Saí da faculdade frustrada, essa rotina está me cansando, procurar por um emprego e sempre ter a mesma resposta. Juro que tem vezes que eu sinto vontade de gritar, me espernear mas isso não resolveria nada, então só me resta a lamentação.
Caminho até o porão olhando para os lados e do nada, uma sensação estranha tomou conta de mim, senti um frio na espinha. Me lembrei do dia em que aquele desgraçado apareceu aqui na faculdade, e meu corpo estremeceu. Entro no porão tentando espantar esses pensamentos da minha cabeça, Heitor não teria coragem de aparecer aqui novamente. Ou teria? É claro que não!
E além do mais, ele não dá as caras faz tempo. A última vez que o vi foi quando? Da vez que ele falou aquelas coisas estranhas na empresa. Ele deve ter se esquecido de mim, é,ele se esqueceu, do contrário já teria dado as caras.
Tento me convencer para não começar com paranóias.
Entro no porão e jogo minha mochila em uma cadeira. Descubro o quadro de Elijah e me sento, continuando de onde parei da última vez. Não faltava muita coisa, apenas alguns traços e eu comecei logo a fazê-los com calma. Com a imagem do rosto dele e de seu corpo na minha mente. Na pintura, eu havia evidenciado demais seu abdômen, Elijah não era muito forte. Tem alguns músculos, mas não muitos e na pintura ele tinha muitos. Não exagerados mas eu havia evidenciado demais, não estava mal, eu apenas dei o meu toque.
Fiquei ali por bastante tempo, concentrada na pintura e não notei o tempo passar. Quando saí eram duas da tarde e as pessoas do meu turno já haviam sumido os outros estavam estudando agora por isso eu era uma das poucas almas circulando no câmpus.
Ajeito a mochila nas costas e cruzo os braços com vontade de caminhar um pouco, não sei onde Elijah está. Estranhamente, ele sumiu, viemos juntos a faculdade e estudamos no mesmo curso mas quando saímos ele sumiu entre a multidão e eu preferi não procurá-lo, a gente mora junto e não há necessidade de ficarmos grudados na faculdade, ele tem os amigos dele e eu bom… Queria ficar um pouco sozinha e terminar a pintura.
O vento sopra balançando meus cabelos, e ele vai parar em meu rosto me incomodando. Tiro o cabelo do rosto o colocando atrás da orelha mas umas mexas teimosas voltam a bater em meu rosto quando o vento sopra novamente. Irritada, retiro uma presilha da minha mochila e prendo meu cabelo de qualquer jeito, para que deixe de me incomodar.
Cansada de caminhar, chamo um Uber que não demora muito para chegar. Durante o caminho, vejo no passeio algo que me chama atenção, uma senhora vendendo acessórios, pulseiras entre outras coisas que ela estava fazendo à mão. Aquilo me trouxe várias ideias na cabeça, e se…
Mudo a minha rota, e vou para meu antigo apartamento fazendo orações para que Marcela não tenha jogado fora minhas coisas, ainda. Assim que chego, peço ao porteiro para que ele me ajude a entrar e depois de muita insistência o senhor cede. Entro no apartamento e vejo que estava como eu deixei, suspiro alto quando constato que minhas coisas ainda estavam ali. Peguei todas coisas que precisava e retornei à casa.
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Mais Feliz Do Que Nunca!
Teen FictionDois adolescentes problemáticos. Dois adolescentes tóxicos, cegos pelo orgulho. Uma mistura perigosa de fogo e petróleo que a qualquer momento poderia entrar em combustão, mas acima de tudo, duas almas quebradas que podem escolher entre unir uma a o...