Dois adolescentes problemáticos.
Dois adolescentes tóxicos, cegos pelo orgulho. Uma mistura perigosa de fogo e petróleo que a qualquer momento poderia entrar em combustão, mas acima de tudo, duas almas quebradas que podem escolher entre unir uma a o...
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— O que você quer? Não deixe a garota esperando, seria deselegante da sua parte
— Nós precisamos…
Ele se aproxima e tenta me tocar mas eu me esquivo do seu toque.
— Não! Nós não precisamos de nada.
— Isabelle… — Ele me encara culpado. Não me parecia tão preocupado quando estava beijando Marjorie.
— Você não vê que não há mais nada a se dizer? Você não me deve explicações, não somos nada! Beije quem você quiser, faça o que quiser, eu não me importo!
— Tem certeza? Eu posso beijar quem eu quiser?
— Sim. Eu não me importo — afirmo.
— Tem certeza?
— Eu já disse que sim, cacete!
Elijah me pega de surpresa quando me puxa para um beijo, por alguns segundos cedi, seu beijo era uma mistura de doce e selvagem, ele podia até ser um idiota mas é um idiota que beijava bem. Meu momento de insanidade termina quando me lembro que há segundos atrás ele estava beijando outra, e não qualquer uma, era sua ex. O empurro e deposito um tapa em sua bochecha.
— Você acha que eu sou idiota, é isso? — cuspi essas palavras com ódio enquanto ele massageava sua bochecha direita.
Lhe dou as costas e nada mais foi dito. Caminho até o lado de fora e chamo um Uber que não demorou muito para chegar, a viagem foi feita com o pensamento longe, tanto que quando vi, já estava abrindo a porta do meu quarto. Por sorte, o mesmo estava vazio, Mandy havia saído e eu a agradeço mentalmente por isso, tudo que eu não precisava agora era dela tentando ser minha amiga. Encaro minha cama e a primeira coisa que vejo é aquele maldito urso de pelúcia.
Pensei em jogá-lo fora mas cheguei a conclusão de que não valia a pena jogar o fazer, por mais que cada vez que eu olhasse para ele me lembrasse daquele imbecil.
Retiro minhas roupas e foi inevitável me encarar no espelho exagerado que Mandy colocou em nosso quarto alegando que um espelho pequeno não era o suficiente.
Encaro meu corpo coberto apenas pela calcinha e sutiã e me senti mal. Minhas estrias agora me incomodavam, minha barriga agora me incomodava, minhas coxas grossas também me incomodavam e era uma sensação horrível, sufocante, asfixiante. Minha mente traiçoeira me fazia lembrar das mãos de Elijah no corpo daquela garota, ela tem um corpo perfeito, eu não. É por isso que ele estava beijando ela, eu não sou suficiente. Merda, merda, merda.
Uma lágrima solitária caiu e eu me senti gorda. Estou me sentindo como há três anos atrás e estou com medo de voltar a ser aquela garota insegura, tenho medo de voltar a aquele ciclo vicioso que com muita custo eu venci, ou apenas fingia que venci para me sentir bem, nesse momento todas minhas seguranças se tornaram em inseguranças.
