Respira.Não é assim tão mal ficar em uma posição. Ou não seria se Isabelle não me lançasse um olhar mortal a cada vez que eu piscava. Maldita hora que eu topei essa merda.
— Elijah, falta muito pouco para eu jogar meu sapato na sua cara.
— Eu falei que essa merda não daria certo. Minha ideia de pousar nu é bem melhor que a sua — falo e se eu não tivesse me desviado a tempo um pincel teria acertado meu rosto.
— Você é um idiota!
— Mas você gosta desse idiota — debocho passando a língua pelos lábios e dessa vez voa um lápis na minha direção.
— Eu nem sei porque insisto nisso — resmunga.
— Agora me deixa ver — falo me aproximando mas ela cobre o quadro com um pano antes que eu possa ver.
— Nem pensar! Você só vai ver quando eu terminar.
— Não fode! Eu fiquei parado por vários minutos e você vem com essa história?
— É, você não vai ver e pronto.
— Garota chata do cacete! — resmungo e ela me encara com fúria e eu fiz a coisa que qualquer um adulto responsável faria, fiquei o mais longe possível porque dessa vez com certeza seria um vaso e não apenas um lápis voando na minha direção.
Isabelle pega sua mochila saindo e eu faço o mesmo. Pego as chaves no meu bolso trancando a porta, eu devia um favor ao Vinnie por ter me arranjado esse lugar, pela primeira vez na vida aquele idiota fez algo de útil. Acompanho os passos de Isabelle e ouço meu celular apitar, era uma mensagem de Alex.
“ Cara, aconteceu merda. Vem pra república, rápido. ”
Releio a mensagem duas vezes só para ter certeza de que eu li certo. Alex, nunca me manda mensagem então realmente deve ser algo sério.
— Isabelle, eu preciso ir. Te encontro depois, no seu apartamento — falo me afastando.
— O que aconteceu? — pergunta.
— Não sei bem. Te conto depois — dou as costas para ela e caminho rapidamente até meu carro.
Ligo o carro e dirijo em alta velocidade por mais que a república ficasse a poucas quadras da universidade. Assim que chego, estaciono meu carro de qualquer jeito e subo rapidamente até o nosso andar. Empurro a porta principal estranhando o fato de tudo estar em silêncio.
— Alex? — o chamo e não obtive nenhum retorno.
Caminho até o quarto dele e abro a porta sem bater esperando não encontrá-lo nu.
— Mas que merda essa? — pergunto me virando para o lado oposto da cama — O que você está fazendo aqui, Marjorie?
A garota estava literalmente nua na cama de Alex e eu espero mesmo que isso não tenha sido nenhuma armadilha para mim e que ela estava transando com meu parceiro. Sinto suas mãos me tocando e me afasto bruscamente.
— Você é louca? O que acha que está fazendo? — grito sem encará-la.
— Eu sei que você sentiu minha falta, amor.
— Eu não senti sua falta merda nenhuma! Agora vista-se e vai embora daqui!
— Eu não acredito que você está me trocando por aquela magrela sem sal — fala e minha paciência é esgotada.
Me viro para ela mas em nenhum momento encaro seu corpo, apenas um corpo chamava minha atenção e esse definitivamente não era o dela.
— Limpe sua boca antes de falar da minha garota. Ela pode até ser toda a merda que você quiser que ela seja mas ela é a minha sem sal. E não, eu não estou te trocando até porque não teria como trocar algo que nunca foi meu — pego suas roupas no chão e jogo em sua direção — Vista-se e pare de se humilhar.
Saio do quarto de Alex batendo a porta e encontro o mesmo jogado no sofá. Quem precisa de inimigos tendo amigos como Alex? Ninguém. Ele me encara surpreso e eu senti vontade de rir ao notar que ele cogitou a possibilidade de eu ficar com Marjorie, foi tudo uma armação ridícula. Eu não queria nem olhar para a cara de Alex, pois se eu o fizesse ele já não teria mais um rosto.
— Cara…
— Alex, eu não quero ouvir nenhuma merda que sai da sua boca.
— Eu pensei que…
— Você não tinha que pensar merda nenhuma! Porque caralhos você fez isso? Você imagina o tamanho do problema que isso vai me criar se chegar nos ouvidos dela? Que merda! Justo agora que tudo estava bem.
— É exatamente por isso que eu fiz. Cara, você já nem tem vida própria. Não sai pra beber, não pega garotas só fica falando dessa garota. Eu só quis ajudar!
— E quando eu pedi a sua ajuda, Alex? E quer saber? É melhor eu sair daqui antes que eu soque sua cara. Faça bom proveito — aponto para o porta do quarto dele e saio de casa batendo a porta.
Que merda!
Caminho até meu carro com fúria. Era só isso que me faltava, meu amigo se achando minha babá e querendo cuidar da minha vida. E daí se eu já não saio pra beber? A merda da vida é minha e se eu quiser ficar pensando em uma garota, eu vou pensar. Me sento na calçada para me acalmar porque dirigir no meu estado definitivamente não era uma boa ideia.
“ Cara, você já não sai do pra beber, já não pega garotas, só fica falando dessa garota ”
Essa frase ecoa na minha mente e me deixa confuso, muito confuso porque por um lado Alex tem razão. Esse não sou eu, o eu de antes nunca mandaria uma garota nua que queria transar comigo, se vestir. O eu de antes saia toda noite para beber com os caras. O eu de antes estava sempre rodeado de garotas e não se preocupava com apenas uma e isso me deixa bastante confuso, é como se eu tivesse me tornado em uma outra pessoa e essa sensação é horrível pra cacete.
\[…\]
Foda-se!
Estaciono meu carro no estacionamento do apartamento de Isabelle e desço do carro. Refleti por poucos segundos e decidi que não pensaria muito, até porquê, isso não faz parte do que eu sou. Eu nunca reflito antes de agir e agora não seria diferente, eu sempre reflito depois de fazer merda então porquê agora que eu não faria nada eu teria que refletir?
Caminho até dentro do prédio e entro no elevador que leva pouco tempo para chegar no andar dela. A primeira coisa que vejo quando saio do elevador não me agrada em nada, ela estava de costas para mim conversando com um garoto, o garoto a olhava de um jeito que me deixou irritado e enciumado. Minha mão fazia comichão para socar o rosto dele.
— Valeu por ontem e desculpa por ter saído do jeito que eu saí mas eu não quis te acordar e incomodar.
— Não tem problema, eu entendo. Você esqueceu isso no meu apartamento — a entrega sua bolsa.
Que palhaçada era essa? Não quis ouvir mas nada, aquilo era o suficiente para eu saber que mais uma vez fui um idiota, parabéns, Elijah, você ganhou o prémio de idiota do ano. O que eu tinha na cabeça para achar que ela seria diferente? É claro que ela seria igual as outras, todas são.
— Elijah? Elijah? Elijah, espera!
Revisado ( mas pode ainda conter erros ).
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Mais Feliz Do Que Nunca!
Teen FictionDois adolescentes problemáticos. Dois adolescentes tóxicos, cegos pelo orgulho. Uma mistura perigosa de fogo e petróleo que a qualquer momento poderia entrar em combustão, mas acima de tudo, duas almas quebradas que podem escolher entre unir uma a o...