incrível que pareça Heitor não me procurou, deve ter cansado de me seguir. Ele e sua mulher se merecem.

—  Eu tenho que ir — digo encarando a hora.

— Vendas? — aceno.

— A gente se vê amanhã — digo e ele assente.

Me levanto indo embora da faculdade. Chego á casa e me apreço em pegar os quadros que pintei recentemente. O quadro que pintei de Elijah já está terminando e eu o pendurei em nosso quarto. Elijah vive reclamando por eu ter o feito mas eu não ligo, gosto do quadro onde ele está.

Quando estou prestes a sair ouço a porta sendo aberta e ouço o barulho de vidro sendo quebrado. Jogo tudo no chão e me apreço em descobrir o que está acontecendo. Assim que entro na sala me deparo com um Elijah raivoso.

— Elijah, o que aconteceu? — pergunto preocupada.

— Eu não sei como contar isso pra você, nem eu estou acreditando no que vi e no que fiz — ele fala com raiva passando a mão pelos cabelos.

— É tão grave assim?

— Brooklyn me pediu para que eu a levasse até nosso pai porque ela queria fazer uma surpresa para ele — suspira — Eu a levei pois ela estava muito empolgada com isso, passamos pela sua secretária sem que ela tivesse tempo de avisar que estávamos lá, assim que abri a porta eu vi meu pai fodendo com uma mulher e não era minha mãe — ele desaba no chão e eu me ajoelho de frente para ele.

— O pior de tudo é que eu não pude evitar que minha irmã visse aquilo, Smurf. Minha irmã viu o pai dela comendo outra mulher. Eu não pude me segurar, bati nele até que começasse a sangrar e minha irmã viu tudo, viu seu irmão batendo no pai dela — ele chora em meus braços e eu o abraço.

— Onde ela está?

— Deixei ela na porta do condomínio. Não consegui entrar em casa, não tenho coragem de encarar minha mãe depois de tudo.

— Ei — faço com que ele me encare nos olhos — Isso não foi culpa sua.

— Eu bati no meu pai, Smurf. Na frente da Brooklyn, ele deve estar a caminho de um hospital agora, claro que foi culpa minha. E sabe com quem ele trai a minha mãe? — faz uma pergunta retórica mas infelizmente eu sei que é com Marcela.

— Com a sua mãe. Eu sinto muito mas não podia deixar de te contar — não demostro nem um pouco de surpresa.

— Você escutou o que eu disse? — aceno — então porque você não está surpresa?

Não consegui disfarçar a culpa estampada em meu rosto, então desvio o olhar. Elijah nota meu desconforto e parece encaixar todas as peças em sua cabeça.

— Você já sabia — sussurra se afastando de mim — Você já sabia de tudo — não tentei negar e nem me defender pois eu realmente sabia.

— A quando tempo? — pergunta ainda incrédulo.

— Mais de três meses — murmuro.

— Merda! Merda. Você só pode estar de brincadeira comigo, porra Isabelle! — altera o tom de voz.

— Eu...

— Eu não acredito que você escondeu uma coisa dessas Isabelle. Meu pai estava fodendo com a sua mãe por esse todo tempo e você não me faltou nada. Como, Isabelle? — se levanta com ainda mais raiva.

— Elijah eu...

— Você estava apoiando aquela merda? Acobertando a merda que eles estavam fazendo as custas da minha mãe!

— Eu não estava apoiando merda nenhuma! Eu só não queria acabar com a família de vocês por me meter em assuntos que não devia e eu tive a mesma reação que você teve ao descobrir e não, eu não soquei a cara do seu pai por mais que tivesse vontade.

— Nada justifica esconder uma coisa dessas de mim, nada que você diga o justifica. Você apoiou a sua mãe!

— Pare de falar que eu apoio ela. Eu nunca apoiei nada daquilo eu nem se quer deveria ter descoberto.

— Você não imagina o quanto eu odeio que escondam coisas de mim. Ainda mais uma merda tão grande quanto essa!

— Elijah você tem que me entender...

Ele não fala mais nada apenas pega as chaves do carro e vai embora. Me jogo no sofá com raiva. Eu te odeio Marcela.

Não revisado.

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